A Amante do Meu Marido (Concl...

By OlivinhaRodrigo

1.2M 70.6K 120K

+18 (hot fanfic) Camila Cabello vai atrás da suposta amante de seu marido para tirar satisfações. O que não... More

Apresentação das Personagens
01 • Treason
02 • Overcoming
03 • You again?
04 • (L) The Biggest Mistake
05 • Camila Mendes
06 • Jaguar's Agency
07 • You're Welcome
08 • From Home
09 • (F) Sweetest
10 • Bets and Surprises
11 • (F) Without commitment
12 • The pression
13 • Good and Hot Blackmail
14 • (L) All Night
15 • (C) She Loves Control
16 • Revenge
17 • Lauren's back
19 • (L) Take a Shower
20 • Hackers
21 • Loyalty
22 • Meeting
23 • Karla Camila
24 • Miami Beach
25 • (F) This Love
26 • Discovery
27 • Precipitation
28 • Playing dirty
29 • (L) Lustful desire
30 • November 25th
31 • If there's love...
32 • Fifteen minutes
33 • (L) Tokyo
34 • Gift
35 • (C) Leash
36 • Christmas Night
37 • Alexa Ferrer
38 • Back to Black
39 • (L) Solutions
40 • Last Piece
41 • (L) Table
42 • The Judgment
43 • Santa Maria, Cuba
44 • Michael's Promise
45 • (F) My Husband's Lover
(L) ESPECIAL 1 MILHÃO DE VIEWS

18 • Charlotte

31.1K 1.7K 4.2K
By OlivinhaRodrigo

 Olá, amores! Surpresa antes do feriado!!!!!

Este é um dos meus caps favoritos até então. Espero que seja o de você também ♥ Logo, já vão deixando aquele votinho camarada, os comentários e/ou aquela divul mara com um coleguinha fanfiqueiro ♥ Eu amo interação!!!!!

 Vocês conheceram o lado da Lauren no cap anterior, viram que ela entrou na balada por acaso, mas que ficou para ver a ceninha por livre e espontânea vontade. Ela está envolvidona, como puderam perceber. Mas e a Camila? Além da caixa das calcinhas, óbvio, por que o assunto a deixa tão desconfortável e kkk agressiva? É isso que vamos descobrir agora!

Bora juntar novamente os leitores da fic. Chega de Team Lauren ou Team Camila! Eu decreto paz no shipper com este cap ♥

. . .

Camila Cabello P.O.V.

Há estudiosos que dizem que o medo é algo natural e saudável. E eu acredito nisso, afinal, o medo costuma nos afastar de situações potencialmente perigosas e que representem ameaças para a nossa sobrevivência. Se você observa que a situação não é para você, você apenas se afasta para se preservar, muitas vezes saindo correndo. É natural do ser humano quando este se encontra em uma zona que geralmente não é a sua de conforto.

E desde pequena eu sempre tive medo de altura, seja para rodas gigantes, bondinho ou até mesmo avião. A sensação do frio na barriga, da incerteza da seguridade do lugar que eu estava me enfiando mais o leve risco que aquilo poderia causar caso ocorresse uma falha, eram o fator principal. Logo, não era por algum trauma do passado ou acidente, era apenas receio, eu não gostava de me arriscar, visto que a primeira e a única vez que viajei de avião fora quando me mudei com Shawn para Miami, há oito anos atrás.

— Esses amendoins são uma delícia! — assim como Keana, Verônica sentava na mesma fileira que a minha e, por sua vez, enchia a boca com os aperitivos. Tudo que a aeromoça oferecia, ela catava. E não que eu a julgue por isso, eu só queria ter o seu estômago para conseguir fazê-lo. — Aê, alguém aqui trouxe Coca-Cola?

Abaixo minha cabeça, sentindo um grande arrepio assim que o motor da aeronave deu sinais de vida, arranhando. Para evitar o constrangimento, já estava segurando minha sacolinha no banco que ficava ao corredor.

— Você está bem, Mila? — Lucy me indagou.

Ela se sentava no assento ao lado, logo, conseguiria ver minha expressão de enjoo.

