A Amante do Meu Marido (Concl...

By OlivinhaRodrigo

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+18 (hot fanfic) Camila Cabello vai atrás da suposta amante de seu marido para tirar satisfações. O que não... More

Apresentação das Personagens
01 • Treason
02 • Overcoming
03 • You again?
04 • (L) The Biggest Mistake
05 • Camila Mendes
06 • Jaguar's Agency
07 • You're Welcome
08 • From Home
09 • (F) Sweetest
10 • Bets and Surprises
11 • (F) Without commitment
13 • Good and Hot Blackmail
14 • (L) All Night
15 • (C) She Loves Control
16 • Revenge
17 • Lauren's back
18 • Charlotte
19 • (L) Take a Shower
20 • Hackers
21 • Loyalty
22 • Meeting
23 • Karla Camila
24 • Miami Beach
25 • (F) This Love
26 • Discovery
27 • Precipitation
28 • Playing dirty
29 • (L) Lustful desire
30 • November 25th
31 • If there's love...
32 • Fifteen minutes
33 • (L) Tokyo
34 • Gift
35 • (C) Leash
36 • Christmas Night
37 • Alexa Ferrer
38 • Back to Black
39 • (L) Solutions
40 • Last Piece
41 • (L) Table
42 • The Judgment
43 • Santa Maria, Cuba
44 • Michael's Promise
45 • (F) My Husband's Lover
(L) ESPECIAL 1 MILHÃO DE VIEWS

12 • The pression

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By OlivinhaRodrigo


EU VOLTEIIIIIIIIIIIII!

As calcinhas de vocês deveriam estar meio que "nossa, finalmente uma semana seca, heim?" KKKKKKKKKKKK

Gente, antes de tudo, espero de coração que quando eu cito que a Lauren está de terno, vocês não pensem algo diferente disso daqui:

Sério. Olhem essa mulher. 

Qual é a favorita de vcs? A minha é com certeza aquela que ela está de terno 🛐

Hoje será, pela primeira vez, uma postagem dobradinha!!! Seria um cap só na verdade , mas como deu mais de 10.000 palavras, resolvi dividir para não ficar muito pesado e acrescentar mais algumas coisinhas!❤️  Boa leitura, pessoal! ❤️

qualquer erro ortográfico, me avisem nos comentários, pf! Não revisei mt esse cap.

•°•°•

Camila Cabello P.O.V.

— Bom dia, meninas! — atrasada, cumprimentei Lucy, Becky e Keana à medida que também ia soltando meu cabelo que estava preso em coque completamente mal feito devido à correria. — Desculpem o atraso, o ônibus quebrou no meio do caminho...

Ou talvez eu tenha passado um pouquinho do horário, cansada, porque tinha ficado tempo demais no carro de minha chefe na noite passada e agora estou arrumando uma desculpa para ocultar a verdade. Mas assim... Só talvez.

— Na minha época, descontavam o dia quando as modelos chegavam atrasadas por mais de uma hora...— então Alexa entrou no estúdio, como de costume segurando um copo do Starbucks, uma ficha de anotações e um sorriso arrogante.

— Não ligue para ela, Mila — prontamente Keana chegou para cochichar no pé do meu ouvido — Parece que surgiu um problema sério, e a Lauren a culpou por falta de supervisão e comprometimento. Ela está descontando a raiva em todo mundo. 

A sócia secundária da Jaguar's fora se aproximando de onde nós duas estávamos. Assim como sua ex-mulher, não conseguia tirar os olhos de mim, por mais que agora eu soubesse que, de sua parte, se tratasse especificamente do motivo de Lauren fazê-lo. E para ser ainda mais sincera... Era divertido vê-la assim — ainda mais depois do que aprontei com o pescoço de Lauren ontem a noite.  

 — Bom dia, Camila. — levantou uma sobrancelha, analisando-me de cima a baixo. — Isso abaixo dos seus olhos são olheiras? — apontou para elas como quem nunca tinha visto uma na vida. Sem filtros, afirmei que sim. — Ótimo. Temos olheiras e uma modelo desarrumada. — começou a bater palmas, gesto ao qual sinalizava que queria mais agilidade de sua equipe.  — Vá depressa para o backstage, Camila.  — novamente me olhando com desdém, fez um sinal para eu caminhar até o local que havia ordenado aos berros. Naquele instante, as cinco garotas que estavam organizando o estúdio, incluso Becky e Lucy, pararam para observar atentas a cena. — Ande! Está atrasada! Não fique me olhando!

