A Amante do Meu Marido (Concl...

By OlivinhaRodrigo

1.2M 71.7K 121K

+18 (hot fanfic) Camila Cabello vai atrás da suposta amante de seu marido para tirar satisfações. O que não... More

Apresentação das Personagens
02 • Overcoming
03 • You again?
04 • (L) The Biggest Mistake
05 • Camila Mendes
06 • Jaguar's Agency
07 • You're Welcome
08 • From Home
09 • (F) Sweetest
10 • Bets and Surprises
11 • (F) Without commitment
12 • The pression
13 • Good and Hot Blackmail
14 • (L) All Night
15 • (C) She Loves Control
16 • Revenge
17 • Lauren's back
18 • Charlotte
19 • (L) Take a Shower
20 • Hackers
21 • Loyalty
22 • Meeting
23 • Karla Camila
24 • Miami Beach
25 • (F) This Love
26 • Discovery
27 • Precipitation
28 • Playing dirty
29 • (L) Lustful desire
30 • November 25th
31 • If there's love...
32 • Fifteen minutes
33 • (L) Tokyo
34 • Gift
35 • (C) Leash
36 • Christmas Night
37 • Alexa Ferrer
38 • Back to Black
39 • (L) Solutions
40 • Last Piece
41 • (L) Table
42 • The Judgment
43 • Santa Maria, Cuba
44 • Michael's Promise
45 • (F) My Husband's Lover
(L) ESPECIAL 1 MILHÃO DE VIEWS

01 • Treason

41.8K 2.5K 7.3K
By OlivinhaRodrigo

Olá, galera, meu nome é Letícia e agora está eu e mais três pessoas como ADM dessa conta. A antiga dona teve que se retirar por motivos pessoais, mas deixou algumas de suas obras conosco. Não sabemos em exato se iremos repostar The Call, Obsessão Secreta ou Por Elas & Pornôs, mas prometemos dar prosseguimento ao grande trabalho da antiga autora. Se um dia tornarmos a repostá-las, será com algumas modificações significativas, especialmente ao que se refere a gramática e alguns acontecimentos. 

Sobre essa fanfic camren, espelhado no cronograma que a antiga autora nos passou, será uma fic de hot/sexual tension. Esperamos que vocês gostem e que comentem e compartilhem com outros amigos, além de votar, claro s2.

Desde já, uma boa leitura

_________________________________________________________

[...] Ela puxava o meu cabelo, enquanto que, com a mão esquerda, estapeava forte os meus quadris. Meu tronco arqueado, ao passo que meu pescoço ficava a sua mercê. Minha pele já completamente marcada por seus dedos.

Ela adorava isso. Sempre admirou o quão dela eu poderia ser nesses momentos.

— Rebola, porra! — outro tapa na minha bunda, seu rosnar me arrepiou, se possível, pela terceira vez seguida — Rebola do jeitinho que você sabe que eu gosto, putinha. — seus dedos enrolando-se ainda mais nas minhas mechas encaracoladas e castanhas.

Assim que a mulher ordena, eu prontamente a obedeço sem cerimônia alguma. Com ela sentada no sofá, minha intimidade se esfregava em sua coxa, bem devagar, melando-a de porra da maneira que queria. Ela, por sua vez, sussurrando palavras sujas no meu ouvido. Sua boca hora ou outra deslizando por meu lóbulo, sugando-o e levando-me ainda mais à loucura.

— Porra... Você já está gozando, Karla? — arfa, prendendo as unhas curtas na minha pele  conforme eu gemia bem manhosa para ela. — Olha pra mim, Camila. — ainda segurando meu cabelo, praticamente me obrigou a olhá-la nos olhos. — Olha pra mim enquanto goza se esfregando nas minhas coxas, baby. — novamente gemo, com o lábio inferior preso entre os dentes frontais, tentando ao máximo não fechar os olhos enquanto aquela sensação forte no ventre praticamente me consumia enquanto ela me apertava. — Geme, vagabunda. Não é assim que você gosta, hm? — em retribuição, ganho outro tapa nos quadris. Desta vez mais forte, seguido de um aperto que tenho certeza que ficaria a marca para o dia seguinte. Marca tal que eu teria que, pela milésima vez na semana, esconder a todo custo de Shawn. [...]

Tudo começou por um erro e desconfiança de minha parte. Aliás, nunca pensei que o engano fosse a melhor alternativa. Entretanto, para mim, ele foi.