— Estou. — minto, sentindo aquela sensação horrorosa na garganta subir e descer, onde eu a engolia como quem pudesse prolongar mais um pouco a aflição no meu estômago.

Estávamos no voo há cerca de uma hora. De acordo com o piloto, faltavam em média uma hora e meia para pousarmos sãos e salvos em Charlotte, na Carolina do Norte.

Durante esses primeiros minutos na aeronave, especialmente o que se refere a decolagem, tentei pensar em diversas coisas para distrair a minha mente: o meu futuro apartamento, meu divórcio com Shawn, minha situação estranha com Lauren e, claro, aquela noite horrorosa que tive com Gigi e Zayn.

É estranho falar que não me adaptei a um sexo sem compromisso, já que com uma pessoa em específico eu me dava bem. Para mim, foi assustador sentir, ou melhor, não sentir o que meu corpo estava acostumado quando se deitava com ela. Isso porque tive duas pessoas extremamente experientes e convictas a me dar prazer naquela noite de quinta-feira. Duas pessoas que deram tudo de si, desde o primeiro toque, me tateando em simultâneo, me beijando com vontade, me dando prazer. E eu estaria mentindo se dissesse agora que não tive um orgasmo, que não me entreguei a eles dois e que não me diverti em boa parte da noite.

Mas aí que começava o problema.

Todos os meus instantes de prazer que tive com aquele casal, por algum motivo, era sempre que eu fechava os olhos e imaginava aquela mulher no lugar deles. Tentei o mais forte que poderia nos primeiros minutos não fazê-lo, mas de alguma forma não me sentia à vontade o suficiente ou conectada com o corpo das pessoas que eu me deitava como eu achava que poderia.

Eu me equivoquei naquela noite, e isso não era sobre a chance de explorar minha sexualidade com aqueles dois, mas de levar um sentimento extra para a cama: a crença que resolveria com sexo meus problemas e indecisões. E não, aquilo definitivamente não era moeda de troca. Era uma questão particular de liberdade sexual. 

A minha frustração por Lauren já não era novidade nem para mim e muito menos para ela, afinal, nosso primeiro contato foi através de uma discussão equivocada minha. Eu simplesmente odiava a maneira fria que ela poderia tratar certas situações. Odiava como ela poderia me trazer para seu apartamento, me dar prazer, e ainda possuir uma caixa de calcinhas dentro do guarda-roupa. Odiava a forma educada que se portava no ambiente de trabalho, mas que, se dessem alguma brecha, não pensaria duas vezes antes de me prensar contra uma parede qualquer e acabar com a minha sanidade. Por fim, odiava quando me seduzia somente com um olhar ou uma palavra bem colocada em seu timbre rouco, como o meu corpo reagia as suas investidas mesmo sem eu querer.

Mais do que o ciúmes que eu estava intrinsecamente alimentando, era descobrir minha dependência sexual por aquela mulher num momento não tão oportuno. Essa dependência que a pouco estava se transformando em química sexual, em apego. A prova era clara, meu corpo reagia por espontânea vontade aos toques de Lauren, que aos pouquinhos estava tomando controle de mais um bem que julgava ser seu.

E eu juro que se tinha uma coisa no mundo que eu não precisava vivenciar novamente, sem dúvidas, era assistir outra pessoa conseguir tomar o controle do meu corpo, da minha atenção e da minha valiosa paz.

Desde pequena eu sempre tive medo de altura.

E olhar para Lauren um dia após aquela transa era a mesma fodida sensação da de estar em um avião prestes a dar um pouso forçado. Era assustador, já que não tinha nada a se fazer que não fosse torcer e esperar a turbulência passar. Logo, assim como em uma situação de emergência, esse sentimento de repúdio, mas ao mesmo tempo prazer, era incontrolável quando Lauren se aproximava de mim com aquele maldito sorriso luxurioso.

— Era só o que me faltava... Uma modelo ter enjoo em um voo. Em um voo! — como quem tivesse sido chamada no assunto, a sócia secundária da Jaguar's proferiu.