Não, eu definitivamente não era mulher de abaixar a cabeça e acatar ordens de pessoas insolentes tal como Alexa. Mas era evidente que a minha retribuição estava mais do que tatuada na pele da mulher que um dia fora sua, logo, acredito que já fiz o suficiente para suprir os desaforos da própria por pelo menos esta semana. Portanto, apenas coloquei minha bolsa em cima da primeira poltrona que avistei e, sem nenhuma pressa e até aproveitando para pegar um cafezinho, me encaminhei até a sala que ela havia apontado. 

Quinze minutos depois, Ariana chegou no aposento. Ela segurava uma pasta, onde trazia a impressão de estar sobrecarregada ou extremamente ocupada com algo.

— Bom dia, Srta. Cabello. — estendeu-me uma folha mal olhando nos meus olhos de tanta pressa que parecia ter — Esse é o seu cronograma de hoje.

Pego com um sorriso curvado nos lábios e um bocejo na boca. Eu definitivamente teria que aprender a medir meu horário caso rolasse mais noites como aquela, dado que quando eu chegava em casa,ainda precisava fazer a janta para a marmita de Shawn e ajeitar algumas bagunças que inevitavelmente vinham a aparecer antes de me deitar. 

— Obrigada, Srta. Grande. — ela assente e se retira de imediato, digno dela mesma, já que era a pessoa que eu menos via e conversava de toda a agência.

Ao que terminavam de preparar a minha pele e cabelo, resolvi bisbilhotar a lista que Ariana entregara na minha mão.

Não que eu neste exato momento estivesse me sentindo importante ou algo do tipo, mas a última vez que eu recebi um cronograma foi no dia do meu casamento. Isso era incrível e me valorizava, de certa forma.

— Desfilar?!— faltei saltar da cadeira ao que Tiffany, a cabeleireira, também se assustou. — Como assim "desfilar"?!!! — olho de um lado para o outro, nervosa — Díos...

— Quer que eu chame a Keana, Camila? — sem motivo algum comecei a tremer de medo.

Era óbvio que a minha função exigia essa competência e habilidade, eu só não sabia que seria pedida em um dia comum, sem treinos, e sem... Avisos prévios?

— Sim, p-por favor... — meu coração faltava sair pela boca na mesma proporção que minha garganta ficava seca. — Senhor... — praticamente faltei me descabelar e arruinar tudo que a pobre Tiffany estava fazendo com tanta dedicação.

— Camila! — a garota chegou num solavanco e de olhos arregalados. Era a primeira vez que eu a via berrar. — Desculpe-me chegar só agora, definitivamente está um B.O tremendo essa agência hoje, você não tem noção! — aproximou-se depressa. — O que houve?

— Srta. Marie, a Srta. Grande me deixou essa lista aqui...— mostrei-a mais trêmula que vibrador — E está em negrito que as cinco horas da tarde eu vou desfilar! Tipo.. — fiz uma pausa dramática por minha ansiedade ser legitima —...hoje! Hoje eu vou desfilar sem ao menos ter... TREINADO ANTES?!

— Calma, calma... — pôs as mãos na cabeça, provavelmente com dor. E eu tinha ciência que meu comportamento não estava sendo lá o dos mais maduros, mas... — Não sabemos direito quem antecipou o encontro que estava agendado pro mês que vem, mas o empresário cubano foi convocado para vir hoje para te conhecer. — se justificou rapidamente  — Ninguém estava esperando também... — mostrou as duas mãos como quem estivesse querendo se livrar da culpa.

— Srta. Marie, eu não sei desfilar! — digo super objetiva e com todas as palavras.

— A nossa treinadora de desfiles já está aí. Não é nada fora do normal, Camila, acredite... — passou por detrás da cadeira, massageando meus ombros com aquelas mãos delicadas — E outra, você também não sabia posar quando entrou aqui. E em quinze minutos fizera desse estúdio um verdadeiro ensaio fotográfico.

— Mas é diferente! — eu sentia uma queimação extremamente forte na garganta. — Eu acho que não consigo... — era horrível ter que admitir a minha derrota em voz alta, mas se eu não fizesse isso, provavelmente não só botaria fim na minha tão sonhada meta do apartamento próprio, como também afundaria o nome da Jaguar's no mercado mundial. E eu definitivamente não precisava desses dois pesos nas minhas costas. 

— Relaxe... — fechou os olhos e respirou fundo, sinuando para que eu seguisse o seu gesto — Vou chamar a Tiffany para terminar o seu cabelo e a maquiagem. Em seguida, quero que você vá para o estúdio. Estamos te esperando.

— A treinadora é você? — minhas sobrancelhas se curvaram em curiosidade.

