daisies

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Eu sou a cidade pequena
Um em sete bilhões
Por que não pode ser eu?
Eles me disseram que eu estava viajando, tentaram me derrubar
Peguei aqueles paus e pedras, mostrei que eu poderia construir uma casa
Eles me dizem que sou louca, mas nunca vou deixar que eles me mudem.

LUA

janeiro de 2015

Piseis meus pés na faculdade e respirei fundo segurando a vontade que tinha de chorar, um filme passava pela a minha cabeça, as pessoas que duvidaram, as humilhações que eu sofri, e principalmente todo o meu esforço, noites sem dormir, as crises de ansiedade, a minha incerteza, o medo de tudo que estava fazendo ser em vão, e agora eu estava aqui, com um crachá no pescoço com a minha foto e identificando o nome do meu curso embaixo, parecia um sonho, mas era real.

– Essa é a sala 7? Isso. – Uma menina chega do meu lado falando sozinha e eu olho para ela com um sorriso simpático.

– Acho que é a mesma sala que a minha.

– Ai que legal uma caloura, não aguentava mais ver só veterano, prazer eu sou a Camila.

– Sou a Lua, prazer também.

– Lua mesmo? Não é apelido?

– Não. – Falo rindo. – É meu nome mesmo.

– Que coisa mais linda, já gostei de você Lua, vamos nos sentar? – Ela pergunta e eu concordo, a sala de aula era enorme, tinha uma lousa gigante e telão dos dois lados, aos poucos ela começa a encher, um cara senta dos nossos lados, ele estava com uma mochila de couro e tinha tirado o seu notebook da mesma, eu e Camila só percebemos que estávamos encarando ele quando uma olhou para a cara da outra e começamos a rir.

– Meu Deus que vergonha, imagina se ele olha para a gente? – Falo e ela ri

– Olhar não tira pedaço.

– E eu namoro ainda. – Falo rindo.

– O que os olhos não veem o coração não sente.

– Meu Deus que horror. – Brinco e ela gargalha.

Um professor entra na sala apresentando a faculdade juntamente ao diretor, falando suas regras, formas de avaliação, atividades complementares, entre outras coisas, depois eles pediram para fazermos grupo de 4 pessoas que seria o nosso grupo de trabalho e laboratório pelo os próximos meses.

– Você quer se juntar com a gente? – Camila pergunta para o cara bonito do nosso lado, ele sorri concordando. – Sou a Camila, ela é a Lua.

– Oi meninas, sou o Guilherme.

– Prazer.

– Precisa de mais uma pessoa.

– Acho que aquela menina está sozinha. – Aponto para uma menina loira que parecia ser mais nova que a gente, Camila vai até ela que abre um sorrisão e caminha até a gente.

– Ela é a Júlia.

– Vamos sair para almoçar juntos? Ai nos conhecemos melhor. – Guilherme sugere e todas nós concordamos animadas.

março de 2015

– Eu estou tentando decorar os pares cranianos faz um século. – Falo pegando o crânio da mesa, estávamos na aula de anatomia, a primeira vez foi um impacto, aquele monte de cadáver em várias mesas de alumínio, mas depois de um tempo fomos nos acostumando e estudar aquelas "peças" era a coisa mais normal do mundo.

penhasco | bruno rezendeWhere stories live. Discover now