Com o passar do tempo, eu fui compreendendo o rancor de Alexa e a sua obsessão por Lauren. Se me parassem um mês atrás, enxergariam em mim o mesmo comportamento. A diferença é que Shawn não fode tão bem, muito menos tem a áurea sexual que aquela mulher teima em carregar consigo. Portanto, é mais que justificado Alexa querer alfinetar aquilo que ela queria ser, mas que nunca mais poderia: o desejo de Lauren.

— Oh, mas é bem melhor ser um enjoo corriqueiro do que, por exemplo, uma gravidez. — Lucy tomou a frente, sem perceber as farpas que estávamos trocando por olhar.

— E por que ela ficaria grávida? — olhou sua ajudante para só em seguida me mirar com aqueles olhos castanhos escuro. Da maneira que o fazia tão tranquila, dava a entender que sabia de algo.

— Exato, não há o que se preocupar quanto a isso. — mexo em minha bolsinha, procurando a metade do clonazepam que eu tinha separado para tomar durante a viagem. — ...Eu e meu marido usamos proteção todas as vezes que fazemos. É apenas um enjoo pelo o que eu comi no café da manhã. — pego o meio comprimido e o engulo sem necessidade de água, finalmente encarando Alexa que arqueava a sobrancelha esquerda. — O que foi?

— Nada, querida. — e ajeitou o próprio assento em posição ereta, ignorando a minha atenção ao que segurava um dos clássicos da literatura romantista americana perto do rosto.

Lucy pareceu seguir a mesma linha de raciocínio, por sua vez, cedendo concentração a um magnifico livro de terror, extremamente renomeado pela crítica, ao qual eu amava.

Eu poderia puxar assunto sobre a edição de Ed & Lorraine Warren - Demonologista, mas meu receio de Alexa novamente se intrometer na conversa era maior. Logo, inclinei meu banco para trás, peguei minha almofada para encostá-la atrás da nuca e fechei os olhos tentando ao máximo esquecer o incomodo que sentia no estômago, sobretudo os motivos que o faziam ficar assim.

. . .

Charlotte é uma das principais cidades e centro comercial da Carolina do Norte. Repleta de patrimônios históricos, aos poucos foi se tornando uma região propícia para emigração e imigrantes, onde uma de suas principais características, segundo o que acompanhei pela internet, era a boa oportunidade que ofereciam de se inserir no mercado de trabalho devido à falta de candidatos, além da segurança e preços acessíveis para quem busca construir uma família típica daquelas de comerciais de margarina que passam na BBC.

De qualquer forma, não me parecia tão surpreendente por conta da quantidade de prédios que verticalizavam a paisagem. Sempre preferi regiões mais abertas, naturais, provavelmente no centro do Estado eu poderia encontrar aquilo que tanto gostava. Mas como eu não estava aqui para passeio, mas sim para trabalho, acredito que esteja de bom tamanho, especialmente o hotel que Lauren reservara para a equipe.

Agora segurando meu book fotográfico, cujo continha meu portfólio, eu esperava atenta as indicações de Keana sobre o quarto que eu deveria me direcionar. Logo mais teríamos um desfile em Charlotte para associados e sócio contratante, e eu mal conhecia a cidade em que estava pisando, muito mais empresa ou hotel. 

— 18 B. — apontou o andar sem enrolar na conversa, pois estávamos atrasadas em quarenta minutos devido ao trânsito que nossa van enfrentou até chegar em Charlotte. — Seu fitting já foi aprovado e está nos cabides. Tiffany estará na mesma sala te esperando.

— Meu o quê?! — franzi testa e sobrancelhas. Era a quinta vez do dia que ela fazia isso sem perceber.

— Oh, desculpe, Mila... Sempre me esqueço que você é nova no vocabulário. — se aproximou de mim, carinhosa do jeito que era, me deixou um beijo na bochecha. — Fitting é a prova das roupas que serão usadas no nosso trabalho. Se precisar de algum ajuste, Cloe estará lá para fazer o que for preciso. 

— Ok, 18 B então.

— Isso, no segundo andar.

— Perfeito. — afirmei com a cabeça, andando para trás e quase me esbarrando com um vaso nitidamente caro que, caso derrubado, custaria cinco vezes o meu salário. — Ops...