— Para ética e porte, sim. Mas a profissional que treina as modelos para o desfile é outra.

— Então quem é essa pessoa?

— Clara. 

— Ainda não sei quem é... — um nome jovial desses, tenho certeza que deveria ser uma boa pessoa.

Uma pessoa melhor que Alexa, no mínimo.

— A mãe da Lauren. Clara Jauregui, ex-modelo daqui.

. . .

Filho de peixinho, peixinho é. 

Esse ditado nunca fizera tanto sentido para mim quanto agora, de frente para a verdadeira Sra. Jauregui da Jaguar's. Uma mulher de cabelos curtos e escovados, extremamente elegante. Olhos colossais, puxados para um verde-mel. Postura ereta e nariz elevado, ao que trajava uma calça flare jeans, acompanhada de uma camiseta branca de mangas curtas, sem botões, que contrastava perfeitamente com o fino colar de ouro e o salto plataforma vizzano. 

Era muito mais além do que a aparência de pessoa imponente, era o jeito. Clara Jauregui tinha exatamente todos os detalhes de Lauren. Com isso, percebi que a arrogância vinha de berço após essas duas horas de ensaios. A maneira que ela queria controlar até o meu jeito de respirar enquanto caminhava. Meu olhar. Tudo.

— Fui a primeira modelo daqui — se gabou pela terceira vez em menos de três minutos. Juro que se não fosse uma mulher acima da meia idade, eu já teria dado as costas ou afrontado assim como faço com Alexa. — Tenha certeza que todas as minhas exigências são pertinentes, querida Camila. 

— Não estou duvidando da sua capacidade, senhora. — faço um gesto com as mãos — Apenas vou tomar um copo d'água, tudo bem? Me sinto sedenta. 

— Certo. 15 minutos de descanso são o necessário. — virou-se de costas, deixando para trás a fragrância doce e um tanto enjoativa de seu perfume. — Te espero no estúdio em que as meninas se encontram, Camila.

— Certo, Sra. Jauregui — pego meu celular que está em cima do balcão, sem olhar em seus olhos intimidantes, dado que meus joelhos estavam implorando por descanso após duas horas de ensaio em cima daquele maldito salto-alto desconfortável. 

Lauren: Camila.  — 10:45 a.m.

As primeiras mensagens eram dela, o que de certa forma me instigou, pois desde o dia do club, eu não a via me mandar um SMS sequer.

Lauren: Aonde você está? — 10:45 a.m.

Lauren: Clara já está aí com você? — 10:50 a.m.

Me: Esteve e estará por mais uma hora daqui a 13 minutos.

Me: Ela me deu alguns minutos de descanso. — 11:30 a.m.

Sento-me no sofá, suspirando pesado e exausta, enquanto estranhamente me sinto à vontade para desabafar com Lauren pelo chat do Instragram.

Lauren: Aonde você está, Camila?

Me: Na sala 4 do andar 3.

Me: Por quê?

Lauren: Eu preciso falar com você.

Assim que leio aquela mensagem, algo no meu estômago começa a borbulhar. E não, definitivamente não era fome. Reli a mensagem para ter certeza que se tratava de um assunto sério, uma vez que se fosse algo banal, ela não se privaria de mandar uma mensagem antes, se explicando.

Lauren: Pode me encontrar na minha sala neste instante?

Me: Você não pode vir aqui? — arrisquei.

Lauren: Precisa ser a sós, Camila.

Lauren: Venha o mais rápido possível. 

Lauren: É algo urgente e que precisa ser resolvido. 

E saiu da conversa sem me dar demais informações, onde eu me levantei quase que esquecendo-me do vestido de calda longa e salto-alto que calçava. Olhei para os lados para me certificar de que ninguém tinha visto minha cambaleada. Em seguida, apressei os passos em direção da sala de Lauren, perguntando-me em pensamentos  do porquê de eu ainda não ter avisado a ela que nunca se pode deixar uma pisciana ansiosa ou desconfiada. 

— OI?! — entro sem bater na porta, uma vez que meu coração faltava sair pela boca pela segunda vez no dia.

Era o Shawn que tinha descoberto tudo. Eu tinha certeza que era isso. 

— Olá, Camila — sem sorrisos, acenou com a cabeça para que eu entrasse — Tranque a porta, por gentileza. — faço-o, mas faço tremendo de medo seguida das esmeraldas que já estavam sobre o meu corpo. 

Aposto que alguém da agência tinha nos vistos ontem a noite. Não é possível. Tinha que ser um desses dois.

