138. Primeiro Beijo

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Lauren Jauregui  |  Point of View





Greg e Ralph foram para a piscina. Mer se juntou a mim e ficamos assistindo a uns clipes. Quando Camila desceu as escadas, ficou encarando a porta de vidro que dava visão a piscina e os namorados estava em altos amassos na mesma. Camila negou com a cabeça e não tirou os olhos deles.

— Isso é uma punição divina por ter comido metade da cidade.

— Camila! – Ela pulou levando a mão ao peito.

— Desculpe amores. Não vi vocês aí.

— Você comeu metade da cidade? – Mer perguntou.

— Longa historia, minha filha. Deixe isso pra lá. – Eu disse e fuzilei Camila com os olhos.

— Bom... Eu preciso conversar com vocês.

— Meu coração está provando ser forte esta semana. – Camila falou. — Vamos ao meu escritório. – Assim fizemos. Camila sentou na cadeira dela e eu em seu colo. Mer sentou em nossa frente. Camila estava maltratando a carne da minha cintura com a mão, pois estava tentando esconder o nervosismo. Peguei sua mão e entrelacei nossos dedos, apertando forte sua mão. Eu estou aqui, Camz. Sei que se Mer falar que está namorando, vai ser difícil para Camila, pois Mer realmente é a princesinha dela, se foi difícil para ela com o Greg que já é quase um homem, imagina a Mer.

— Semana passada eu dei meu primeiro beijo... – Ela começou.

— Meu senhor! – Camila falou.

— No recreio, estávamos entediados e jogamos o jogo da garrafa. – Camila repousou a cabeça sobre o braço escorado na mesa dela. — Ele é meu colega. – Se eu quero estrangular ele, imagina o que Camila quer fazer com ele. — Esse não é o problema, o problema é que eu não gostei. Não senti nada mesmo. – Camila sorriu e começou a respirar novamente.

— Qual é o problema, Mer? Isso é normal, por mais que o certo seja você beijar alguém que você goste na primeira vez, nem sempre sentimos algo. Imagina se deixarmos uma garrafa escolher por nós. – Eu disse e Camila assentiu. — Ele é bonito?

— Esse é o problema. Todos o acham o cara mais bonito da escola e dizem que ele gosta de mim, mas eu realmente não estava preocupada com beijos...

— Estava? Agora está?

— Bom... Eu estava no banheiro com minha amiga... A Isabelle.

— A Drummond? – Perguntei e ela assentiu. — O pai dela trabalha pra você, Camz.

— Trabalhava. – Sorri negando.

— É. Eu disse que não tinha sentido nada e ela falou que ele era um idiota, me beijou sem vontade, pois estava em público e ela estava bem irritada. Ela disse que eu não podia ter entregado meu primeiro beijo em uma roda de idiotas. – Camila pegou um papel e notou algo.

— O que é isso, Camz?

— Vou dar um aumento para o pai desta garota.

— Camz! – Ela ergueu as mãos e fez sinal para nossa filha continuar.

— Ela se escorou na pia e eu toquei seu ombro. Ela me encarou e eu senti meu corpo se arrepiar inteiro. – Camila rasgou o papel do aumento.

— Esquece o aumento. – Mer sorriu e eu neguei olhando pra ela.

— Ela se aproximou de mim e levou a mão até minha nuca. Demorei um pouco pra raciocinar, mas retribuí quando ela me beijou e senti um monte de coisas. Na verdade eu não consigo pensar em outra coisa. – O Greg é gay e Mer é lésbica? Camz estava com o queixo caído.

— Você gosta de garotas? – Eu perguntei.

— Gosto. Sei que é errado e o Greg sendo gay, isso deve ser pesado pra vocês.

— Você é lésbica?

— Sou.

— Graças a Deus! – Camila falou e nós olhamos pra ela. — Nenhum macho vai tocar na minha princesinha, Lo.

— Camila! – Ela sorria largo. — Estamos aqui pra apoiar vocês, princesinha. Se você for lésbica ou estiver apenas confusa, estaremos aqui pra você. Se todos os nossos filhos forem homossexuais, não ligamos, nosso amor por vocês não vai diminuir.

— Mas os outros...

— Que se danem os outros, se nós estivermos felizes é o que importa. – Ela levantou e veio me abraçar.

— A senhora é maravilhosa mama. Obrigada. – Saí do colo de Camz e ela levantou abraçando Mer.

— Minha princesinha. Estamos aqui sempre pra vocês. Não se esqueça disso.

— Obrigada papa. Você é a melhor. – Elas ficaram ali por um tempo. — Vou estudar um pouco. – Assentimos e ela saiu. Camila sentou me puxando para seu colo novamente.

— Será que existe heterossexuais nesta casa? – Ela perguntou e eu gargalhei.

— Deve ter algum. Será que isso é um problema?

— Não sei, mas saber que um cara não vai tocar nela.

— Você é uma machista, Camz.

— É mesmo. Não posso pensar assim, ela é nova e pode estar confusa, Você conhece essa garota?

— Ela veio umas duas vezes aqui em casa. Ela é linda.

— Será que os pais dela aceitam isso? Isso pode magoar a Mer.

— Não sei, Camz. Vamos acompanhar essa história de perto e vamos a preparando. – Camila assentiu.

— Eles cresceram tão rápido. Greg era meu pequeno sucessor e Mer dizia que casaria comigo. – Sorri e a abracei forte.

— Criamos os filhos para o mundo, Camz.

— Quero outra, Lauren. – A olhei com os olhos arregalados. — Quer dizer, podemos adotar... Não sei. Você não pensa em mais?

— Amor... Você está surtando com os nossos. E quer mais? Quer enlouquecer?

— Sinto falta de alguém dependendo de mim. Os gêmeos são grudados em você...

— Algum filho tinha que ser né?

— Lógico. Não estou reclamando, mas quero que você pense a respeito. Essa casa está calma demais.

— Você pode me convencer... Mas duvido que convença sua princesinha a te perder por uns meses. Você sabe como ela fica quando brincamos sobre mais filhos.

— Ela vai entender, Lo.

— Se você diz... Vou pensar no seu caso. – Ela me puxou para um beijão. Daqueles que fazem meu coração errar a batida. Aos poucos ele ficou bem sensual e levei minhas mãos até seu abdômen.

— Mama... – Greg entrou e levou as mãos aos olhos. — Desculpem, esqueci de bater. – Camila escondeu o rosto no meu pescoço.

— O que você quer, príncipe?

— Posso pedir pizza?

— Pode. Pegue o dinheiro na carteira de sua papa. – Ele assentiu.

— Desculpem mesmo.

— Tudo bem. – Ele saiu.

— Acho que vamos ter que esperar a noite.

— Vamos. – Ela selou nossos lábios. — Vamos ver nossos pequenos.

Ficamos revisando tudo e esperando os gêmeos voltarem.

Aprendendo A Viver Where stories live. Discover now