Ele veio no pior momento do meu casamento. No instante que eu mais precisava. Meu engano se apresentou em um carro conversível preto, roupas caras e refinadas, com um sorriso ganancioso nos lábios, como quem já soubesse o estrago que estava para fazer na minha vida. Veio para me tomar por inteira e para mudar tudo que eu havia planejado há anos. Veio como amante do meu marido.

Camila Cabello P.O.V.

Estados Unidos da América, Miami, 6:45 p.m.

Toda mulher possui o instinto de saber quando está sendo traída. Ela sente e percebe através de minuciosos detalhes ao melhor observar seu companheiro (a). Seja por um perfume diferente em seu terno de trabalho ou pela maneira que ele (a) gagueja quando indagado sobre aonde estava.

E eu tinha as minhas apostas.

No início, tudo nos parece imperceptível. Uma vez, no máximo, pela semana. Depois que pegam confiança, fazem três, quatro... Até se instalar nos cinco dias da semana.

As desculpas mudavam de acordo com o mês; neste, por exemplo, era de que a empresa mandou centenas de relatórios e que para não se sobrecarregar, ficaria até mais tarde em seu trabalho.

Shawn Mendes, com seus 38 anos, era um excelente contador norte-americano. Era disputado por diversas empresas e usava essa estatística para me convencer com um discurso barato de que sempre estava trabalhando para lucrar mais e conquistar o tão desejado sonho da casa própria. Das sete às onze da noite. Todo santo dia. Estranhamente de quatro meses para cá.

Mas acontece que eu estava desempregada, logo, a única coisa que tinha para fazer era justamente lavar, limpar e deixar as coisas bem organizadas na casa. Inclusive sua roupa de serviço, cujo vinha sempre manchada por um batom vermelho sangue na gola. Ou posso citar também o perfume feminino, ao passo que impregnava o seu traje social por completo.

— Ally disse que não vai poder vir conosco — proferiu Dinah Jane, enquanto entrava no próprio carro e ajustava o cinto de segurança. — Disse que está cuidando do Nicki e que ele está doente. — afirmo com a cabeça, também já dentro do automóvel — Você está bem? — respiro fundo, resmungando que sim, ansiosa.

Eu preciso ser forte e fazer isso acontecer. Porque eu escolhi estar aqui. Escolhi descobrir a verdade e se for preciso, enfrentar ela também.

Dinah e Ally eram minhas melhores amigas e há exatos três meses estavam ouvindo meus lamentos sobre o quão ausente meu marido estava se fazendo as vezes. Duvidavam de uma suposta traição, coisa que eu já sabia, mas odiava ter que concordar em público. Shawn ainda era meu companheiro, o mesmo cara que há oito anos atrás me pediu em casamento, e eu o zelaria até ter minhas certezas.

Ademais, era horrível ter que admitir que em algum momento da nossa relação eu deixei de ser atraente para ele. Que não era mais suficiente para lhe dar prazer e que por isso fora buscar outra na rua.

Também era difícil dizer o momento correto quando aconteceu e o que de fato eu teria feito para ocasioná-lo, mas tinha para mim que era minha culpa e encontrar a amante do meu marido para saber o que ela tinha de diferencial seria a resposta para acabar com tudo isso e retomar o meu relacionamento.

— Fico feliz que queira enfrentar seus medos, Chan — Dinah comenta, ao que estacionava na esquina da saída da empresa de Shawn Mendes, o meu marido. "Chan" era uma abreviatura de "Chancho", ou seja, um apelido íntimo. Da mesma forma, eu a chamava de "Chee" — Porque hoje você vai descobrir tudo.

Mas e se eu não quisesse descobrir tudo? E se fosse mais confortável deixar tudo do jeito que está?

— Não tenho para onde ir. — respondo, cabisbaixa — Não tenho casa, não tenho emprego, por mais que eu descubra algo hoje, Chee, terei que lidar com tudo isso de bico calado.

— E os seus pais em Cuba? — arrisca.

— Acha brilhante a ideia de voltar para o seu país de origem, depois de oito anos, com a sua mãe se vangloriando de que sabia que a nossa relação nunca daria certo? Como que eu vou olhar na cara das pessoas após isso? — a grandona engole em seco — Foi isso que pensei.

— Pode dormir na minha casa se quiser...