— Obrigada por ter vindo tão rápido. — diferente das mensagens, Jauregui não agia como se estivesse vulnerável a uma descoberta; pelo contrário, ainda arrumou coragem para indiscretamente me cortejar de cima a baixo conforme também curvava um sorriso nos lábios sem mostrar os dentes.

— O QUE ACONTECEU?!! — meu peito subindo e descendo, minha maquiagem quase indo para o ralo após essa corrida que dei até chegar aqui e outras coisas que me impediam de falar sem quase me descabelar com ela. — HEIM?!!!!

— Nada. Só queria te ver. — pôs as mãos no bolso da calça, sinuando se aproximar de mim. — O que foi? — mas felizmente indagou assim que me viu cruzar os braços abaixo do peito.

— Como assim "me ver"? — meu queixo foi parar no chão à medida que minhas inseguranças davam uma aliviada no peito. — 'Tá falando sério, Lauren?! 

— Sério "o quê"? — aquela cara ingenua que fazia não me era novidade. E só quem não  conhecia Lauren Jauregui de fato, que a comprava. 

— Pediu para eu vir aqui só para...  isso?

Michelle umedeceu o lábio inferior como quem estivesse adorando me ver ali, furiosa e prestes a enfiar na goela dela o celular que estava na minha mão. Juro que em nenhum momento eu estava retribuindo seus flertes. Afinal? Tínhamos combinado de que se houvesse outras noites como aquela de ontem, nenhuma se daria ou iniciaria dentro da empresa igual daquela vez no elevador. Que o ambiente corporativo seria único e exclusivo para tratar da verdadeira razão social do negócio. Sem olhares, sem tensões, sem falas inconvenientes.

— Você está linda, Srta. Cabello. — mas Lauren quebrava as próprias regras. Na verdade, sinto que ao menos se esforçava para tentar seguir isso. 

— Por sua causa, eu só tenho nove minutos de descanso agora. Ótimo... — bato meus pés no chão, ignorando suas jogadas ao que virava as chaves na maçaneta para sair. — Quando precisar de algo realmente importante, Sra. Jauregui-

— Camila? — por algum motivo específico que ainda preciso refletir para entendê-lo, a voz mansa e rouca dessa mulher sempre me deixava arrepiada dos pés a cabeça.

— Pois não? — arrisco-me a fitá-la, sabendo também que Lauren já não se mantinha na mesma posição que a anterior. O perfume cada vez mais presente e o barulho dos seus saltos mais audíveis em minha direção evidenciavam que não. 

— Te chamei aqui para ver aquilo que eu sei que você desejava ontem a noite.. — ao que seu semblante ia se fechando, mais forte aquela sensação se fazia no meu ventre. Era instantâneo, a mistura da voz rouca com o perfume, sobretudo seu olhar, acabavam com a minha sanidade — Sente-se ali. — apontou para uma poltrona ainda que numa distância que há dias eu considerava segura. Talvez eu precise dobrá-la a partir de agora. — Você se acha a espertinha, não se acha? — franzi minhas sobrancelhas enquanto me sentava de pernas cruzadas no assento. — Não me olhe assim, Srta... — negou a cabeça com aquele tom que acabava com o meu psicológico. Era impressionante a forma que Lauren se fazia superior e ao mesmo tempo desejável em uma reclamação.

— Sinceramente? Não sei do que estamos falando, Sra. Jauregui.

— Não sabe, é? — enrijece o maxilar, arqueando a sobrancelha ao que sustentava aquele maldito sorriso cínico nos lábios. 

— Não... 

— Eu te mostro. Não tem problema. 

Só quando levou as duas mãos até o cachecol estranho que estava tampando seu pescoço, que me lembrei do real motivo. Lauren Jauregui me deixava tão aérea quando me olhava com duplas intenções, que eu não tinha percebido que aquele utensílio enrolado em seu pescoço não combinava em absolutamente nada com seu look social preto do cotidiano — principalmente por estarmos no verão. Logo, ele estava ali por um motivo. O meu motivo.

— Roxas, Camila? — apontou para a maior mancha destacada na pele branquinha. — É sério isso? Roxas?! — transparecia indignação — Vermelhas tudo bem, mas roxas?! Sabe quanto tempo vão levar para sair?

— Não..? — seguro minha risada, mordendo os lábios.

— Por que roxas? — mas ela interveio.

— Por que o cachecol? — revidei à altura. 

— Me responda! Por que me marcou com tanta força?! — os olhos verdes faltaram me perfurar com tamanha irritação. — Eu tenho um encontro importante com o empresário daqui a pouco, e ao menos base e corretivo disfarçam esse chupão! O que você tinha na cabeça para fazê-lo tão forte assim?!! O que acha que vão pensar de mim assim que me verem com essas manchas?!

