CAPÍTULO 17

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Ele aponta para um antiquário chique e eu colo os meus braços ao lado do corpo antes de segui-lo, já com medo de esbarrar em algo. Tudo ali parece antigo, precioso e ridiculamente caro.

Cole vai procurando pelas prateleiras, andando em todos os corredores, parando para ver algumas coisas, mas nada parece agradá-lo.

- Então, estamos procurando por algo específico? - Pergunto para tentar agilizar o processo.

- Hoje é aniversário da minha mãe. - Ele responde sem me olhar, analisando um castiçal antigo. - Pensei em dar algo tipo um porta-joias, ou uma caixinha de música. Ela costumava colecionar essas coisas.

Ok, por essa eu não esperava.

É a primeira vez que cita a sua mãe...

Relacionamentos e família? Estamos um bocado pessoais hoje.

- Eu vi uma. Vem até aqui comigo.

Eu chamo e volto para perto da entrada da loja, na vitrine. Mostro uma caixa revestida de espelhos trabalhados, com aparência antiga e valiosa. Deve ser um conjunto, porque ao seu lado tem mais duas caixas menores, com o mesmo estilo intrincado.

- É perfeita.

Ele passa o dedo pelo fecho de uma delas, seus olhos ficando um pouco mais suaves e acho que se perdeu em lembranças ali por alguns segundos.

Decido dar um pouco de espaço ao homem e vou procurar um vendedor para nos atender. Quanto menos o senhor “ídolo nacional” se expor, melhor.

Encontro uma jovem atrás de um balcão nos fundos e ela me cumprimenta com um sorriso gentil. Volto para frente, para mostrar o que queremos levar e acho que vamos acabar com isso antes do que eu imaginava.

Sucesso!

Só não contava com o jeito que a atendente arregala os olhos assim que entende quem é o seu novo cliente. Ela congela no lugar, antes de começar a gritar como se tivesse visto o próprio carcaju do apocalipse.

Ah, mas que saco.

- Ele é... Ele é...

- Não, não é. - Eu interrompo o seu showzinho. - Esse é o irmão gêmeo dele, Cody. Um contador muito tedioso que só quer comprar essa caixinha. Agora, será que dá para embalar para presente?

- É ele! - Ela aponta e vejo que a sua mão está tremendo. - Eu sei que é ele! Eu o reconheceria em qualquer lugar! Eu o amo!

- Acredite em mim, você não ama. Você nem o conhece. - Reviro os olhos e viro para o imbecil, que parece estar se divertindo muito com tudo isso. - Você conhece essa mulher, Cody?

- Não. - Ele segura um sorriso. - Nunca a vi.

- Viu só?! Ninguém se conhece, ninguém se ama. Agora, pode embrulhar o nosso pedido? - Ao invés de me obedecer, ela se joga no pescoço de Cole e dá um tipo de abraço nele que mais parece uma tentativa de enforcamento.

Ai, minha paciência.

Eu pego as coisas que escolheu e levo para o caixa, deixando que ele lide sozinho com a sua fã número 01/amor da sua vida. Arranco as etiquetas, coloco tudo em uma sacola decorada, amarro um grande laço vermelho e passo eu mesma o valor astronômico no meu cartão.

Cole vai ter que me ressarcir por essa depois, porque esse dinheiro está saindo direto do meu frágil e precioso fundo do scarpin. Precisamos lembrar que é esse mesmo scarpin que mantém o Sprouse vivo.

Deixo o comprovante de pagamento ao lado das etiquetas e volto para onde larguei os dois.

- Mas por quê? Não pode ser por causa dela! - Ela implora, segurando no braço do homem com desespero. - Quer dizer, olha para ela e olha para mim!

BAD SPROUSE || adaptação sprousehart Where stories live. Discover now