bônus [1]

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6 anos depois

LUA

Cada dia que passava eu não sabia se estava ficando mais velha, ou mais experiente, tudo que achamos que era o fim do mundo quando somos jovens, quando ficamos mais velhos vemos que é só o começo de algo novo, eu já vi o fim do mundo várias vezes durante os meus dias, e no outro dia começava tudo de novo, e com a certeza de que sempre teríamos um novo dia para tentar, que eu vivia cada um dos meus dias como se fossem o último, acho que depois que Bernardo nasceu eu aprendi a ser mais intensa, e mais segura, eu e Bruno atingimos um patamar de relacionamento que era algo raro hoje em dia, fazíamos o que queríamos, confiamos no outro de olhos fechados, aproveitávamos o máximo, viajamos muito, tanto juntos quantos separados, construímos algo que lutamos muito a 6 anos atrás quando começamos a nossa terapia, as coisas não eram flores sempre, mas sempre estavam em um processo de melhora.

– Como você acha que eu estou? – Maitê fala vestindo o uniforme do Vôlei, depois de tanto esperar finalmente tinha chego o momento dela entrar na escolinha para poder jogar com outras pessoas sem ser o Bruno, com 13 anos ela era a criatura mais teimosa, e mais inteligente que eu conheço, Maitê era a cópia fiel do Bruno e isso nós sempre soubemos que seria, mas não apenas na parte da marra, ou da competitividade, mas também na parte da humildade, da preocupação com o próximo, ela é brilhante.

– Eu acho que você está muito linda.

– Eu sei muita coisa que o papai me ensinou desde quando eu era pequena, então eu vou entrar melhor do que os outros.

– Maitê eu já falei pra você que la, você vai entrar sem saber de nada, não passe por cima de ninguém só porque você tem o seu pai, ele não vai lá jogar por você, seja humilde com as pessoas. – Chamo sua atenção e ela concorda um pouco derrotada.

– Vai pra onde? – Bernardo aparece olhando a irmã, bom como ironia ou não, Bernardo era a minha cópia fiei, ele era mais calmo, gostava mais de estudar, tinha um questionamento pra tudo, e não via muita maldade nas coisas.

Assim que ele nasceu nos primeiros meses tivemos que lutar com o ciúmes da Maitê, que era gigante, ela quis voltar a chupar chupeta, chorava pra dormir comigo e com Bruno, coisas que antes ela não fazia, depois de algum tempo ela entendeu que ela nunca seria a segunda em nada, e que o nosso amor pelo os dois eram iguais, e agora estávamos na fase que Bernardo queria saber sobre tudo, e tirava ela do sério.

– Vou treinar pra ser uma grande jogadora de vôlei.

– Vovô disse que se você for tão boa quanto era quando jogava futebol a carreira acabou antes mesmo de começar.

– Bernardo!! – Eu brigo com ele e Maitê me olha com lágrimas nos olhos, ah não.

– EU SOU MUITO BOA, O VOVÔ JÁ VIU EU JOGANDO E DISSE QUE EU SOU BOA, O PAPAI TAMBÉM, ELES SABEM DO QUE ESTÃO FALANDO.

– Eita gente que barulheira é essa? São nove horas da manhã, vamos Maitê. – Bruno aparece e Bernardo surpreende a irmã com um abraço.

– Desculpa, eu não queria deixar você triste, você vai jogar muito bem, não é mamãe? – Ele fala e ela sorri, fico aliviada pela a briga ter acabado antes mesmo de começar.

– Vai sim, bom treino meu amor, já estamos com saudade. – Falo mandando um beijo pra ela e dando um selinho em Bruno, os dois saem de casa e eu olho pro Bernardo.

– Você é um fofoqueiro.

– O vovô foi sincero, mas eu acho que ela joga bem.

– Ela joga sim.

(...)