— Vão achar que você tem uma vida sexual ativa, apenas. — dei de ombros. 

Lauren falava como se ainda fosse casada. Se ela quisesse sair comigo, teria que entender de uma vez por todas que eu não respeitaria nenhuma de suas regras. Aliás, palpito até que a partir de agora eu que comece a fazê-las para tirar um maior proveito.

— "Apenas"? — soltou um riso nasal, ironizando a minha fala. — Camila, você sabe quem eu sou e a importância da minha imagem lá fora?

— Sim. — novamente dou de ombros, mesmo sabendo que tal gesto a enfurecia, se possível, ainda mais. 

Lauren era uma mulher que, acima de tudo, zelava pelo seu reconhecimento e respeito partindo dos demais. Para seu azar, eu estava longe de ser uma dessas pessoas que abaixava a cabeça frente a ela ou suas ordens. E talvez fosse esse o ponto chave que a fizera sair comigo, além de suas necessidades subjetivas, claro

Porque provavelmente achasse que eu seria igual a todas as modelos anteriores.  

— Eu sei, Sra. Jauregui. 

Para mim, Lauren era tão fodida na vida quanto eu se parássemos para visar o quesito relacionamento. Certo que ela tinha a riqueza, entretanto, nunca a vi esbanjar amigos. Talvez porque era impossível comprar amizades verdadeiras ou talvez porque estivesse ocupada o suficiente comendo sete ou oito mulheres em Paris. Nunca se sabe. 

Fato era que eu não me achava inferior e nem superior a ela ou a qualquer indivíduo desta agência.  Sendo ela um ser humano descompromissado, ela teria o direito de estampar algumas manchas roxas no pescoço como qualquer outro solteiro faria. 

— Ótimo, Camila. Que bom que você sabe. — jogou as mãos para o ar, rolando os olhos logo após.

Era adorável a sensação de tirá-la do sério. Chamem-me de infantil, adolescente, o que seja! Mas nada se compara com a cena das bochechas ficando vermelhas, o peito estufado e olhos turvos de Lauren quando nervosa.

— Olha para mim. — perto da porta, ela não ousava quebrar o nosso intenso contato visual; diferente de mim, que se a olhasse por mais alguns segundos, explodiria numa longa gargalhada. — Eu vou te retribuir isso ainda hoje. — apontou para mim. — Uma por uma, Camila, aonde quer que você esteja após esse maldito desfile passar.

— Eu sinto muito, mas hoje eu não estou disponível. — levanto-me com a cara e a coragem. Talvez mais cara do que coragem, mas levantei enquanto era queimada pelo olhar carregado de repulsa da outra mulher. — Hoje eu vou resolver um negócio a parte. É uma pena...— abro um sorriso amarelo em seguida, tentando demonstrar um pouco de empatia com a sua dor. 

— Você acha mesmo que eu estou pedindo isso? — Jauregui soltou outro daqueles risos nasais, deixando uma vibe extremamente pesada se fazer presente na sala. Nisso, notei que os olhos verdes não estavam escuros por conta do nervoso, mas devido a outra coisa.  — Camila, me escuta. — agora abriu um sorriso luxurioso, jogando o cabelo para o lado esquerdo e deixando seu pescoço marcado a minha visão. As mechas se espalhando com cuidado por seus ombros e lateral do rosto. — Você me conhece pouco, bem pouco... mas ainda assim me conhece. — deu um passo no meu sentido, aumentando aquele calor que percorria cada veia do meu corpo. — Tenho certeza que sabe que sou gananciosa e que não paro até ter aquilo que julgo ser meu. Prova disso é você estar aqui, agora, na minha agência. — mediu-me com o olhar ao qual precisei colocar minhas duas mãos na cintura, em prol de trazer controle para aquela situação.

— O corpo é meu. Você não toca nele até ter a minha permissão. — ela se aproximava conforme minha confiança se esvaía — Lauren... — e já parecia conhecer o meu ponto fraco, pois capturou minha cintura com as duas mãos, chocando os nossos corpos. — A gente combinou de-