— Dormir é diferente de morar, Chee. Mesmo assim, eu agradeço, mas recuso a proposta. — retiro o cinto de segurança, passando as mãos pelos meus cabelos. — Acha que a mulher que ele está me traindo é como? — fito-a, um tanto preocupada.

— Não sei... Deve ser horrorosa. — guarda o celular que nos serviu de GPS no bolso — Uma mulher nojenta. Talvez até mesmo uma prostituta barata.

Dinah pensava que trazer à tona qualidades pejorativas iriam fazer eu me sentir melhor. Entretanto...

— Sendo assim, eu sou pior que elas, não?— rio nasal, extremamente sem graça.

— Não foi nesse sentido, Chan — mexe as mãos, negando com a cabeça — Eu só queria-

— Ali está ele! — praticamente  pulei do banco quando vi o meu marido saindo da agência. — Vamos ver agora o trajeto dele...

Dinah boquiaberta, meu sangue fervendo e outras coisas que se passaram ao que observei Shawn adentrar uma Mercedes preta, também ao lado do estacionamento da empresa. Ele teria que pegar o ônibus e não uma carona particular.

— P-pode ser um u-uber.

— Ah, é sim. Com placa de transporte pessoal... — retruco com irônica.

— Um amigo da empresa? — sequer conseguia mirar minha amiga com tamanha repulsão que eu estava sentindo no momento — Chan, eu acho melhor a gente-

— Segue aquele carro, Dinah. — coloco novamente o cinto — Preciso que siga ele. Fica colado nele, por favor.

— O Shawn não vai reconhecê-lo?

— E desde quando ele já te viu dirigindo ou parou para reparar? — Jane deu de ombros — Exatamente. Vai! Eles já foram! 

Alguns minutinhos depois do arranque, passar em sinais vermelhos e da lamentável perseguição, chegamos ao destino. Como esperado, a Mercedes preta seguiu um trajeto que dava direto a um dos hotéis cinco estrelas de Miami. O maior e mais caro. Coisa que Shawn jamais ousaria alugar para mim, até por não possuir condições financeiras.

— Vamos entrar! — afirmo determinada.

— Mas pra fazer o quê? Sendo que você mesma disse que não tem para onde ir? — segurou o meu braço e trancou as portas do veículo — Você não queria ter certeza? Agora você tem, Camila. E sabe que vai precisar arrumar um trabalho logo para sair daquela casa. — após comentar, Dinah Jane apenas escorou a testa no volante, cansada, pois veio do expediente sem intervalos para minha casa. Mesmo sabendo que a vida de garçonete no Palle't Italian não era moleza, não fui capaz de poupá-la de mais trabalho por egoísmo. — Podemos ir embora agora?

— Mas acabamos de chegar, Chee...

— Tem algo que queira ver ainda? — me olha com sarcasmo.

— A cara da desgraçada.

— Pra quê? — continuou me fitando de sobrancelhas arqueadas.

— Eu preciso ver o que ela tem de diferente que eu não tenho.

— Camila, pelo amor de Deus, né. — revirou os olhos, retirando o cinto — Esse negócio de se comparar é tão antigo... Por que você não apenas aceita que seu marido é infiel?

— PORQUE TEM QUE TER UM MOTIVO! — sem intenção, exalto-me com ela, batendo na lataria do carro, ao que Dinah mirou-me de olhos arregalados.

Não pedi desculpas e também não olhei em seus olhos, mas sabia que tinha gritado com a pessoa errada. Minha cabeça estava a milhão, provavelmente falaria outras merdas que a chatearia se tentasse melhorar as coisas. Merdas que eu sei que eu jamais deveria estar me preocupando, mas que simplesmente me perseguiam. 

Após um belo tempo de desconforto no carro, com ela de cara virada, passaram-se uma hora. Exatamente uma hora para aquele mesmo carro sair do hotel. Vidros fechados e cobertos por Insulfilm, não me dando a chance de ver o rosto da motorista. Dinah ligando o automóvel e passando marcha para dar prosseguimento ao caminho.

A cada quinhentos metrôs percorridos, meu coração bombeava mais forte no peito. Uma queimação na garganta e uma ligeira sensação de insuficiência. Mais cinco minutos nesse carro, observando a Mercedes que carrega o meu marido, que é bem capaz de eu desabar em lágrimas aqui mesmo.

Será que não sou mais atraente? Será que falhei como parceira? Eu só precisava saber o que eu fiz de errado para consertá-lo.

