CAPÍTULO 32

1K 126 122
                                    

Quando ele entra no box no domingo, todos aplaudem em pé. A sua garra é algo que ninguém mais tem, não adianta. Não parece nem nervoso, nem receoso - muito pelo contrário. Ele está feliz, até sorrindo.

Ele quer correr.

Faz os seus exercícios de reflexo e o seu preparador dá sinal verde de que está normal para competir. Essa foi a única exigência de Skeet para embarcar nessa loucura com ele. Até porque, o homem sabe que não adiantaria tentar parar Cole. Era perigoso que o idiota corresse usando qualquer coisa com rodas que encontrasse.

Cara, ele correndo atrás dos carros com uma bicicleta da Barbie seria impagável.

Com essa imagem mental maravilhosa, eu vou avisá-lo de que está na hora de se preparar para correr. Eu o deixo se trocando e volto para a garagem, olhando no relógio. Faltam apenas quinze minutos para termos que estar na pista.

Onde ela está?!

Faço um post mostrando o carro pronto para correr, graças ao esforço surreal da nossa equipe em mais um final de semana cheio de emoções. Então Cole chega já vestido e eu o vejo lutar para vestir as luvas, por cima da faixa que ainda está nos seus dedos.

- Ele vai ficar bem. - Madelaine esfrega as minhas costas, percebendo a minha emoção. - Se tem alguém que pode dirigir com uma mão só, esse alguém é Cole Sprouse.

- É verdade. - Consigo dar um sorriso, que escorrega do meu rosto assim que eu vejo a minha "surpresa" entrando pelo box.

Que os céus nos ajudem.

É agora.

Sua mãe olha ao redor, meio nervosa, meio ansiosa, e então vê ele todo vestido e paramentado. É só o que precisa para ela começar a chorar. A mulher fria que eu conheci nem parece essa pessoa, que corre para se jogar nos braços do seu filho, dando um abraço de verdade nele. Nada de abraços de cacto dessa vez, amém.

O que uma quase morte não faz, não é?!

- Você está bem! Você está bem mesmo! - Ela fala segurando o seu rosto, como se procurasse por hematomas, cortes, ou sei lá. - Quando eu vi o acidente, Mitchell...

- Mãe, eu estou bem. - Ele balança a cabeça, parecendo não entender o que está acontecendo. - Como você chegou aqui?!

- A Lili me ligou e me pediu para vir.

Olha só! Ela acertou o meu nome.

Estamos fazendo grandes progressos por aqui hoje.

- A Lili te ligou? - Ele pergunta incrédulo.

- Uma jovem cheia de opiniões ela, não? - Acho que essa é uma forma interessante de me definir. - Algumas eram um pouco duras, mas algumas eram exatamente o que eu precisava ouvir.

Ele se vira para me olhar e eu ergo o queixo para enfrentá-lo.

"Sim, eu fiz isso. Aceita que dói menos."

- Eu precisava te ver. Precisava dizer...

- Eu vou correr, mãe. - Ele interrompe como se dissesse "nem adianta tentar me impedir".

- Eu nunca te pediria para não correr. Não mais. - Ela coloca a mão na sua bochecha, meio incerta. - Só queria pedir desculpas, filho. Por tudo.

Eu vou saindo devagar e deixo que conversem com privacidade. O meu trabalho ali está feito. Só espero que ela escute tudo que eu falei mesmo, incluindo a parte da terapia para o luto. Ela faz o Cole sofrer, mas não deve ser fácil viver dentro da sua cabeça também.

BAD SPROUSE || adaptação sprousehart Where stories live. Discover now