– Meu Deus eu já estava com saudade de sair só com você, amo meus filhos mas toda vez que saímos nós 4 alguma confusão acontece. – Bruno fala sorrindo enquanto nos sentamos em um restaurante fino que ele havia reservado para nós.

– Nem me fala, mas não é estranho sair sem eles?

– Claro que não, enfiamos Mc Donalds neles, eles estão felizes da vida sem nós dois.

– Acho que sim, como está a seleção?

– Está ótima, é engraçado ver pessoas velhas saindo e tantas pessoas novas boas chegando, depois do nosso ouro olímpico eu estou com mais moral ainda, primeiro ano como técnico em uma olimpíada e um ouro olímpico, acho que as pessoas pararam finalmente de me comparar com meu pai.

– Eu sabia que você iria longe, todo o aprendizado que ele deu, e toda a experiência que você tinha, não tinha como ser diferente.

– Eu estou feliz demais, e como está o hospital?

– Bom eu sou chefe do setor agora né? – Falo jogando os cabelos e ele começa a rir. – A responsabilidade aumentou mas ao mesmo tempo você sabe que eu amo fazer as coisas do meu jeito e que quando algo não esta certo eu corro atrás.

– Sim, é uma das suas maiores qualidades.

– Quando eu entrei o setor estava uma bagunça e agora está tudo tão impecável, todo mundo elogia, deu trabalho demais mas eu fico feliz da vida em saber que consegui, eu não me jogo em nada se não for conseguir fazer a diferença.

– Você me mata de orgulho. – Ele segura a minha mão dando um beijo nela e eu sorrio.

– Como está a Maitê na escolinha?

– Amor, uma monstrinha, você não tem noção de como a menina joga, até o professor veio falar comigo, eu contei pra ele que jogo com ela desde pequena, ele disse que ela da o seu melhor e tem muito espírito de liderança, eu fiquei todo bobo ouvindo ele falar dela, sei lá, quando ela nasceu ou quando o Bernardo nasceu eu não idealizei que eles pudessem seguir os meus caminhos, e do meu pai, mas no fundo a gente sempre tem aquela vontade né? Eu estou realizado demais.

– Eu lembro até hoje quando ela falou que queria ser jogadora igual você.

– Acho que foi um dos melhores dias da minha vida. – Ele fala rindo enquanto toma um gole do seu vinho. – Sei que não vai ser fácil, nunca é, eu sofri muito com a comparação e sei que ela vai sofrer também, mas Maitê é forte demais.

– Ela é.

Continuamos o nosso jantar agora com outros assuntos, até ele bater na mesa um pouco nervoso.

– Eu quero te dar uma coisa, e te fazer um pedido.

– Hm, o que hein? – Pergunto curiosa.

– Bom, vai fazer 12 anos que estamos casados, isso é tempo demais.

– Nem me fala, não sei como aguentei você durante 12 anos, mais na verdade né. – Falo e ele revira os olhos gargalhando logo em seguida.

– Eu comprei essas alianças, eu queria perguntar se você aceita renovar os votos comigo na igreja. – Ele abre a caixinha mostrando duas alianças novinhas e eu abro a boca totalmente surpresa.

– Está falando sério? Renovar os votos com tudo que temos direito?

– Tudinho, festa, lua de mel, tudo que você quiser.

– Que pergunta né Bruno? É claro que eu quero, uma Lua de Mel depois de 12 anos aguentando você é tudo que eu preciso. – Ele sorri e nos levantamos nos abraçando.

– Quer ir pra onde dessa vez? – Ele pergunta enquanto troca a aliança do meu dedo, essa nova realmente era bem mais bonita.

– Pra Dubai.

– Uau. – Ele fala rindo e eu sorrio, a gata estava um luxo.

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A gata está um luxo 🗣
primeiro bônus pra vocês matarem a saudade, mais tarde posto o último 🥺 ai meu coração!

penhasco | bruno rezendeWhere stories live. Discover now