— Em casa. — Dinah aponta para o carro que está há alguns quarteirões do nosso assim que chegamos no destino. Quase em frente a minha casa, desembarcando o homem que descia com um belo sorriso nos lábios. Um sorriso tão gigante que parecia até mais feliz do que o do dia do nosso casamento. — Satisfeita? — se vira para me olhar enquanto mantém uma mão no volante. — Chan? Ai meu Deus... — suas mãos secando minhas lágrimas — Não! Não chora por ele! — agora usava a blusa de frio para secá-las — Ei! Para de chorar! — segurou o meu maxilar com força — Ôh minha nossa senhora... Eu não vou te deixar chorar por um homem babaca como ele! — agora as duas laterais do meu rosto — Olha pra mim!

— Eram oito anos, Chee.. — os apertos cada vez mais fortes no meu peito, hora ou outra pareciam que iriam me sufocar — Eu dei tanto amor para ele durante esses oito anos... O que eu fiz de erra-

— NÃO É VOCÊ O PROBLEMA, CAMILA! — quase me engoliu com o berro que deu — CARALHO, EU JÁ TE FALEI QUE É ELE, PORRA! — minhas lágrimas ainda escorrendo pela bochecha — ESCUTA AQUI, VOCÊ NÃO VAI MAIS FICAR NESSA CASA NÃO! NÃO VAI MAIS DIVIDIR ESPAÇO COM AQUELE MERDA! — finalmente me soltou — Pega as suas roupas e vem pro meu apartamento.

— Mas-

— Shhhhhhh — colocou o dedo indicador na minha boca — Quer que eu busque as suas coisas?! Eu pego! Mas eu vou matar ele também! — Dinah movendo as mãos rapidamente assim como suas frases. Quando ficava brava, não media o tom.

— Eu quero seguir a Mercedes antes... — profiro com um fio de voz, encolhendo-me no banco.

— VOCÊ O QUÊ? VOCÊ AINDA TÁ PIRANDO? — sua voz e cara de indignação me deixou ainda mais desconfortável — A GENTE JÁ NÃO CONVERSOU SOBRE ISSO HÁ UMA HORA E QUINZE MINUTOS ATRÁS?!

— EU AINDA QUERO VER A CARA DELA, DINAH! OU VOCÊ ACHA QUE EU AINDA NÃO SABIA QUE ESTAVA SENDO TRAÍDA?!!! — cruzo meus braços, bufando.

Dinah continua me fitando sem sorrisos e sem responder se iria ou não me ajudar.

— Você vai seguir ela? Porque ela já está saindo...

Dinah enjerice o maxilar, sustentando um olhar carregado de ódio. Parecia insatisfeita com o meu desejo em conhecer a amante de Shawn. Não somente conhecê-la, mas como também lhe falar algumas verdades.

— Eu faço essa por você, Camila. Somente mais essa. Mas mantenha a postura...— mudou a marcha — E nunca mais me peça nada relacionado.

. . .

Após ficarmos presa no trânsito das oito e meia de Miami, horário de pico, finalmente chegamos ao lugar desejado. Literalmente desejado.

— Rica. Ela é rica. Pronto, descobrimos o segredo dela. — Dinah balbucia, um pouco deselegante após acompanhar o caminho da Mercedes até o mais caro e luxuoso condomínio da cidade.

A amante de meu marido morava no "modesto" Faena House. Isso mesmo, o Faena House. Um prédio com acabamento branco, subdividido em tons cinza nas divisórias, com varandas espaçosas constituídas de vidro. Jardins floridos, apartamentos da última geração: grandiosos e modernos. Cada detalhe fora construído para arrancar suspiros encantados de seus visitantes. A cobertura? Era a mais badalada dos Estados Unidos, pois oferecia demasiado conforto e luxuria, além de proximidade aos melhores lugares do centro de Miami.

— Porra...

— Precisamos entrar! — rebato, furiosa.

Até onde eu saiba, Shawn não era ganancioso. Na verdade, era um homem de valores, trabalhador e humilde. Somente o dinheiro não o faria me trair.

— Como? Não passamos nesse lugar, sem desmerecer elas, mas nem como faxineiras, Chan.

— Pois eu vou falar com ela! — aperto o botão de destravamento das portas, sem dar tempo de reação a Dinah, que quando pensou em contestar, viu-me já do lado de fora do automóvel, correndo em direção da grade do condomínio.

— CAMILA!

