102. Ciúmes

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Lauren Jauregui  |  Point of View




Quando cheguei a escola do Greg, queria conversar com a professora dele. Estávamos indo em direção a sala, ele na minha frente e eu caminhando devagar. Quando ele cruzou uma porta, uma mulher linda, com algumas tatuagens espalhadas no corpo, o chamou.

— Greg! E a Camila?

— Serve a esposa dela? – Ela virou rápido e me encarou.

— Desculpe, sempre é a Camila que vem...

— Deve ser sobre o Greg que você quer conversar. Sou mãe dele também, pode falar comigo. – Falei cruzando os braços.

— Sou Cléo! – Falou me estendendo a mão. A apertei. — Não era sobre o Greg, só queria ver ela.

— Gosta de “ver” todos os pais dos alunos?

— Não. Só a Camila!

— Bem direta você.

— Bem direta e decidida. Quando eu quero, eu pego. Não desisto fácil.

— Você está me ameaçando? – Falei me aproximando.

— É mais um aviso. – Falou sorrindo.

— Escuta aqui... coisinha, você teve a oportunidade de pegar minha mulher, ela estava triste, em uma boate e bêbada. Eu a tratava de uma maneira horrível. E você não conseguiu... Agora que nossa vida está perfeita, você acha que vai conseguir? Você é patética! Vim aqui porque pensei que você representava algum perigo, mas você só é mais uma vadia oferecida. Camila nunca te pegaria.

— Melhor que você pense isso.

— Eu gosto de vadias como você, que pensam que a Cabello é aquela babaca que comia qualquer uma. Tão ridículas! Aquela morreu! A Cabello de agora passa no meio de todas vocês peladas e nem nota. Ela só tem olhos para nossa família. Sinto até peninha de vocês. Bom, a conversa está boa, mas tenho que conversar com a professora do meu filho. E da próxima vez que você usar esse tom arrogante comigo, te arrebento a cara, na frente de qualquer um.

Fui até a sala do Greg e ele conversava com um colega. Já me aliviou um pouco aquilo. A professora veio até mim. O nome dela era Joana e ela era um amor de senhora.

— Senhora Cabello! Como vai?

— Já pedi para me chamar de Lauren! – Ela sorriu. — Bom, queria ver com a senhora, se o Greg tem alguma dificuldade de se relacionar com os outros colegas... Ele não fala se tem amigos.

— Ele conversa com os colegas, mas é muito ansioso para ir pra casa. Ele tem adoração pela Camila e não esconde que preferia estar com ela do que aqui.

— Isso é ruim?

— Não muito, mas é bom que ele interaja com crianças da idade dele. Ele gosta bastante do Tomy e da Liah. Eles vivem juntos, mas não brincam, só conversam. Eles são bastante maduros para a idade deles.

— Em casa ele brinca muito.

— Isso é estranho. Converse com ele. Se não adiantar, indico nomes de psicólogos para conversar com ele.

— Obrigada, Joana! Desculpe tomar seu tempo.

— Não foi nada! É um prazer! E a baixinha?

— Sendo mega mimada pela Camila, mas bem!

— Camila é um caso raro! – Ela olhou para Cléo, que estava sentada em um banco, conversando com uma criança. — Tome cuidado com essa moça! Ela não esconde o que quer!

— Percebi isso, mas ela não me ameaça. Estou até cansada de tipos como o dela.

— Sim. A idolatria de Camila por você é mais que notável. Isso é maravilhoso. – Sorri como idiota.

— É sim. Até mais, Joana!

— Até!

— Caminhei até o carro e fui para casa. Quando cheguei, Camila estava com o rosto todo borrado. Com um saco de gelo entre suas pernas e com a cabeça repousada na guarda do sofá.

— Amor... – Ela me olhou e sorriu.

— Oi princesa! Senti sua falta.

— Porque você está maquiada? Modo de falar, você está toda borrada.

— Deixei Mer me pintar! Só que ela pisou no meu saco e eu chorei. Ela chorou e eu chorei mais porque a fiz chorar. E depois ela dormiu no meu colo.

— Você os deixa fazerem o que querem de você.

— Deixo! – Falou toda orgulhosa. Fui até a lavanderia e peguei algodões. Uma bacia com água. Sentei de frente para ela e comecei a limpar o rosto dela. — Como foi lá?

— Greg tem dois amigos mais próximos, mas eles não brincam, ficam só conversando.

— Engraçado, ele vive brincando aqui.

— Sim! Temos que conversar com ele.

— Tudo bem. Podemos fazer isso hoje.

— Sim... Sua puta perguntou por você!

— Não tenho puta!

— Aquela petulante me ameaçou. Quem aquela vadia pensa que é? Sorte dela ela ainda ter dentes.

— Você gasta muito sua energia desnecessariamente! Eu não estou nem um pouco interessada nela ou em qualquer outra. Só tenho olhos para você, princesa! Você sabe disso e mesmo assim, faz isso.

— Eu sei, mas eu gosto mostrar que você tem dona. – Falei trilhando beijos pelo pescoço dela. — E que estou sempre por perto e sabendo de tudo.

— Podíamos aprovei...

— MAMA! MAMA!

— Aproveitar e cuidar da nossa filha. – Falei risonha.

— Era isso que eu ia falar.

— Depois de horas tomando chá com as bonecas de Meredith, Camila reclamando por ter que ficar sentada na cadeirinha menor, fui buscar o Greg com Camila e Meredith. Ele sorriu largo quando viu que Camila estava ali.

— Papa! Você veio!

— Vim e quero que você me apresente seus amigos.

— Mas...

— Você não tem?

— Tenho, mas são só amigos daqui. – Nos olhamos confusas.

— Como assim?

— Não quero que eles na nossa casa, para brincar com você. Já divido você com a Mer e a Sofi! Não quero dividir com mais ninguém...

Aprendendo A Viver Where stories live. Discover now