cedo ou tarde

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Me sinto só, mas sei que não estou
Pois levo você no pensamento, meu medo se vai
Recupero a fé , e sinto que algum dia ainda vou te ver
Cedo ou tarde
A gente vai se encontrar
Tenho certeza, numa bem melhor.


dias atuais.

BRUNO

Cinco anos se passaram desde que tomei o maior tombo da minha vida, cinco anos se passaram longe da mulher que mais amei, e nada mudou, o meu sentimento não diminuiu, eu tive que seguir pois não tinha outra direção, mas meu coração nunca deixou de estar com ela, eu sofri, meu Deus do céu como eu sofri, carregava nas costas o peso de ter estragado tudo, quantas vezes eu não quis ir atrás dela e implorar de joelhos para que ela voltasse, para que me desse uma segunda chance, quantas vezes eu entrei em seu Instagram para tentar acompanhar a sua vida, eu via como ela estava bem, ela havia conquistado tudo que me dizia querer conquistar, e mesmo de longe eu pude vibrar por ela.

No dia da sua formatura, Lucas e Bia foram para o Sul, meu melhor amigo me mandava vídeo de tudo, parecia que eu estava me formando com ela, ela havia mudado tanto, seu rosto não era mais de uma menina, e sim de uma mulher, mas se olhasse bem ainda conseguia ver a minha menina sonhadora, quando ela pegou o diploma na mão, eu senti meus olhos marejarem e tombei a cabeça para trás, meu Deus como eu queria estar lá com eles, como pode uma pessoa acordar todos os dias durante cinco anos se apaixonando pela a mesma mulher?

– Ei Capita, tá dormindo? – Thiago joga uma almofada em minha cabeça e eu volto para a realidade. – Estava te falando que deveríamos ir para o villa mix hoje, passar o rodo, beber até cair, chorar de ressaca tentando não pensar nela. – Ele fala rindo, como alguém tinha se separado de um casamento de anos e conseguia levar na esportiva.

– É, é uma boa. – Falo sorrindo.

Uma das coisas que eu mais fiz esses anos foi beber, chorar enquanto estava bêbado ouvindo Thiago cantando, e pegar mulher, eu virei um galinha, passava o rodo mesmo, era a tentativa que eu tinha de esquecer a realidade, mas quando tudo acabava ela voltava gritando, nunca nem cheguei perto de gostar de outra pessoa, e no auge dos meus 35 anos, não me via casando, ou tendo filhos, eu era totalmente desiludido em questão a isso, o famoso, sorte no jogo mas não no amor, e nem sei se no jogo, depois da sorte das olimpíadas no Rio, veio a desgraça nas olimpíadas de Tokyo, meu amuleto da sorte foi embora.

– Medina me mandou uma mensagem, disse que está voltando lá da onde ele estava e vai encontrar a gente lá na balada, disse que não está sozinho.

– Oxi, está vindo com quem?

– Ele foi passar uns dias lá fazendo trabalho voluntário e parece que conheceu uma mulher, está todo apaixonadinho.

– Meu Deus do céu. – Falo coçando os olhos e me levantando do sofá. – Vou até pegar uma roupa bonita para ver esse momento histórico, Medina voltando de semanas fazendo trabalho voluntário direto para uma balada com uma mulher, ele não dá ponto sem nó né? – Falo rindo e meu amigo nega.

– Não da, mas pelo menos fez um bom trabalho, você viu as fotos? Eles ajudaram um monte de crianças carentes. – Ele fala e eu concordo sorrindo, ele tinha ido a uns 20 dias atrás para uma tribo na Amazonas onde haviam muitas pessoas que precisavam de ajuda, ele arrecadou muita coisa para ajudar o pessoal, foi bem legal.

Por fim, entro no banheiro tomando um banho e vestindo a roupa que tinha separado, Thiago estava sentado na minha varanda tomando cerveja e mexendo no celular, assim que viu que eu estava pronto levantou tagarelando na minha cabeça, e foi assim o caminho todo, já eu estava mais pensativo que o normal e tentava apenas ouvir a música que tocava no rádio e concordava com tudo que ele falava.

penhasco | bruno rezendeWhere stories live. Discover now