— Vai lá, Mila! Vai agora, pelo amor de Deus.

Como eu ainda estava usando a minha boa e confortável sapatilha social, consegui correr as escadas e chegar a tempo no estúdio de Tiffanny. Optei pelas escadas já que da vez que decidi vir com o elevador para onde Keana se mantinha, acabei me perdendo por cinco minutos na máquina, sem saber manuseá-la, uma vez que os botões e suas indicações estavam apagadas pelo desgasto. 

— Licença, Tiffanny... — tenho a iniciativa de virar a maçaneta após dar sete toques e não obter nenhuma resposta. — Ah...

— Boa tarde, Srta. Cabello. — Lauren sentada na primeira cadeira de apoiadores braçais a frente, de pernas cruzadas e segurando uma garrafa plástica de água vazia. — Não parece feliz em me ver. O que houve? Não gostou da viagem ou não gostou da visão?

O terno feminino branco caia tão bem nela quanto sua postura cínica. Lauren Jauregui era o meu inferno sempre que vestida de uma maneira elegante. Primeiro, porque as vestes pareciam lhe subir à cabeça, elevando seu nível de arrogância a limites inimagináveis. Segundo, porque esse estilo, de fato, valorizava sua índole, suas jóias e os seus próprios olhos. Independente se estivesse banhada por bijuterias deslumbrante e caras, o olhar dela era a atração principal, além de ser o que mais mexia comigo.

— O que faz aqui? — indaguei sem dar brechas, botando minhas duas mãos na cintura para ela perceber que não era bem-vinda no meu espaço.

— Oras, tirando que sou a dona da agência e que me responsabilizo pelos acordos, nada, Srta. Cabello, eu não faço absolutamente na-

— Disse na sala. Nessa sala. Você não tinha reunião marcada agora? O que faz aqui? — entro no estúdio um tanto desconfiada, visto que Lauren ainda me olhava daquele jeito tão indiscreto, mesmo após eu solicitar que parasse de fazê-lo. Era a mesma coisa de que conversar com a parede. 

— Vejo que conhece o meu cronograma. — Lauren se levantou, ajeitando o blazer do terno refinado. Bastou cinco segundos dando atenção a tal gesto para novamente direcionar suas esmeraldas a mim. 

O barulho dos saltos, do seu caminhar, atordoaram meus ouvidos e mente.

— Sai daqui. — antes que meu consciente se entorpecesse naquele maldito perfume forte e recorresse àqueles braços confortáveis e macios, apontei a saída para Lauren. 

Joga a garrafa plástica na cesta de lixo.

— Eu preciso conversar com você. — ela ia colocando as duas mãos no bolso da calça, completamente à vontade independente da maneira que eu a tratasse.

— Conversar comigo?

— Sim. — Lauren parou a minha frente em distância de dois palmos. De qualquer forma, cá estava seu perfume mais uma vez inundando cada pedacinho da sala.

— Sobre o quê? — enrijecendo meu maxilar, franzi também minhas sobrancelhas para encará-la melhor.

— Você viu a caixa, não viu? — observo-a mastigar um chiclete lentamente. Pelo aroma de seu hálito, era de sabor menta, o que mais adorava.

— Que caixa? — novamente estreito minhas sobrancelhas. — A dos saltos que vou usar? — satirizo.

— Você não viu ou mexeu em nenhuma caixa no dia que foi em meu apartamento? — deu um passo para frente, arqueando o maxilar. Sua postura se demonstrava mais firme quando o fazia tão naturalmente.

— Não mesmo, por quê?

— Você tem certeza? — me olhava com aqueles olhos verdes como se pudesse ler a minha alma.

Rapidamente desviei minha atenção antes que fosse intimidada por eles.

— O que há nessa caixa de tão especial?

Lauren arregala os olhos, se denunciando, ao que soltava aquelas engraçadas três tossidas com o punho na boca.

— Dinheiro? Segredos? Diamantes? Confissões?

— Nada... — quando abaixou o olhar, vi que estava ganhando na discussão. — Não é nada, Srta. Cabello, esqueça.

