CAPÍTULO 25

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- O que está errado com vocês? - Skeet pergunta no meio da nossa reunião semanal, olhando para mim e para Cole.

- Nada. - Respondemos em conjunto, como uma dupla bem ensaiada.

- Não subestimem a minha inteligência. - Ele revira os olhos. - Você está vestido como um fucking príncipe encantado e não reclamou nenhuma vez. Isso não é normal.

Cole chegou no circuito e foi direto para a reunião, sem ter tempo para tirar o seu traje daquele sábado. Então, no momento, está discutindo melhorias na sua caixa de embreagem usando uma blusa cheia de bordados, babados e mangas bufantes. Estamos em um principado, nada mais justo do que ele se vestir de príncipe, oras.

Eu sou genial, eu sei.

- Depois do alce no Canadá? - Dá de ombros. - Nada mais me afeta.

- E quanto a você? - Skeet volta sua atenção para mim. - Nenhuma resposta espertinha, chegou aqui elogiando a minha gravata e ainda trouxe café para todos. Não pode dizer que isso é normal!

- O amor faz milagres, chefe. - Drew cantarola daquele jeito irritante e eu empurro sua cadeira, fazendo com que caia com as pernas para cima.

- Se não tem mais nada a ser discutido, a não ser o fato de que eu estou me comportando exatamente como me mandou fazer, vou para a garagem. - Cole anuncia ficando em pé.

- E eu prometo que vou gritar com alguém antes do almoço, só para você ficar feliz. - Fico em pé também e saio da sala atrás do meu fofuxo, dando um aceno para o resto da equipe.

Andamos em silêncio até chegar ao lado do seu carro no box e eu mordo os lábios, meio nervosa, meio constrangida. Não temos conversado desde aquele dia da invasão. Aparentemente, nenhum de nós sabe como voltar para aquele papo.

- Boa sorte no treino. Vou estar na sala de imprensa, se precisarem de mim. - Começo a sair, mas ele me chama daquele jeito.

- Reinhart?

- Sim?!

Espero que fale alguma coisa e os seus olhos me fazem pensar que queria dizer algo importante, mas parece desistir no meio do caminho, como sempre.

Eu entendo a batalha que está travando.

Nós ainda não conseguimos admitir o que estamos sentindo, ainda não conseguimos fazer algo sobre isso. Nós não estávamos preparados para ser atropelados por isso e nós nem temos certeza se sabemos o que é isso!

- Está tudo bem. - Falo e dou um sorriso fraco.

Queria poder dar um beijo na sua bochecha, mas o pessoal que saiu da reunião e os mecânicos estão todos ali, nos olhando com curiosidade. Então, me resumo em piscar para ele, antes de fazer o meu caminho para fora.

Ou de tentar fazer o meu caminho para fora.

Um garotinho minúsculo corta a minha frente, quase me derrubando ao passar correndo e se joga nas pernas dele, abraçando com força.

- COLE!

- Hey, carinha. - Ele se abaixa para ficar na mesma altura do garoto, depois de superar o choque inicial. - De onde você veio?

- Eu queria te conhecer, mas minha tia disse que eu não poderia, aí eu fugi. - Ele tagarela e dá um sorriso arteiro, mostrando um dente que está faltando bem na frente. - Você é o melhor. O MELHOR! Aquela ultrapassagem pela direita no Charles no GP do Brasil? Foi ANIMAL. Eu corro de kart ainda, mas vou ser melhor do que você um dia. Se ainda estiver correndo quando eu chegar na Fórmula A, vou te fazer comer poeira.

BAD SPROUSE || adaptação sprousehart Where stories live. Discover now