— EI! — com as mãos ao redor da boca, grito o mais alto que posso — EI!!!! VAGABUNDA DA MERCEDES PRETA?!!!!! — a iluminação das nove horas da noite não colaborava muito, mas eu espremia os meus olhos enquanto ficava na ponta dos pés para tentar enxergá-la — VEM AQUI SE VOCÊ É MULHER DE VERDADE, PUTA DO CARALHO!

"CAMILA!" — ouço Dinah novamente gritar de dentro do veículo, mas é óbvio que eu não entenderia a humilhação que estava passando. 

Ainda mais por agora estar cega após conseguir avistar a sombra daquela mulher — graças aos postes que ficavam no estacionamento.

— O que a senhora está fazendo aqui?! — ouço uma voz grossa e masculina se aproximar. Entretanto, o fôlego era tanto, que simplesmente não medi esforços para continuar me esgoelando. — Sabe que é proibido gritar no condomínio após as seis horas?!

— EU PRECISO FALAR COM AQUELA MULHER ALI QUE SAIU DO CARRO! A PUTA DA MERCEDES QUE TÁ OLHANDO PRA CÁ!!! — mostro meu dedo do meio para ela, ao passo que sinto certos braços musculosos puxarem-me para trás.

— Se a senhora não se retirar neste exato momento, serei obrigado a chamar a polícia!!!! — eu me debruçando nos braços do segurança, Dinah berrando de longe e a amante de Shawn caminhando em nossa direção. 

— ISSO! VEM AQUI, SUA CADELA! NÃO TEM VERGONHA DE PEGAR HOMENS CASADOS NÃO?!!!!  — meu corpo ardia em ódio.

— Chega! — ouço-o rosnar — Adam, problemas no bloco A. Chame o pessoal da Guarda, há uma mulher descontrolada no setor do estacionamento! — manifestava em seu rádio de comunicação. — Vamos, mocinha! Antes que fique mais difícil a sua situação por aqui! — novamente tentou me arrastar para longe da grade, mas eu continuei firme e forte ali.

— VOCÊ NÃO PODE ME TOCAR OU ME PUXAR DESSE JEITO! — agora minha fúria se virou para o rapaz — ME SOLTA!

"CAMILA!"

— A senhora vai presa-

— Posso saber o que está acontecendo aqui?! — uma voz rouca se fez presente.

Uma voz firme e feminina, como se já soubesse que somente assim colocaria ordem naquele lugar. Ao que aparentava, não estava contente com o tumulto em frente a portaria.

— Responda-me quando eu lhe direcionar a palavra, segurança Willians. — ouço o barulho do salto da mulher,  enquanto mantenho-me de costas para a mesma. Ela estava se aproximando à medida que minha confiança se esvaía — Por que está segurando-na assim? Solte-na agora! — e prontamente ele o faz, engolindo em seco e olhando pra baixo, dado que minha voz tinha sumido perante a presença da outra. — Ótimo.

— E-essa mulher estava te insultando, senhora! Achei que fosse alguém da mídia querendo invadir... — apontou para mim, no tempo que meus joelhos tremiam. — A senhora a conhece?

E o que era confusão, tornou-se silêncio quando a mulher decidiu ficar ainda mais próxima da gente. De mim, para ser mais exata. O barulho dos saltos definitivamente atordoava a minha mente. Quanto mais se aproximava, mais dava para sentir o cheiro do seu forte perfume . Os saltos, o perfume, o condomínio, a postura, e agora... Os olhos verdes.

— Boa noite — cumprimenta, agora frente-a-frente, onde analisava-me de cima a baixo — Você está bem?

Terno. Terno preto com saltos do mesmo caráter: social. Uma mulher de estatura mediana, de olhos colossais e verdes, cílios distendidos, sobrancelhas grossas, nariz afinado e lábios carnudos pintado por um batom vermelho tinto. Sua postura? Perfeita. Brincos e demais acessórios de ouro. Diversos anéis nas mãos.

— Olá? — acena com uma das mãos — Perguntei se está bem?

— Por que ele? — é a única coisa que consigo responder — Por que o meu marido? — agora um sentimento de indignação instalou-se no meu peito. Disputar com uma moça daquelas não valia a pena. Eu já entraria perdendo no jogo.  — V-você tinha tantos outros...

— Desculpe, do que está falando? — para piorar, ainda fazia aquela cara de desentendida, como se estivesse menosprezando a minha dor. — Você tem certeza de que está bem?

