22 › Por Ódio e Álcool

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Hatake Kakashi

A água da banheira estava tão quente quanto as duas mulheres sentadas ao meu redor. Eu sentia o vinho escorregar pelo meu queixo e garganta enquanto tomava a bebida desajeitadamente; estremeci ao sentir a língua de uma daquelas mulheres deslizar pelo rastro de vinho, fazendo-me guiar minha própria mão até seus cabelos vermelhos como o líquido carmesim que eu ingeria. Eu não fazia ideia dos nomes delas, mas lembrava que ambas eram brasileiras — ah, as talentosas brasileiras.

— Foi um imenso prazer recebê-las, garotas, mas agora preciso que vocês dêem o fora. — Pedi, apoiando a taça na mesa suspensa pela beirada da banheira de hidromassagem.

— Lembre-se do nosso número, senhor Hatake. — Disse a morena, a pele negra reluzindo à luz azul que iluminava a água borbulhante.

— Com certeza lembrarei, querida, vocês são no mínimo memoráveis.

Nem mesmo sei seus nomes, imagina os números de telefone.

As duas saíram aos risinhos, e eu terminei a taça, saindo da banheira e enrolando-me em uma toalha, minutos após a despedida das estrangeiras. Havíamos começado as coisas muito cedo, o sol ainda estava alto e eu sabia que estava longe de ser tarde da noite, talvez 18h ou 19h — tinha escolhido aquela hora para, exatamente, ver a chegada de S/n e ouvir os relatórios chatos que Levi com certeza não iria concordar em deixar para amanhã. Inclusive, me surpreendi ao chegar com as mulheres e ver que Levi conhecia uma delas, a ruiva.

Vesti uma de minhas muitas cuecas pretas e uma bermuda azul-marinho, usando a toalha para enxugar meus cabelos — que precisavam ser cortados — rapidamente. O Ackerman com certeza me dará um murro no ombro (considerando que é onde ele alcança, no máximo) quando me ver bêbado, esperando pela nossa assassina particular e ouvindo-a descrevendo a missão que, como Kento havia dito, foi um sucesso.

Saí do meu quarto às pressas, xingando a dor aguda que se intensificava na minha cabeça. De repente, ouvi as vozes na sala e xinguei mais uma vez, pela dor no ouvido. Eu não estava bêbado o suficiente para não estar em sã consciência, mas o suficiente para sentir as dores colaterais.

Ao descer as escadas, avistei a famigerada espiã, Hange, Levi, Shouta e Kento espalhados pela sala. Observando bem, a Volkov não parecia muito melhor que eu; ela usava um vestido que parecia mais uma saia, considerando o blazer preto que cobria boa parte de seu corpo.

— Kakashi! — Disse ela. — Estava me perguntando quando você se recuperaria após as sessões bor-bu-lhan-tes em seu quarto.

— Se estava tão curiosa, poderia ter participado também. — Respondi, esfregando os olhos. — Não é como se fosse a primeira vez com convidados, certo?

— Prometo que não ficarei triste por ter sido excluída dessa... Proeza. — Hange cantarolou, de pé ao lado de Levi.

— Prometo que marcaremos uma outra vez e você será nosso convidado de honra. — Respondi, piscando o olho para meu comandante.

— Já acabaram? — Levi perguntou. — Achei que começariam a transar agora mesmo.

— Se você quer tanto... — S/n sorriu.

— Você quer mesmo ter uma reunião agora, Lev? — Perguntou Aizawa, usando um antigo apelido para Levi, soando como "Liv".

𝐂.𝐈.𝐀  || 2d × Reader (PT-BR)Where stories live. Discover now