Ainda de cabeça baixa e agora sem sorrisos, Lauren passou por mim, se direcionando à porta. Seria fácil demais se ela apenas saísse de boca fechada sem soltar nenhuma provocaçãozinha. Muito fácil. E acontece que ser fácil não é e nunca será uma das características de Lauren Jauregui. Não quando houvesse algo que ela queria.

Então a magnata parou de costas, com a mão na maçaneta como quem estivesse prestes a girá-la.

— Ainda está com aquela ideia em mente, Camila?

Meu corpo se arrepiou só por ter ouvido-a pronunciar meu segundo nome com aquela voz baixa, carregada em um misto de arrogância e rouquidão.

— Sim. Estou certa da minha decisão. — engulo em seco, tentando segurar minhas emoções, dado que minha intimidade começara a palpitar sem ao menos ser instigada para tanto. — Não vai conseguir nada. Não comigo. Não mais.

— Isso é o tempo que dirá... — a desaforada respondeu em prontidão.

— Não vai. Eu dou minha palavra que não vai.

— Já disse que veremos isso. — me olhou de ombros, com aquele olhar desafiador que poderia me despir com tamanha intensidade.

Algo naquela mulher me desestabilizava. Me afastar dela, ao menos na parte das relações sexuais, parecia ser a minha única e melhor alternativa para tirar esse domínio que ela conseguiu do meu corpo.

— Lauren, se você tentar tocar em m-

— Eu não vou tocar em você. — tornou a olhar para a frente. Para a porta.

Meu corpo se encontrava em uma maré de confusões. Ao mesmo tempo que me dizia para se afastar de Lauren e tirar aquela dependência sexual que ela ingenuamente me inseriu, dizia também para voltar atrás, porque um sexo com uma mulher feito ela deveria acontecer só uma vez na vida, e pior, com apenas uma pessoa. E essa pessoa não era aquele casal, não era Shawn ou muito menos qualquer indivíduo que eu provavelmente me envolvesse.

Era isso que me assustava.

— Ótimo.

Lauren estava agindo bem em demonstrar cautela durante a nossa conversa: não me provocando ou se aproximando daquela maneira que me tirava o chão dos pés. Ao mesmo tempo que isso me agradava, também não me agradava. Ela não tinha o direito de aceitar isso de bom agrado. Digo, ela tinha que aceitar, mas não de uma forma obediente, na primeira chance como se o nosso sexo fosse um tanto faz. Mas Lauren era e sempre será uma mulher de respeito acima de tudo. Essa era uma de suas grandes virtudes. Se você pedir pedra, Lauren não te dará madeira. Eu tinha essa consciência quando sugeri parar, só não sabia que seria tão difícil, especialmente logo após ser obrigada a passar uma viagem de semanas que me faria ficar perto dela quase que vinte e quatro horas.

Então apenas espero conseguir superar esse sentimento de querer voltar atrás, porque se eu não conseguisse, será eu quem terá que convencê-la a aceitar tudo de novo. E bom, este era um dos diálogos fictícios que eu não havia treinado em meu quarto. 

— Perfeito, Lauren. — tensa, fui em direção ao cabideiro em prol de ocupar a minha mente, observando o look da noite.

— Eu não vou tocar você, sabe por quê? — quando penso em virar o calcanhar para respondê-la, Lauren prosseguiu: — Porque você virá a mim.

— Jamais — ri nasal, balançando a cabeça.— Eu jamais irei até você.

— Você errou ao me cortar, Camila, e ao sair com aqueles dois também. Principalmente por um erro tão fútil. Por mais uma precipitação sua.

— Olha, eu não quero começar com esse assunto de novo.

Já foi difícil omitir a verdade da primeira vez que conversamos, repetir a mesma história em menos de vinte e quatro horas me faria, automaticamente, inventar mais versões para sustentar a minha mentira. E eu não precisava disso.

— Tudo bem, eu muito menos. — deu de ombros.

— Okay. — repeti seu gesto, tentando não me intimidar com seu jeito irritante de inverter as posições numa discussão. —Tchau, Lauren.

— Sra. Jauregui.

Eu não precisava fitá-la para saber que o sorriso de canto, sem mostrar os dentes, já estava curvado em seus lábios.