— Quer que eu a leve para a delegacia? A polícia está a caminho-

— P. Walker, por favor — mostra o número um com o dedo indicador para o segurança — Apenas cancele a ocorrência. Está tudo sobe controle, não percebe? — então o rapaz assente, seguindo a ordem de sua superior — Deixe-me a sós com ela, por gentileza.

Eu não sabia para onde correr. Na verdade, a questionável amante do meu marido havia acabado de me salvar do meu primeiro depoimento na delegacia. Em compensação pela boa atitude, ao que eu pensava se a xingaria ou lhe atacaria com um golpe único, Dinah chegou de supetão.

— Camila, vamos embora.... — a grandona fixou as mãos na minha cintura, puxando-me, onde parecia estar envergonhada — Perdoe-nos, senhora Jauregui...

— Como assim você conhece ela, Dinah?! —  murmurei furiosa, juntando as sobrancelhas.

— Você não assiste os jornais?! — rosnou de volta, no mesmo tom só que um pouco mais brava.

— Olá? — a outra mulher proferiu, agora com as mãos nos bolsos da calça social — Posso ao menos entender o motivo de estarem aqui em plena às nove horas da noite?

— E você cala a sua boca! — apontei o dedo indicador para a vagabunda das esmeraldas verdes. Tinha cara de quem se glorificava por tê-las. 

— Camila... — Dinah Jane rangiu os dentes. — Pelo amor de Deus, pede desculpas e vamos embora antes que isso vire motivo de processo... — ainda me segurando para que eu não avançasse na vagabunda, Dinah tentava a todo custo trazer-me para a direção contrária, ou seja, aquela ao qual estava estacionado o seu carro. —  Vamos-

— Por que estão aqui e qual é o motivo dos insultos na frente do meu condomínio? — assim que tomou posse da discussão, se é que assim posso dizer, também soltou o cabelo que estava preso em um coque bem feito. Confesso que à medida que o cabelo castanho, e bem hidratado, esparramava pelos ombros da mulher, mais o sentimento de ódio se acumulava no meu peito. Como ela poderia estar tão tranquila após ouvir tantos xingamentos? Será que ela não estava me levando a sério?  — Se você — agora fora ela quem apontou o dedo indicador na minha cara. E meu Deus... que sensação horrível. — ..não me responder agora,  eu juro que eu mesma faço questão de realizar a ocorrência desta vez. 

— N-não será preciso, senhora J-Jau-

— VOCÊ É UMA PUTA, VADIA DO CARALHO! — debrucei-me contra os braços de Dinah ainda mais forte  — NÃO TEM VERGONHA DE FICAR COM O MARIDO DOS OUTROS?!!!

— PARA, CAMILA! — Dinah berrou, tentando chamar a minha atenção, onde até mesmo me beliscava.

— ¡Perra, voy a acabar contigo! ¡Te daré tres bofetadas en la cara que seguro arruinarán tu armonización facial!!!! — começo a xingá-la em meu idioma nativo, vendo que havia pegado o celular para, talvez, digitar o número da polícia. — ¡Puedes llamar a quien quieras! ¡Te voy a acabar, hija de puta!

— Su acento suena fluido. Es una pena que seas grosera.. — mas infelizmente, para minha surpresa, ela falava em espanhol. Entendeu cada insulto ou ameaça. E foi nesse momento que eu percebi o risco que eu estava correndo ao discutir com uma mulher de um bairro  nobre.  — Pode falar baixo quando se direcionar a mim, felizmente eu não sou surda e estou disposta a conversar e acertar essa questão antes de tomar outras medidas mais drásticas. — com o 911 digitado na tela do telefone, eu tinha certeza que sim. — Por gentileza, aceitam entrar e conversar feito mulheres adultas ou preferem terminar o assunto, feito uma baixaria, aqui na calçada mesmo? 

— Dinah, ela disse que estamos fazendo baixari-? ai, ai!! — Dinah me beliscou, desta vez com mais força.

— Senhora Jauregui, perdoe-nos mais uma vez pelo incomodo. — com um sorriso mais amarelo que manteiga nos lábios, a garçonete praticamente me arrastava para longe da outra mulher — Minha amiga está bêbada, mas já estamos indo e prometemos que a senhora nunca mais verá as nossas caras-

— Está me acusando de me relacionar com o seu marido, se bem entendi?— então ela cerrou o maxilar na minha direção, sem sorrisos, guardando o celular no bolso da calça como quem sabia que estava no controle da situação, por isso tanta tranquilidade. Seus olhos verdes mais uma vez analisaram-me de cima a baixo. Sinto que transmitiam fúria e um pouco de curiosidade. — Olá? Estou falando com você! Pode ao menos se dar ao trabalho de me responder ou só sabe falar gritando?!