— Você me marcou, Karla Camila. — sua cintura fazendo uma leve pressão na minha. A sensação de ter aquele corpo quente e cheiroso novamente no meu era deliciosa. — Deveria ter pensado melhor antes de ter feito isso. — seus dedos famintos descendo pelo meu vestido, apalpando minha bunda com força para deixá-la um tapa ardido logo após. Aquilo me fez gemer baixinho ao que minha boca foi na direção da de Lauren, completamente sedenta por um beijo. Infelizmente, a mulher esquivou o rosto, segurando meu maxilar com posse, enquanto que a outra mão apertava e estapeava os meus quadris. — Eu te foderia de quatro nessa mesa se não tivéssemos compromisso... — olhando dentro dos meus olhos, Lauren sussurrou com os lábios bem pertinho dos meus, onde seu hálito quente de sabor menta novamente fora de encontro com o meu rosto. Que saudade que eu estava de senti-los. — Mas eu preciso de tempo para marcar o seu corpo com a boca... Muito tempo, baby... — recebi outro tapa gostoso, retribuindo-a com um daqueles gemidos manhosos que eu sabia que reviravam seu ventre. — Não fecha os olhos, Camila, quero que me olhe enquanto eu falo. — usou e abusou da firmeza nos dedos que estavam sobrepostos no meu queixo — Boa garota.

— Eu p-preciso ir. — minha tentativa de escapar dos braços daquela mulher era mais falsa que nota de três dólares, mas eu precisava fingir, visto que ela não poderia sonhar que tinha domínio sob o meu corpo. — Lauren... — ela tornou a me apertar com vontade, espremendo nossos corpos e trazendo seus seios para colarem com os meus. 

Poucos passos e já estaríamos coladas na parede, se agarrando, e eu tinha noção que se chegássemos ali, nem empresário, nem Clara Jauregui ou qualquer outra pessoa no mundo seria capaz de nos tirar dali.

— Que saudades fiquei de apertar esse corpo... — grunhia feroz, ao que me tateava por completo por cima do vestido, fazendo cada pedaço da minha pele aquecer e acender simultaneamente.— Você está tão gostosa com esse vestido, Camila... — mais um tapa, seguido de um beijo no pescoço que por pouco não me fizera cair de joelhos no chão. — Mas pode ficar tranquila, baby... — tentei abaixar minha cabeça, dopada pela pegada, mas novamente tive o queixo capturado para que eu não pudesse perder o valioso contato visual que ela tanto custava em manter.

Encarar aquelas esmeraldas verdes, escuras de tanto tesão que sentia, fazia meu corpo estremecer inteirinho, desejando de alguma forma aliviá-la e me aliviar ao tocá-la.

— Eu vou fazer o que eu quiser com o seu corpinho hoje. — segurando-me com posse, Lauren afirmava com voz rouca — E a única coisa que você vai fazer para mim, Karla Camila — seu maxilar cerrado, analisando minha tentativa de me manter firme em sua pegada. Em provocação, apertou novamente minha bunda, distribuindo beijos pelo canto da minha boca, ao que seu corpo roçava de leve no meu. — É gozar e gemer bem gostoso...

— Díos... — não deixo de revirar meus olhos quando aquela mulher me pegava dessa maneira. Fazia-o com tanta fome, que eu já sentia minha calcinha molhar somente com isso.

— Calada. — sua língua subindo e descendo pela minha pele conforme suas mãos tomavam conta de todos os meus pontos sensíveis. Sua cintura indo novamente de encontro com a minha virilha, a pouco que eu não estava me esfregando em seu joelho que hora ou outra fincava entre minhas pernas. — Vai ficar bem quietinha para ninguém nos ouvir. — seu sussurro me amolecia cada vez mais. — Promete que vai? — afirmo diversas vezes com a cabeça, agora sim me jogando de cabeça para aquela baita mulher, implorando para que não esperasse o desfile. — Camila...

— Me come... — tomo a inciativa de me virar de costas para Lauren, visto que adorava a maneira que sua cintura se encaixava nos meus quadris — Por favor, eu preciso disso agora... — começo a me esfregar enlouquecidamente na virilha de Lauren, sentindo seus braços longos e um tanto fortes rodearem a minha cintura.

— Adoro quando você fica assim... — ouço-a murmurar enquanto estapeava minha carne. — Toda safada... — uma mão para cada quadril, intensificando a forma que me encoxava por trás — Quer aqui, é? — apertava minha bunda a ponto de quase rasgar meu vestido e aquilo estava me deixando maluca.

— Quero... — levo um dos meus braços até seu pescoço, apoiando-me ali.

Lauren, se possível, firmou ainda mais a maneira que me comia por trás com sua cintura. Sentia a pressão deliciosa da fivela de seu cinto ir de encontro com a minha bunda. Ela o apertava a todo momento em mim, subindo uma das mãos para massagear os meus seios.

