CAPÍTULO 12

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Tomo um banho caprichado, lavo o cabelo e paro na frente da minha mala, tentando decidir o que usar. Acho que o ideal seria um equilíbrio entre parecer casual e ainda estar um pouco arrumada - porque realmente não tenho certeza de que esse é um encontro de verdade.

Acabo escolhendo um vestido de verão simples e os meus all stars, porque gosto de dirigir no simulador usando tênis. Sou praticamente uma profissional!

Ouço uma batida na porta e vou toda saltitante atender, esperando encontrar Drew usando nada além de uma calça de moletom. Poxa, se ele quisesse brincar usando só uma cueca, eu não acharia ruim.

Mas não é ele do outro lado.

- Cole?!

- Vamos?! Os simuladores estão montados no quarto aqui do lado.

- Ahn... - Franzo o cenho. - E o Drew?!

- Deve estar chegando. - Dá de ombros e começa a andar em direção à porta que indicou. Eu pego o cartão-chave do meu quarto e o sigo, sem ter outra opção.

É. Acho que não era um encontro, afinal.

Ou, se era, Cole acabou de arruiná-lo.

Ele destranca a porta e entra como se fosse normal estarmos sozinhos em um quarto escuro. Está usando uma calça de moletom da Alpha, uma camiseta simples, o boné que foi costurado na sua cabeça e... meias coloridas?!

- É o Bob Esponja aí na sua meia?!

- Drew me deu no último natal. - Ele olha para baixo e faz uma careta. -Ficariam ótimas com a minha nova fantasia de coelho.

- Mas ficariam ainda mais incríveis com uma fantasia do Bob Esponja. -Provoco, fingindo pensar nessa ideia e ele finge ter um arrepio.

- Sua mente maléfica não tem limites, Reinhart?!

- Limites?! Não sei nem o que essa palavra significa.

Ele se senta todo confortável na cadeira de um dos simuladores e o cheiro do seu perfume se espalha pelo ambiente. Um cheiro que já me é familiar.

Estava na manta, estava no carro, está em mim após o final de cada dia...

- Quer ir começando até ele chegar?

- Ahn... - Aparentemente “ahn” é só o que eu sei falar agora. - Tudo bem.Você já jantou?

- Pedi que entregassem o meu jantar aqui. - Coloca seus fones e ajusta a distância dos pedais, parecendo totalmente à vontade.

Eu estou perdida, bem perdida.

Bem nervosa também.

Fico extra consciente de mim mesma, de um jeito que não costumo ficar.

Droga, não sei o que há de errado comigo, mas com certeza há algo errado.

Decido superar, seja lá o que for isso, e ando até a minha cadeira, ajeitando os meus pedais e o meu volante, antes de colocar os fones.

- Eu sugiro configurações padrão para os carros e danos reduzidos.

- Ok. - Concordo. - Vamos correr no Brasil, é a minha pista preferida.

- Tudo bem por mim. Qual jogador você vai ser? - Pergunta, passando pelos avatares.

- Você. - Respondo sem pensar, porque ele é sempre a minha escolha.

- Você não pode ser eu. - Ele franze o cenho, me olhando de lado.

- Por que não? - Retruco na hora.

BAD SPROUSE || adaptação sprousehart Where stories live. Discover now