— Responde ela, pelo amor de Deus, merda... — Dinah murmurou baixinho no meu ouvido. — Responde antes que você precise responder isso a um policial!

— Ela sabe que sim!!!! — devagar, a vagabunda negou com a cabeça, notoriamente assustada com o nível que me fez chegar. — VOCÊ SABE QUE SIM, SUA PUTA! NÃO ME OLHE COM ESSA CARA RIDÍCULA DE NOJO! — minha vontade era de cuspir naquela mulher quando a vi rir nasal do meu desespero. De bater, socar e cuspir nela, mas no exato momento que estava prestes a fazê-lo, lembrei-me que não se fazia sexo sozinha e de que também deveria estar sendo patético todo esse meu escândalo.

Shawn era merecedor de poucas e boas tão quanto esta moça. E infelizmente eu jamais conseguiria tratar meu marido de uma forma tão cruel.

Ou seja, o que estou fazendo aqui se só estou querendo cobrar de uma parte?

— Já chega!  — Dinah me puxava com tanta força, mais com tanta força, que onde ela segurava minha pele, ficava vermelho. — VAMOS, CAMILA! ACABOU! — por Deus que quase arrancou o meu ombro com o puxão que deu. — Aí, senhor, que vergonha estamos passando... — se refere a vizinhança que estava nos olhando atentos de suas sacadas.

Tão pouco depois que escutei as palavras de minha melhor amiga, uma dose de "noção" me acertou em cheio. Noção e constrangimento, para ser mais específica, enquanto ainda tinha o olhar atento daquela mulher sobre mim.

— Vai pedir desculpas? — ela rosna o menos audível que pode, onde eu nego rapidamente com a cabeça — Então vamos logo!

Ao fim, apenas decido me virar de costas, cabisbaixa e derrotada, seguida de Dinah, que afrouxou a pegada na minha cintura, hora ou outra nos braços, para tampar o próprio rosto com a mão esquerda.

— Se fiquei com seu marido, foi porque eu com toda certeza não conhecia a mulher dele antes...

Eu não precisei encarar Dinah para saber que também se mantém boquiaberta devido a tamanha petulância.

Paramos de imediato após a fala impertinente, agora o mistério estava em descobrir o sentido em que ela se referia: a uma cantada barata ou em relação ao meu temperamento.

— Vem, faz uma zona na frente do meu condomínio e vai sem ao menos me explicar a situação. Te elogiando ganho o seu silêncio e atenção pelo menos. — ainda de costas para a mulher, ouço o maldito barulho gradativo dos seus saltos-altos atrás de mim. — Eu não sei o seu nome, você não sabe o meu. O que justifica toda essa certeza de sua parte? 

— Não responde, só continua andando, Camila... Continua andando, só que bem rápido agora! — Dinah sussurrou, mas a outra mulher continuava seguindo nós duas. Aposto que com passos ainda mais apressados que o meu e de Dinah juntas.

— Camila? O seu nome é Camila então?! — proferiu no momento que eu e Dinah entramos no carro com a mão no rosto. — Ei! — eu não ouso em fitá-la nos olhos mais uma vez. Não depois daquela "cantada", se é que já posso denominar assim.

Fecho o vidro da janela, ainda olhando para baixo, enquanto Dinah ligava o carro. Antes de partir, nervosa, ela o deixou morrer umas três vezes.

— Camila?! — a voz rouca me chama a atenção do outro lado pela segunda vez. — Camila?!!

— Droga, Dinah! Agora ela sabe o meu nome! Vai! Anda logo! — também desesperada, eu sequer coloco o cinto de segurança, onde apenas tampo o meu rosto com as duas mãos. — VAI! — em contraparte, o carro arrancou com tanta velocidade, mas com tanta velocidade, que metade da borracha do pneu ficou no asfalto, deixando um fumaceiro preto para aquela vagabunda respirar e engolir enquanto gritava pelo nome no meio da rua.