— Até mais, Sra. Jauregui.

— Agora sim. — novamente riu nasal, fazendo-me apertar os punhos para não apertar outra coisa. — Te vejo mais tarde a sós, Srta.

— Mais tarde "a" o quê? — estranhei.

Lauren abriu a porta.

— Te vejo lá. — e fechou-a em seguida, me deixando com aquela cara de paisagem por nunca entender seus enigmas.

Em seguida, passo uma das mãos na testa ao qual subiu até minhas mechas castanhas, apertando meus fios como forma de aliviar a tensão. Lauren não tinha necessidade nenhuma de saber sobre o que eu descobri. Eu já tinha decidido, conversar sobre a caixa só nos faria perder tempo e paciência. Desta forma, eu teria que melhorar minha habilidade em mentir, encarando os olhos verdes, pois era com o olhar que Lauren sempre me desvendava.

Após a sensação de ameaça se dissipar no peito, Tiffanny e Cloe adentraram a sala minutos após a nossa superior sair. Para a minha sorte, já que com Lauren na cabeça eu não teria condições de me concentrar em outra coisa que não fosse descobrir o meu "erro" ao me "precipitar" em algo que vi cor, formato, data e nome. 

. . .

American Enterprise era um verdadeiro paraíso para aquele cliente que buscava luxo e conforto em demasia. Localizado em Charlotte, nos Estados Unidos da América, era um dos estabelecimentos mais bonitos e bem planejados que já tinha pisado.

Como de costume e prontamente no backstage do salão principal, coloco parte do meu rosto para fora da cortina para bisbilhotar a decoração. Havia uma passarela enorme em comprimento, ao que me parece, é também mais alta e um tanto mais larga que aquela montada na empresa de Lauren. Tínhamos feito um desfile teste duas horas atrás, mas por se tratar do meu primeiro compromisso com público e como atração principal, não pude evitar de sentir aquele friozinho companheiro na barriga.

As paredes pretas, assim como os assentos de estofado da mesma cor em volta, traziam ao ambiente um aspecto intelectual e de negócios — se assemelhando com o molde da Jaguar's Agency. Luzes instaladas e acessas no teto central assim como no entorno da gigantesca passarela. Vejo alguns senhores sentados à frente, estavam conversando ao que degustavam uma taça de champanhe acompanhados de suas belíssimas esposas.

Às oito horas da noite me apresentei ao setor principal. Estava junto das outras dez modelos que iriam desfilar. Lindas, extremamente lindas, fazendo-me questionar em pensamentos o porquê de ser escolhida como a principal da noite sendo que haviam mulheres muito mais exuberantes e capacitadas para tal função.

— Vamos, meninas.  — Alexa arruma uma fila com as modelos a postos. Me junto a elas, visto que não sabia muito o que deveria fazer ou quando fazer sempre que Keana saía de perto.

Todas pareciam extremamente profissionais, sem sorrisos, sem devaneios ou apresentar inseguranças, assim como deveria ser.

— Você não, Camila. — rola os olhos e eu me afasto das meninas em prontidão. — Céus, ninguém te contou que a principal é sempre a última?

— Não, porque esse deveria ser o seu trabalho já que é a líder do set. — retruco sem me esconder, até mesmo arqueando meu maxilar para encará-la da maneira que Alexa gostava de fazer.

— Porque esperava senso. — deu um passo a frente, seguida do olhar curioso das demais que se mantinham na sala — É o mínimo que uma modelo deve saber, especialmente uma da sua categoria e pelo nível que ocupa na minha agência.

— Achei que a empresa fosse da Sra. Jauregui, já que é pelo nome dela que assinei o contrato, além de ser aquele que vejo quando o dinheiro cai na minha conta. — quando pensei em recuar, já tinha piscado um dos olhos de maneira convencida.

Não sei de onde que surgiu tanta coragem para confrontar Alexa na frente de uma multidão e a alguns minutos do desfile, mas agora que entrei na discussão, teria que sair vitoriosa de um jeito ou de outro.

