27. Revelação

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Camila Cabello|Point Of View


Parei o carro em frente a um posto e Cara desceu. Ficamos esperando um tempo e ela voltou com algumas cervejas.

Taylor: Querem nos embebedar? – Eu e Cara nos olhamos

— Talvez! – Falamos juntas e elas gargalharam

Lauren: Vocês não prestam.

Taylor: Concordo! Mas onde estamos indo?

Cara: Em um lugar bem legal. – Entrei um beco pouco movimentado.

Lauren: Nunca vim para esse lado.

Taylor: Nem eu!

Parei em frente a um prédio velho e abandonado. Cara pegou a chave no porta luvas e saímos do carro. Entrelacei meus dedos com os de Lauren. Cara me entregou as chaves e pegou as cervejas. Abria porta, tudo estava igual. Fazia muito tempo que eu não entrava ali. Depois que todos entraram, tranquei a porta. Subimos as escadas até o terraço, muita escada para falar a verdade. Quando chegamos, tínhamos espalhado rosas por todo terraço, uns cobertores e vários travesseiros. De noite, lá de cima, a vista da cidade toda iluminada é sensacional.

Cara: Eu quero deixar bem claro, que arrumamos tudo assim, mas vamos só conversar, nada de orgia. – As meninas gargalharam.

Taylor: Esta lindo! Eu nem pensei nisso, vocês que são pervertidas.

Eu: Mas eu não disse nada.

Taylor: Cala a boca Cabello, você é a mais safada aqui presente.

Eu: Você sabe que trabalha para mim, pirralha.

Cara: Parou com a discussão interna.

Lauren: Então! Era aqui que vocês traziam as outras? – Começou!

Taylor: É. Esse era um dos truques para deixar elas caidinhas por vocês. – Vish, a Tay também é assim. Cara ficou com uma expressão triste e eu a abracei. Ela me apertou e eu beijei o topo da cabeça dela. — O que houve? – Elas olharam para cena, confusas.

Eu: Bom, quando os pais de Cara morreram. – O queixo das duas caiu e eu estranhei. — Ela não sabia? – Cara negou com a cabeça. — Meu Deus, Linda, desculpa, eu pensei que...

Cara: Tudo bem! Eu ia contar hoje. – Ela virou um pouco de lado, mas seguiu agarrada em mim. – Meus pais morreram em um acidente de carro. Fiquei sozinha, quer dizer, por um tempo, pois virei amiga desse anjo aqui. – Falou bagunçando um pouco meu cabelo. — Quando eu contei que teria que ir para casa dos meus avós, porque era menor de idade e estavam me obrigando. Eu não queria isso, porque só me faria lembrar mais deles. Ela me levou para morar com ela e os pais dela se responsabilizaram por mim. Eles me acolheram como da família. — Eu murmurei um “e você é” e ela sorriu. — Eu sempre vinha aqui, mas tinham vários mendigos e drogados morando neste prédio. Um dia eu trouxe Mila aqui e ela não queria que eu voltasse, por ser perigoso. Eu sabia que ela estava certa, mas era bom ficar aqui, perto do céu, automaticamente, quando chego aqui me sinto mais próxima deles e olhar essa vista. – Estava todo mundo chorando, Cara parecia um bebê mexendo na gola da minha camisa. — Um dia, eu desabei, chorei o dia e a noite toda e Camila ficou desesperada sem saber o que fazer. Ela deitou do meu lado e ficou fazendo carinho na minha cabeça e eu dormi. Quando acordei de manhã, ela não estava, voltou quase meio-dia. Me entregou uma chave e me arrastou para o carro. Me trouxe aqui, quando forcei a porta ela estava trancada. Me dei de conta da chave e abri a porta. Estava tudo limpo e não havia ninguém. Ela disse que esse lugar era meu e quando eu perdesse o controle, ela estaria comigo e ela me ajudaria a vir para cá. Ou eu podia vir quando quisesse ficar sozinha e ela não ficaria preocupada. Desde então, só nós duas subimos aqui e não ficamos com ninguém neste lugar. Vocês são as primeiras e provavelmente as únicas. – Elas ficaram envergonhadas. Taylor puxou Cara e abraçou-a. Lauren se juntou ao abraço.

Taylor: Desculpe, eu não fazia idéia.

Lauren: Perdão Cara, eu nem imaginava também.

Cara: Hey! Tudo bem, eu só quis compartilhar um pouco da minha história com vocês. – Lauren deixou as duas e foi andando em direção ao parapeito do prédio.

