Aprendendo A Viver

93. Não Está Tudo Bem

Camila Cabello | Point of View

Acordei agarrada com Lauren, levantei, fiz minha higiene matinal, tomei um banho e me arrumei para ir trabalhar. Fui até o quarto do Greg, beijei sua testa e saí. Passei em uma cafeteria e fui para empresa. Quando cheguei, meu pai estava na minha sala. Ele me atualizou de tudo que havia acontecido e me incubiu de outros afazeres. Pedi o número da Rosa, a empregada da casa dele. Lauren está em uma fase delicada da gravidez e é bom que alguém fique perto dela. Passei a manhã inteira para organizar minhas coisas, não que Débora tenha deixado bagunçado, mas gosto de organizar do meu jeito. A porta da minha sala é aberta pela Débora.

- Oi amor! - Falou vindo em minha direção e me abraçando. - Está na hora do intervalo, vai pra casa?

- Não! Vou ficar organizando alguns papéis.

- Tudo bem! quer alguma coisa?

- Não. Obrigada! - Me lançou um beijo no ar e saiu da minha sala. Depois de uns minutos, meu celular toca e atendo.

~Ligação On~

- Camz?

- Fala Lauren!

- Você não vem almoçar? Rosa veio me ajudar!

- Eu não posso Lauren. É meu primeiro dia e tenho um monte de coisas pra fazer.

- A Débora está aí?

- Ela trabalha aqui, Lauren! Essa implicância com ela é surreal.

- Não é implicância.

- Agora eu tenho que trabalhar.

- Ok. Até a noite! Te amo.

- Até!

~Ligação Off~

Depois de um tempo, Lauren ensinou Greg a ligar para o meu escritório e ele me ligou de 10 em 10min. Falei mais com ele hoje aqui do que quando eu estava em casa o dia todo. No fim do expediente, peguei minhas coisas e ajudei a fechar tudo. Meu celular tocou.

~Ligação On~

- Onde você está?

- Indo pra casa?

- Está atrasada. Você leva 10 min pra chegar.

- Hey. São 18:10. Tecnicamente estou na hora.

- Essa hora você já devia ter chegado.

- Calma, Lauren! Estou chegando.

~Ligação Off~

Quando cheguei, Rosa estava na cozinha, conversamos e ela foi embora. Subi para o quarto e fui para um banho. Fiquei um tempo de olhos fechados e quando os abri, Lauren estava parada do lado do box.

- Que susto, Lauren! Meu senhor! - Falei colocando a mão no peito.

- Desculpe... Como foi seu dia?

- Normal. - Falei me ensaboando.

- Normal?

- É normal, sabe o que não é diferente. O que é igual à maioria que esta ao seu redor, não se destaca. Algo comum.

- Não fala assim comigo!

- Estou falando normal.

- Você só me chama de Lauren. Isso quando fala comigo.

- Minha presença e minha voz te irritam.

- Me perdoa, Camz! Isso acontece na gravidez, liguei para Vero e para Arizona. Elas disseram que é comum. - Desliguei o chuveiro e saí do Box. - Olha isso, você perfeita, gostosa e olha pra mim... Enorme, obesa, toda inchada e com essas olheiras horríveis. Você é perfeita comigo, e isso parecia pena, não sei explicar. Seu cheiro me dava ânsia. Eu me sentia horrível, mas não podia evitar.

- Tudo bem, Lauren. - Sorri fraco e me vesti.

- Eu sinto que não está.

- É o máximo que consigo.

- A Tay me contou da Cléo. Aliás, ela disse que várias mulheres estavam te secando, parece que seu poder magnético continua mesmo.

- Nem notei. A Cléo me fez companhia, enquanto os que me convidaram pra sair estavam se comendo na pista de dança e me deixaram sozinha.

- Ela me falou tudo que aconteceu. Ela seguiu Cléo na saída e disse que ela tentou te beijar.

- É ela tentou. - Falei pegando uns papéis na minha maleta e sentei na cama me escorando na cabeceira.

- E você não quis, mas pegou o telefone dela.

- Nossa, um detetive seria menos eficiente. Só peguei por educação, ela foi legal comigo toda noite, mas eu deixei bem claro...

- Que me ama e nunca me trairia.

- Isso. - Falei assinando alguns documentos.

- Porque você não me traiu? - Larguei meus papéis em meu bidê e direcionei minha atenção para Lauren.

- Não sinto desejo por outras mulheres, Lauren. Posso até achar bonita e tal, mas nenhuma é você. Eu respeito você e sempre vou respeitar. Pessoas costumam trair porque falta alguma coisa e eu sou completa com você.

- Oh Camz! - Ela começou a chorar. - Eu não mereço você, Camz.

- Para de chorar, Lauren! Isso não faz bem para você e pro bebê. Calma. - Falei a abraçando. Ela apertou meu tronco forte. - Vai ficar tudo bem.

- Me perdoa! Me perdoa! Me perdoa! - Comecei a acariciar suas costas, em uma tentativa bem sucedida de acalmá-la.

- Está tudo bem! Está tudo bem! - Ela parou de chorar. - Por que não acordamos o Greg e vamos assistir a uns filmes? - Ela me olhou e um sorriso apareceu em seu rosto.

- É uma ótima ideia. - Organizamos a sala de cinema.

- Lauren... Não quero que pense que está tudo bem entre nós. Estou magoada, mas sei que você está em uma fase difícil. Estou tentando manter o censo e recuperar um pouco da nossa família que está muito afastada. Você pode me metralhar, mas não vou permitir que minha família faça qualquer refeição separada e teremos mais momentos com o Greg.

- Ele é novo e merece ter uma família feliz e unida. Mas não esqueci tudo que ouvi e não vou esquecer tão cedo. - Ela assentiu e me abraçou. Ficamos assim um tempo e depois fomos acordar o Greg, que amou a ideia e escolheu os filmes que assistiríamos. Sentei no sofá, Greg sentou entre minhas pernas e Lauren ficou em dúvida de onde sentar. Bati no meu lado e ela abriu um sorriso sentando do meu lado. A abracei e ela se aconchegou em mim. Beijei o todo
de sua cabeça. Fiquei fazendo carinho na cabeça dos dois e acabei sendo a única a ficar acordada.