 — PORRA, CAMILA! — Dinah socando três vezes o próprio volante, ao que eu quase fui arremessada para o para-brisa. — OLHA A VERGONHA QUE VOCÊ FEZ A GENTE PASSAR!!!!!!!!! — berrava, onde não sabia se descabelava-se ou dirigia.

Por minha vez, apenas me mantenho de bico calado. Na verdade, eu já havia falado demais por hoje. Merda demais.

— PUTA QUE PARIU! Você xingou a Lauren Jauregui, você tem noção disso, Camila?!!!!!

E ameacei também se isso servir de consolo.

— VOCÊ SABE QUEM É ELA? — fitou-me brevemente com aqueles olhos gigantes — SABE O QUE TUDO ISSO PODE DAR NO FINAL DAS CONTAS SE ELA QUISER PRESTAR UMA QUEIXA CONTRA VOCÊ?!

Se ela realmente for conhecida, tenho certeza que não desejará ser divulgada na mídia como uma amante.

— Porra!!!! Só espero que não tenham filmado ou tirado foto da nossa cara!!!!!! — Dinah faltava bater com a testa no volante, mas como o carro estava em alta velocidade, não poderia fazê-lo, senão perdia o controle. — PUTA QUE PARIU, CAMILA! O QUE VOCÊ TINHA EM MENTE?!

O que eu tinha em mente durante a discussão? Sinceramente? Nada.

Na verdade, eu até tinha algumas perguntas para fazer, mas o físico de "Lauren Jauregui", seja quem for, respondeu todas elas no instante que pisou na calçada e decidiu abrir a boca.

— HEIM? ME RESPONDE! VOCÊ NÃO GOSTA DE GRITAR NA FRENTE DA CASA DOS OUTROS?!

Gostar, eu não gosto. Mas naquele instante achei que gritar fosse o único jeito de ser ouvida, principalmente quando se perde todos os argumentos.

— PUTA QUE PARIU! EU AINDA NÃO TÔ ACREDITANDO!

Na minha cabeça eu precisava ofender ela. Precisava pelo menos deixá-la amedrontada. E no final das contas, eu quem sai no prejuízo em ambos os casos.

— AONDE QUE TÁ A SUA CONSCIÊNCIA, CAMILA? BATER NA AMANTE DO MERDA DO SEU MARIDO E DEIXÁ-LO TRANQUILO EM CASA?!!!! — massageio minhas têmporas, suspirando pesado com o meu erro — SUSPIRA MESMO, CAMILA! SUSPIRA BEM ALTO PORQUE EU NÃO VOU PARAR DE GRITAR!

E eu merecia ouvir, então, eu não contesto a atitude de minha amiga. Não que de fato eu estivesse atenta, até porque minha mente se mantinha totalmente distante de suas broncas. Pairando sobre como que uma mulher como "Lauren" poderia encontrar meu marido e não respeitar a aliança que ele usava no dedo esquerdo. 

Que por sinal... Nem mesmo a minha ela havia levado a sério após aquele comentário repugnante.

— JÁ TRATA DE ARRUMAR UM ADVOGADO, PORQUE ISSO COM CERTEZA VAI DAR PROCESSO!

Rica, prepotente, segura de si, bonita e, pelo jeito, famosa. Mas afinal, quem diabos era Lauren Jauregui, a amante de meu marido?

•○•○•

E como estamos? Se a fic ganhar repercussão, prometo postar mais dois caps entre hoje e amanhã! Se puderem me ajudar votando, comentando ou divulgando ficarei extremamente feliz s2 

Continue Reading

You'll Also Like

597K 40.4K 67
"Me chamo Lauren Jauregui, tenho 16 anos, estudo em uma das melhores escolas de Miami. Sou filha única e futura herdeira da fortuna Jauregui. Acho qu...
991K 58.8K 47
Atenção! Obra em processo de revisão! +16| 𝕽𝖔𝖈𝖎𝖓𝖍𝖆 - 𝕽𝖎𝖔 𝕯𝖊 𝕵𝖆𝖓𝖊𝖎𝖗𝖔| Fast burn. Mel é uma menina que mora sozinha, sem família e s...
348K 11.4K 90
Camila perdeu sua visão. Lauren se apaixonou por Camila. All Rights Reserved Copyright 2016 @larryscenes
564K 34.9K 36
Por que eu tenho um órgão genital masculino? Bom, minha mãe fala que foi um castigo de Deus por ela ter pecado, eu sou o seu pecado. Deus me ode...