Taylor: Te amo!

Cara: Te amo! – Começou a agarração e eu caminhei até Lauren, abraçando sua cintura e repousando minha cabeça em seu ombro.

— Esse lugar é lindo. – Ela pousou as mãos sobre as minhas. — Vocês são incríveis, o pedido, esse lugar, está tudo tão perfeito e eu não sei se mereço tudo isso.

— Você merece muito mais que isso. Vou te mostrar como é ser feliz Lauren. Você abdicou da sua felicidade pelos outros e agora é a hora de viver um pouco para você. – Ela sorriu e virou para mim. — E eu achando que essa vista não poderia ficar mais linda. – Ela corou e eu agarrei sua cintura, a coloquei sentada parapeito do prédio e ela da um gritinho de surpresa com meu ato.

— Você nunca me falou que cantava.

— Você não me perguntou. – Encostei minha cabeça em seu peito e agarrei sua cintura. — Gostou da minha voz?

— Amei! Mais uma coisa para amar em você. – Ela começou a alisar meu cabelo e ali eu me perdi do mundo. Nunca havia me sentido tão bem. — Sua voz é a mais linda que eu já ouvi.

Não mais que a sua. – Ela negou e Cara e Tay se aproximaram, alcançando cerveja para nós. Conversamos sobre assuntos aleatórios e rimos muito. Até que minha amiga larga do nada.

— Vocês tinham que ver a monga que a Cabello virou depois que conheceu a Lauren. – Revirei os olhos. – Tremeu toda, gaguejou me pedindo o teu telefone.

— É amor?

— Que bonitinha! – Taylor disse.

— Vão debochar mesmo? – Elas gargalharam. — Muita moral dona Cara. – Ela me lançou um olhar assassino agora e negava com a cabeça. – Senhora “ela sorriu pra mim e meu coração errou a batida” “Acredita em amor à primeira vista?”

— Que lindinha minha cunhada. – Lauren falou apertando as bochechas da Cara e ela bufava.

— Falou a que me chamou de louca quando eu disse isso e depois que a Lauren saiu da sala ficou “Agora eu acredito” – Cara retrucou.

— Vamos parar com essa entrega, entrega aqui.

Sentamos no coberto e seguimos conversando. Era legal encontro assim, mas eu daria tudo para estar sozinha com a Lauren agora. Ainda mais com esse vestido vermelho. Nossa! O que eu não daria para arrancar ele agora.

— Vamos Laur. Papai ligou várias vezes. Prepara para o sermão. – Lauren revirou os olhos. — Vocês podiam dormir lá em casa hoje. Né?

— É mesmo, vamos, por favor? – Lauren pediu.

— Não! Seu pai pode não gostar. – Cara disse receosa.

Lauren: Que nada!Meu pai gosta de vocês.

Cara: Gosta até a gente pedir para namorar com vocês.

Taylor: Lauren, o que você acha que o papai vai falar sobre o namoro? – Cara ia falar, mas eu fiz um gesto e ela parou.

Lauren: Não sei! Ele pesquisou o passado delas e não gostou nadinha.

Taylor: Só o que falta namorarmos as mais hots da cidade e não poder levar lá casa pra chamar de nossa. – Gargalhamos com essa pérola.

— Obrigado pela parte que me toca. – Pisquei para ela. — Mas eu pedi vocês em namoro primeiro para seu pai. Elas ficaram de boca aberta. — Ele não aceitou bem, mas eu o convenci a dar uma chance para nós.

Cara: É, tudo nos conformes e certinho. Sogrinho apoiando e sogrinha convidando para jantar.

Lauren: Essa me surpreendeu.

Taylor: E a mim então? Estou em choque.

— Qual é? Não somos tão ruins assim.

Cara: É! – Falamos fazendo bico, elas pularam na gente (Cada uma na sua namorada, tá pessoal! Não é orgia) e encheram nós de beijos.

Taylor: É serio vamos para casa. Papai vai nos matar.

Levantamos e saímos em direção à saída. No carro, dessa vez Lauren veio ao meu lado e Cara e Taylor foram no banco de trás se comendo. Quando chegamos lá, entregamos as meninas para o Mike e Clara insistiu para passarmos a noite ali. Aceitamos e as meninas nos arrastaram para cima. Mike e Clara são bem liberais, não falaram nada e só riam da afobação delas.

Aprendendo A Viver Where stories live. Discover now