— Sem sutiã? — tomou-os com um braço e eu afirmei com um "hunrum" sofrido — Porra... — deixa um tapinha em um dos meus mamilos enrijecidos pela pegada — Me fala como que você quer, Camila. — acertou-me com outro tapa, desta vez na coxa, fazendo-me automaticamente arquear ainda mais minha bunda para ela, fechando os olhos. — Responde! 

— De quatr-

Somos interrompidas por três apressados toques na porta, fazendo-me desgrudar de Lauren tão rápido, mais tão rápido, que quase me colidi com a parede da sala, batendo as costas e cabeça.

— Te vejo mais tarde, Srta. — com um semblante sério e a respiração claramente descompassada devido à excitação, Jauregui jogou o cabelo para o lado direito, ajeitando o colarinho de sua blusa, antes de mostrar passagem com a mão para que eu a seguisse até a porta.

Antes, Lauren tornou a esconder o pescoço com aquele cachecol medíocre e um tanto engraçado que tinha deixado em cima de sua poltrona.

Ao fim, abaixo minha cabeça ao passar por Verônica, extremamente envergonhada pela minha situação da cintura para baixo e ao mesmo tempo aliviada por estarmos falando em sussurros e pela Srta. Iglesias não ter entrado de supetão na sala de Lauren, uma vez que a porta já estava destrancada, bastava virar a maçaneta para ela ver aquilo que arruinaria a minha vida.

Volto ao ensaio cinco minutos atrasada, obtendo uma Clara Jauregui com mãos na cintura e maxilar cerrado. Juro que se eu piscasse os olhos, eu enxergaria Lauren ali. 

Ao fim, apenas me desculpo, ajeito alguns acessórios e meu vestido que a filha dela tratou de bagunçar, retornando ao treinamento como se nada tivesse acontecido; por mais que minha boceta, que se apertava contra o nada neste instante, me dissesse o contrário.

. . .

Três horas após as exigências intermináveis de Clara, acredito que eu já estava pronta para desfilar até na New York Fashion Week. Sim, literalmente pronta da cabeça aos pés. 

Antes de sair do backstage, precisei bater algumas fotos no espelho, pois, julgo que eu nunca estive tão elegante e ao mesmo tempo sexy na vida.

Realmente, eu não sabia que vermelho caía tão bem num corpo como o meu até usá-lo em um vestido longo, apertado, tomara-que-caia com decote. Certo que talvez a maquiagem e o penteado fenomenal que a equipe de Lauren fizera em menos de trinta minutos valorizava o look. Certo ainda mais que o bracelete e demais acessórios de diamantes contrastaram perfeitamente com a cor do vestido, dando-me a impressão de ser uma mulher confiante e imponente. E sobre os detalhes? ...Bom, os detalhes eram o que mais me chamava a atenção. Em como que aquele tecido destacava as minhas curvas, trazendo o melhor de mim, o melhor de um corpo latino.

Olhar-me no espelho apenas piorava a situação do meu ego, que a essas horas estava nas alturas. Agora eu ficava me perguntando em como que eu pude me colocar numa situação tão desprezível, por longos meses, não me considerando bonita o suficiente para Shawn, achando-me pouco. 

Talvez o problema estivesse na bolha, que atualmente chamo de casamento; ou talvez o problema era eu não ter experimentado um vestido de grife vermelho. De qualquer forma, este era o meu melhor momento e a minha melhor versão, onde ninguém iria tomá-la de mim. Não mais. Nunca mais.

— É realmente muito bonito. — Alexa entrou sem pedir permissão, analisando-me , sem pressa — Usei um parecido na formatura da Lauren em Administração. — se refere ao vestido.

Assim que feito, apenas afirmo sua frase com um sorriso meio que amarelo estampado nos lábios, olhando-me no espelho e dando o total de zero porcento de atenção a ela. 

Minha ansiedade estava a flor da pele para me estressar com a ex-esposa de Lauren.

— Você sabe que eu e Lauren já fomos casadas, não sabe? — mas Alexa parecia querer atenção. Parecia não, ansiava. 

— Sim. — finalmente resolvi fitá-la, dado que agora ela estava ao meu lado. — Imagino que trabalhar com ela deve ser um pouco difícil, pois vai lhe remeter o passado.

— Eu não diria "passado", querida... — quando me cortou, notei que a soberba faltava escorrer de sua boca a cada palavra que proferia — De vez em quando nós saímos para relembrar os velhos tempos. — vejo-a arquear uma sobrancelha, em gesto vitorioso — Aliás, a Lauren literalmente me ama ainda: me liga, me manda mensagens.

— Provavelmente ela não superou ainda. — capturo meu celular em prol de esvair a tensão que se acumulava no meu peito. Por que diabos eu me incomodava com isso? — Casamentos são difíceis de superar.

