12. O plano

1.6K 122 1
                                    

Lauren Jauregui|Point Of View

A Camila é tudo que eu sempre esperei de alguém. Perfeita!

Fui até sua casa, esperando de tudo, menos um jantar maravilhoso, um quarto cheio de rosas, velas e música romântica. Achei que faria sexo, mas isso não aconteceu, fizemos amor, ela só pensou em mim, ela falava o tempo todo como eu era linda, deu para perceber no seu olhar o quanto ela se segurou para me satisfazer. Pela manhã eu tentei retribuir e acho que eu me sai bem.

Eu suportei meus problemas sozinha por muito tempo, eu preciso de ajuda mesmo, eu não aguento mais essa pressão, eu conheço a Camila a pouco tempo, mas eu sinto que ela é a única pessoa no mundo com quem eu conseguiria desabafar. Eu já disse que ela é perfeita! Eu a amo, a conheço a pouco, mas eu sinto que a amo indiretamente há muito tempo.

— Hey princesa? Está dormindo? – Princesa! Eu amo quando ela me chama assim. Estamos deitadas a um bom tempo e ela esta me fazendo cafuné.

— Não. Por quê?

— Nada, eu só vou descer um pouquinho, para ligar para a Dé e ver se ela não está surtando sozinha lá na empresa. – Eu fico profundamente irritada quando escuto esse apelido, mas por enquanto não posso falar nada. Murmurei um “uhum” extremamente irritado. – Bom, eu vou no escritório, fica no lado da sala e se você quiser ir lá depois para gente conversar sobre aquilo.

— Ok! – Ela me deu um selinho e saiu.

Esperei uns 20mim, ela já deve ter falado com a “Dé” nesse tempo, sai do quarto e fui em direção do escritório. Ela estava lendo algo no computador.

— Tudo bem? – Perguntei, pois ela estava com uma expressão séria.

— Sim, tudo bem! – Não acreditei muito.

— Eu vou deixar você trabalhar... – Nem terminei e ela me interrompeu.

— Linda, vem cá. – Fechei a porta e caminhei em sua direção. — Senta aqui. –  Bateu em sua coxa e eu sentei em seu colo. – Quer conversar agora? – Assenti e escondi meu rosto em seu pescoço, sentindo aquele cheiro maravilhoso um pouco, levantei o rosto e fiquei encarando ela.

— Meu pai sempre trabalhou muito e sacrificou muitas coisas, para nossa família nunca passar necessidade. Quando ele conseguiu abrir aquela empresa, ele trabalhou mais ainda, quase sozinho por estar no começo, até o Chris se formar e começar a ajudar ele. A empresa cresceu bastante e muito rápido talvez. – Ela acompanhava tudo atentamente e acho que ela nem piscava para se concentrar melhor. – Quando eu comecei a trabalhar lá, foi mais como ajudante do meu pai, tipo, quando eu vou trabalhar, que é quase nunca, eu fico na sala dele, o ajudo a se organizar e ele fica desabafando comigo. Fico mais de psicóloga do que qualquer outra coisa. Depois de um tempo, meu pai foi se perdendo e as coisas não iam mais tão bem. Mas um empréstimo ali outro aqui e isso meio que ia dando para levar. Até que nenhum banco mais aprovava os pedidos do meu pai. Minha mãe, Tay e Chris já são acostumados com a boa vida, o que deixava meu pai mais preocupado com o que podia acontecer com a nossa família, se ele tivesse que mudar o padrão dela. Ele me contava tudo apavorado e eu não podia ajudar em nada. Eu namorava o Louis a um tempo. – A expressão dela mudou completamente quando eu citei esse nome. – Ele era um fofo comigo no começo, me tratava bem e estava apaixonada por ele. – Ela fechou os olhos quando eu disse isso. – Um dia eu cheguei a sala do meu pai e Louis estava lá. Ele tinha acabado de ser despedido, eu imaginei que ele quisesse emprego, mas na mesa tinham alguns papéis. Comecei a prestar atenção na conversa, Louis estava oferecendo muito dinheiro para meu pai, ele disse para meu pai, que era amigo de um cara do banco e que o mesmo falou que meu pai estava implorando empréstimos. Meu pai pensou um pouco, mas acabou aceitando a proposta. Nesse contrato tem uma parte que fala que o único que pode desfazer ele quando quiser é o Louis, se meu pai quebrá-lo, ele tem que pagar uma multa enorme.

