CAPÍTULO 27

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Essa é a declaração silenciosa mais incrível que uma garota poderia receber.

Eu nem paro para pensar, apenas tiro os meus sapatos e me enfio do outro lado da cama, passando o braço pela sua cintura fina, precisando ficar perto dele, precisando senti-lo de alguma forma.

Eu esfrego o nariz nas suas costas, sem resistir. A sua pele está fria como sempre e cheirosa como sempre. Depois de alguns segundos, eu o sinto se mexer e ele ergue a mão para entrelaçar os nossos dedos.

Uau.

Ok, isso é bom.

- Eu ouvi a sua conversa com Drew hoje mais cedo. - Confesso baixinho e ele suspira.

Eu não conseguiria mentir, não conseguiria fingir que não ouvi.

Vejo a tensão crescer nos seus ombros ao saber disso e ele se vira, ficando de frente para mim. Os olhos azuis estão sonolentos, mas cheios de emoções conflitantes. Exatamente como os meus devem estar.

- Eu estragaria tudo, Reinhart. - Ele fala, franzindo o cenho.

- Se algo rolasse entre nós? - Pergunto, tentando entender o que quis dizer e ele concorda com um aceno de cabeça. - Pode ser que eu estrague tudo. Você me conhece bem o suficiente para saber que não seria difícil de acontecer.

- E a gente briga o tempo todo. - Ele acrescenta.

- E a gente se provoca o tempo todo. - Eu concordo.

- Mas eu penso em você o tempo todo também. - Cole admite e eu mordo os lábios, absorvendo as suas palavras. - Eu não sei como aconteceu e eu não sei o que fazer. Eu nunca... Nunca...

- Nunca me senti assim também. - Completo para tentar ajudá-lo e ele fecha os olhos ao ouvir as minhas palavras.

Então, volta a me encarar e sua mão sobe para o meu rosto. Começa a brincar com uma mecha do meu cabelo, enquanto se perde em pensamentos, apenas me olhando daquele jeito meio hipnotizado. Como se apenas gostasse de olhar para mim.

- Nós somos sempre sinceros um com o outro, certo? - Pergunta depois de um tempo.

- Até demais, eu diria.

- Preciso te falar uma coisa, mas se você rir, o seu Falcon vai aparecer misteriosamente riscado em uma bela manhã. - Ele ergue uma sobrancelha todo ameaçador e eu só reviro os olhos.

- Prometo que não vou rir.

- Eu não sei como começar.

- Como começar o quê? - Franzo o cenho, sem entender.

- Nós.

Parece tão adoravelmente envergonhado e enfurecido por estar envergonhado que eu nunca poderia debochar dele. De todas as caretas que já o vi fazer para mim, essa é a minha preferida com certeza.

- Como você “começa” normalmente? - Pergunto segurando o riso a todo custo, pelo bem do meu Falcon. - Como convence quatro modelos a se pendurarem no seu pescoço e irem para o seu quarto de hotel?

- Não é a mesma coisa aqui. - Ele protesta, revirando os olhos.

- Por que não?!

- Porque você é você. - Fala com simplicidade, ainda brincando com o meu cabelo. - Você não cairia na minha lábia.

- Não vai me fazer o discurso “só teremos uma noite e nada mais?”. Poxa, estava esperando ansiosa por essa parte.

- Sabia que aquela modelo da Austrália me mandou uma mensagem falando para eu pegar leve com você? - Dá uma risadinha e balança a cabeça. -Porque você era uma garota muito legal.

BAD SPROUSE || adaptação sprousehart Where stories live. Discover now