03 › Adaptação

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Eu permaneci em silêncio.
Ainda não confiava neles o bastante para revelar meu passado, como fui criada e informações ainda mais pessoais e valiosas sentimentalmente com a minha guardiã. Então apenas respirei fundo e fiz uma revelação parcial.

— Alguém matou uma pessoa muito importante para mim. — Kakashi tirou o foco da frigideira e olhou nos meus olhos, mas eu permaneci impassível, também dominava linguagem corporal. — Mas eu não sei quem foi, e já faz alguns anos. Suspeito que tenha sido da CIA.

— Você ainda não confia em nós. Nós ainda não confiamos em você. — Ele brincou com as palavras enquanto refogava o repolho. — Ainda. Quando achar que é seguro, nos conte mais sobre. Você tem cinco anos garantidos, afinal.

— Certo.

O almoço foi relativamente tranquilo, embora apenas eu e Kakashi tenhamos almoçado juntos. Os outros três saíram ou estavam dispersos em algum lugar da mansão fazendo sabe-se lá o quê.
Mesmo enquanto comia, o Hatake não se importava em continuar a sua leitura; chegamos a comentar sobre Corte de Névoa e Fúria em alguma parte da refeição, onde eu havia dito que ACOTAR era a minha saga de livros favorita e ele passou a me olhar torto enquanto eu falava sobre como o livro me chamava atenção — eu entendi o olhar e quase corei pelo motivo, já que, de acordo com o fandom, é basicamente um "pornô feérico".

Mas não tivemos tempo de lavar a louça quando Aizawa reapareceu, nos solicitando para uma pequena discussão na sala. Eu e Kakashi fomos até o cômodo, encontrando Gojo, Levi e um notebook na mesinha do centro.
Aparentemente eles estavam em uma ligação com alguém, mas tive certeza quando vi três mulheres na tela, cada uma em seu próprio ambiente.

A primeira, com cabelos curtos e castanho-escuros, usava um colete — não um de aço ou à prova de balas, mas como uma roupa — preto com detalhes cinzas e tinha uma feição séria, apesar de empática.
A segunda, com cabelos rosa e intensos olhos verdes, usava um terno — que só podia ser visto desde o busto até o pescoço, de qualquer forma — também preto e luvas da mesma cor.
A terceira, com uma cicatriz horizontal que cobria uma boa parte do sua bochecha direita, o nariz e finalizava-se na metade da outra bochecha. Ela tinha cabelos longos, em um preto-azulado e parecia usar um kimono branco.

Eu me sentei numa poltrona disponível, exatamente às frente do notebook, tendo Aizawa e Ackerman do meu lado direito e Gojo e Hatake do meu lado esquerdo.

— Essas são Ackerman Mikasa, Haruno Sakura e Utahime Iori. — Levi disse e elas acenaram com a cabeça em um cumprimento silencioso, eu repeti o movimento. — São as líderes dos Clãs que compõem a Tríade mais importante da Yakuza, como você bem sabe. Elas queriam vê-la.

— Ah, e os seus papéis chegaram. — Gojo acrescentou, apontando para um envelope laranja na mesa. Eu apenas assenti e voltei a focar nas mulheres.

— S/n. — Mikasa me chamou atenção e eu a encarei. — Por que aceitou trabalhar para nós?

"Nós"? Achei que estivesse trabalhando apenas para os Quatro.
Mas isso não importava agora, não quando minha resposta iria definir a opinião delas sobre mim, quando qualquer coisa pessoal demais que eu falasse pudesse ser vista como espionagem, aproveitamento, traição e/ou insulto.
Com eles, eu poderia me vingar da pessoa que matou a minha guardiã, estaria livre da CIA e viveria em luxo.
Além da adrenalina e do perigo, que já não fazia tanta diferença para alguém que não se importava muito se estava viva ou morta — ao menos não depois da minha vingança.

— Porque o salário que eles me ofereceram é ótimo. — A decepção que se instalou na sala foi quase cômica.

— Você pode ser treinada pela CIA, mas eu reconheço uma mentirosa quando vejo uma.

𝐂.𝐈.𝐀  || 2d × Reader (PT-BR)Where stories live. Discover now