— Você está bem saidinha, Srta., ainda sou sua superior aqui. — afirmei com a cabeça, segura do meu posicionamento. — Você sabe que posso te tirar desse pedestal em questão de segundos, não sabe? — agora murmurou um tanto mais baixo, perto de ouvido.

— Sei. — a encaro nos olhos, sem abaixar cabeça ou tom de voz.

— Ótimo, é bom que saiba mesmo e que aprenda a agir feito uma modelo, já que pelo jeito você é uma. Ou deveria se tornar. — profere ainda em sussurro, carregando aquele tonzinho ácido consigo como se aquilo fosse uma qualidade.

— Te respeito pelo seu trabalho, Sra. Ferrer, mas se fosse para ser o seu capacho, que escuta atrocidades e fica calado, eu estaria naquela fila... — sutilmente apontando com a cabeça para suas meninas. — E não aqui, como modelo principal, ganhando o triplo que provavelmente aquelas coitadas ganharão.

Ouço-a rir nasal de minha justificativa em seguida.

— Céus, a Lauren está fazendo um bom trabalho. — lufa irônica, me olhando por debaixo dos cílios. — Esse ditado já é conhecido, Camila. Espero estar no dia que ela te abandonar da parte mais alta do pedestal. Te empurrar de lá.

 — Espero que esteja em todos os meus desfiles e me veja fazer jus a confiança que ela me depositou. — umedeço o lábio inferior. — Porque eu vou ser aquela que será ovacionada e aplaudida de pé. Te procurarei ansiosa entre a platéia, Sra. — antes de me retirar da sala, educada, eu acenei com a cabeça. Depois, me despeço das demais modelos, que não tinham escutado o desenrolar completo da conversa, mas que, pela primeira vez, deveriam estar vendo uma delas confrontando Alexa Ferrer.

Caminho pelo corredor até o quartinho que ficava os aperitivos, lá tenho a sorte de encontrar a minha treinadora favorita. O meu único ponto seguro dentro dessa agência até então.

— Oh, céus, Srta. Marie! — corro para abraçá-la.

— Isso não vai amassar o seu vestido ou vai? — brinca, não envolvendo os braços ao redor de minha cintura — Você está perfeita, Camila.

Me desvencilhei da mulher, dando uma voltinha ao que respirava fundo, engolindo os desaforos que escutei de Alexa mas também a ansiedade, que sempre me consumia independente das vezes que tivesse treinado para executar alguma coisa.

— Azul é a sua cor, Mila. — maneia a cabeça fazendo um sinalzinho de okay com a mão.

— Você disse isso quando usei o vestido vermelho — a olho com uma sobrancelha arqueada, desmascarando-a na cara dura.

— Porque azul e vermelho são a sua cor. — dá de ombros — Vem cá, deixa eu arrumar essa cauda.

Keana tinha razão, azul deveria mesmo ser a minha cor. Bom, ao menos era a minha favorita desde a infância.

Por se tratar de um vestido de malha, me senti mais a vontade tanto para caminhar quanto para respirar usando ele. A veste era criação de uma renomeada estilista americana, que estava acreditando no meu potencial de desfile para deslanchar nas vendas ao ganhar reconhecimento. Portanto, tinha um tecido confortável, abertinho nas costas e decote, além de uma calda facultativa do estilo véu, completando um vestido que julgo ser um dos mais bonitos que eu chegaria a provar no mundo da moda. Os detalhes, o conforto, a simplicidade, exatamente tudo me encantava por aquela obra-prima, e que se não fosse os planos do meu apartamento, eu não pensaria duas vezes de liquidá-lo para mim.

Do outro lado, tínhamos a maquiagem e o penteado que a equipe de Tiffany fizera em menos de quarenta minutos e que valorizava de maneira indiscutível o look. O bracelete e demais acessórios também, uma vez que contrastavam perfeitamente com a cor do vestido, dando-me a impressão de ser uma mulher confiante e imponente, mas acima de tudo e mais importante, destacando a naturalidade das minhas características.

— Ah, quase me esqueci... — Keane mexe no bolso, capturando um fone de ouvido. Era o mesmo que usei no meu primeiro desfile. — Tome, pediram para eu te entregar isso. — estende-o em minha direção, mas eu nego com a cabeça, sutilmente triscando em seu pulso.