— Você pretende superar o seu?

— Como disse? — minha garganta secou de imediato.

— Superar.

— Senhora Ferrer... — dou uma risadinha sem graça — Eu não sei o que lhe levou a sugerir algo do tipo, mas eu sou muito feliz com o meu marido.

— Lauren falava a mesma coisa — agora fora ela quem se virou de costas — Até terminar comigo por se cansar da relação e para "viver a vida" no momento que mais precisei dela. 

Juro que eu já tinha preparado essa conversa durante uma noite, em minha casa, no meio dos meus diálogos fictícios. Entretanto, eu não sabia que seria tão tenso ou tão parecido com a situação que enfrentei e venho enfrentando. Eu não sabia o motivo do término da relação das duas. Portanto, sem dúvidas, acabei que ficando boquiaberta, definitivamente sem reações ao descobrir que a única coisa que diferenciava Lauren de Shawn, além do gênero, é que a mulher resolvera terminar o casamento antes de sair transando com desconhecidos. 

— E foi nesse momento que percebi que ela não prestava para relacionamentos.

— Se me permite... — intervenho, com um incomodo na garganta, mas ainda assim intervenho. — Por que está me contando tudo isso?

Certo que o efeito de suas palavras já estava se fazendo presente em meu estômago, mas eu precisava aprender a digerir que nem todo mundo é capaz de ansiar um relacionamento eterno. Quando digo ansiar, digo em questão de combater as diferenças e buscar arrumar os erros para o bem e felicidade daquela pessoa. 

Talvez eu fosse antiga demais ou talvez o mundo só estivesse moderno em demasia, visto que nada me parecia mais bonito do que acordar e sorrir para uma pessoa que te ama e zela reciprocamente. 

Eu acreditava que Lauren era da maneira que era por uma decepção traumática que teve no casamento. Certamente que, conhecendo Alexa e sua acidez,  uma relação com a mesma não deveria ser a das mais doces. Mas por algum motivo, ainda assim reconhecer a caraterística de Shawn em minha chefe, havia estranhamente me incomodado e me afligido. 

— Estou desabafando, apenas isso. — ri nasal — O empresário chegou mais cedo, está te esperando no segundo andar, querida.

— Certo — ajeito mais uma vez meu vestido enquanto hora ou outra pisava na barra dele. — Só ele quem estará lá? — pronta para mudar o foco, apenas respirei fundo enquanto esperava a resposta de Alexa.

— Lauren estará também.

— Perfeito. Vou tomar um copo d'água e já desço.

Alexa passou por mim com aquela mesma cara na qual entrou no camarim. O perfume doce e enjoativo era seu marco. Saltos extremamente altos, deixando uma mulher alta a beira de alcançar as nuvens, visto que de certa forma dificultava o nosso contato visual, pois além desses empecilhos, ainda havia o fato de sempre andar de nariz empinado.

— Ah.. — parou segundos antes de abrir a porta. — Cuidado para não cair. Esses saltos são finos, o chão é meio impróprio para desfiles e o vestido tem calda longa. 

Com toda certeza eu não precisava ouvir aquilo, assim como o motivo do término de seu relacionamento. Me recordando disso, a recomendação de Lauren para eu não acreditar nas palavras de Alexa ou de suas colegas me caíram feito uma luva. Trazendo um pouquinho de alívio em meio a tanta insegurança. 

— Eu não vou tropeçar ou cair...

— Eu tenho minhas dúvidas. — murmurou para si mesma, mas eu tinha uma boa audição, logo:

— Como disse? — enrijeci meu maxilar para tamanha petulância.

— Disse que se você falhar hoje, talvez não haja um "amanhã", Camila. O acordo depende disso.

E o meu apartamento depende do acordo.

— Dou minha palavra que eu irei desfilar sem nenhum equívoco, senhora.

— Ótimo, porque não há outra opção que não seja essa. Boa sorte, Camila. Você vai precisar. — do mesmo jeito que parou, ela saiu da sala.

•°•°•

Genteeeee! É MUITO DIFÍCIL SER IMPARCIAL QUANDO O P.O.V. É A CAMILA!

Sério! Esse pessoal  pisciano uma hora odeia alguém, na outra está pedindo para ser comida dentro do backstage por esse "alguém"... Espera. Spoiler???? Kkkkkk VEJO VOCÊS PARA A SEGUNDA ATT DO DIA JÁ JÁ.

Não se esqueçam de votar, gente! Eu juro que fico super animada com cada votinho. Tenho vontade de abraçar vocês ♥ kkkkkk

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