— Bem a cara daquele idiota.

— Foi aí que começou o meu inferno, ele começou a me tratar como lixo, na frente dos outros um amor, sozinhos... Ele sempre faz menção ao contrato, dizendo que minha família vai pro fundo do poço por culpa minha se eu me separar dele e é verdade,
nós vamos perder tudo se eu o deixar. – Depois ficamos em silencio por um tempo, Camila parecia estar assimilando as informações.

— Você sabe que eu sou bem rica não é?

— Cabello, você sabe que eu não vou aceitar seu dinheiro não é? – Falei e ela deu risada. — O que foi? – Perguntei.

— Tecnicamente, você está usando do meu dinheiro. – Putz! Nem me liguei que o Louis roubou ela. – Mas vamos fazer assim, você vai agora na sua empresa, faz uma cópia desse contrato para mim, uma cópia dos seus balancetes dos últimos cinco meses. –  Ela ia falando e eu ia assentindo. - E uma cópia da margem de lucro ou prejuízo mensal. — Você confia em mim para me entregar todos esses documentos?

— Claro! Mas posso saber o que você vai fazer com tudo isso?

— Bom, já que uma linda olhos verdes, não quer minha ajuda financeira, vou oferecê-la para o pai dela. Vou analisar tudo que há de errado e tudo que vocês precisam. Tipo eu vou ser um milagre para ele.

— Camz, isso é muito dinheiro, não sei se vai valer a pena para você. São muitas dívidas.

— Hey calma! dinheiro, definitivamente não é problema para mim.

— E seu pai? A empresa também é dele. Não sei se ele vai gostar.

— Ele não vai se importar, esse dinheiro vai sair do meu setor, se for mais do que imagino, eu tiro um pouco da minha conta pessoal.

— Isso é muita loucura Camila. Será uma divida eterna para mim. Não sei se me sinto bem com isso.

— Não será. Vocês vão pagar todas as dívidas e vão ter lucros novamente. Vou fazer um contrato, e um pouco desses
lucros voltam para mim, ou seja, vocês vão me pagar. É um contrato empresarial Lauren, estou te dando a liberdade, não precisa ficar comigo por causa disso, eu só não quero te ver sofrer.

— Ficar com você é tudo que eu mais quero! você é minha liberdade! – Quando eu falei isso ela me puxou e me beijou. Um beijo cheio de paixão, eu estava com saudade daquela boca maravilhosa e ela parecia precisar da minha também. Nos separamos quando o ar nos faltou. — Quando que o Louis vai para cadeia?

— Bom, eu tenho que conversar com seu pai primeiro, minha proposta será em cima de que ele cancele todos os contratos que tenha com outras pessoas. Ele provavelmente não vai aceitar por causa da multa do Louis, mas eu vou dizer que o capital de investimento vai ser imediato após a assinatura e ele vai me pedir um tempo para pensar. Talvez eu precise que você converse com ele. – Eu assenti. — Depois eu quero que você descubra o nome do amigo do Louis que trabalha no banco. – Eu assenti de novo. — Ele é a testemunha que falta para esse caso. Mas teu pai tem que quebrar esse contrato, se eu denunciar ele com o contrato em vigor, teu pai e o diretor financeiro da empresa de vocês, com certeza terão que prestar esclarecimentos e eu não duvido que eles sejam presos por não pesquisar a procedência do capital investido neles. – Nossa aquilo me chocou, eu não fazia idéia de tudo aquilo.

— Meu Deus! Isso não pode acontecer, meu pai e meu irmão. – Fiquei meio atordoada com aquilo.

— Hey linda! Calma! Eu não vou tocar no caso Louis, até que seu pai quebre esse contrato. Não se preocupe. Quando o Louis volta?

— Amanhã. – Falei totalmente desanimada

— Bom então vamos ao trabalho!

Estou agradecendo aos céus, por Deus ter colocado uma pessoa como Camila na minha vida sem cor. Ela vai me ajudar e o plano dela é muito bom. Espero que meu pai pense assim também.

Aprendendo A Viver Where stories live. Discover now