— Não irei precisar usá-lo dessa vez. Obrigada, Srta. — curvei um sorriso tentando não transparecer tensão.

— Certeza?

Não. 

— Absoluta. — acenei com a cabeça como quem não quer nada.

— Tudo bem. — a treinadora retribuiu meu cumprimento, logo após olhando em direção a porta quando o anunciador do evento iniciou as saudações. — Acho que você precisa ir agora. 

— Sim. — respondo sem me mover um passo da salinha.

— Precisa de algo? — me encarou com aqueles castanhos desconfiados.

Coragem e um novo ponto fixo para olhar enquanto desfilo, por favor. 

Penso ao que me corria em ansiedade por dentro.

— Não, estou apenas respirando fundo.

— Ai, m-meu D-Deus-

— Não, não... — seguro Keana pelo antebraço antes que pudesse se apressar para me trazer um copo d'água. — Eu não estou nervosa, okay? Se acalme... — encaro-a preocupada à medida que suas bochechas ficavam vermelhas feito pimentão.

E para minha infelicidade, acalmar Keana de uma provável crise fora o menor de meus problemas naquela noite.

Para início de pesadelo, começaram por anunciar meu sobrenome errado, pronunciando-o como "Cabedjo". Por apenas convocarem as modelos pelo sobrenome, tive um delay de vinte segundos achando que a tal da "Senhorita Cabedjo" seria qualquer outra pessoa no mundo, menos eu, claro. Um belo cutucão de Keana em meu ombro fora o suficiente para me fazer acordar e caminhar até a parte inicial da passarela, atordoada, mas ainda assim tentando passar a boa índole que minha posição exigia. 

Os holofotes foram em minha direção, altos e diversos, deixando meus olhos sensíveis a um fio de lacrimejarem. Minha instabilidade naquele instante fora nítida para qualquer ser humano com olhos, ao passo de quase cambalear com o jogo de luzes cujo não estavam previstas nos ensaios que fizemos a tarde. Mas eu respirei fundo enquanto mantinha a minha pose, observando Alexa e Lucy à direta. Logo após, meus quadris balançaram conforme a batida da música, onde finalmente comecei a travessia da tão comprida passarela de Charlotte . Minhas inseguranças vieram à tona durante o percurso. Meu olhar vagando pelo estabelecimento também, fugindo de um par de esmeraldas verdes que muito provavelmente estariam a me cortejar naquele momento.

Assim que parei para ser fotografada na parte principal da pista, fechei os olhos por um instante, implorando aos céus que me mandasse coragem para que meus pés não falhassem ou minhas pernas bambeassem naquela posição que se daria por exatos dez segundos. Meu coração bombeava forte. O frio na barriga estava me consumindo. Aquilo definitivamente não era e nunca seria para mim independente da quantidade de vezes que eu o fizesse ou treinasse. 

A passarela era alta assim como a minha responsabilidade ao desfilar. E eu deveria ter pensado melhor nessa proposta, lembrando-me dos meus limites, uma vez que tinha medo conotativo e denotativo de altura. 

"Respira, lo estás haciendo bien"

 A voz ecoou mais do que o som da música, ecoou feito um sussurro em meu ouvido. E ela falava em espanhol para atrair a atenção de quem o compreendia como língua nativa. Falava rápido, usando e abusando do sotaque cubano para dificultar o entendimento daqueles senhores que estavam ao seu lado e que muito provavelmente fizeram um cursinho básico e nada mais deste idioma.

"No escuches lo que dicen tus pensamientos". — Lauren estava a alguns centímetros da passarela, na região frontal. Logo, não precisava alterar muito o tom de voz para se fazer audível a mim. — "Concéntrese en el aquí y ahora". — meus olhos desceram para se encontrarem com os dela. Malditas e atraentes esmeraldas verdes.

E ao me conectar com aquele par de olhos carregado de intensidade, senti o mesmo alívio que me atingiu no meu primeiro desfile: a sensação da dissipação dos meus receios e inseguranças. Cá estava ela mais uma vez tomando o controle dos meus sentimentos. Era inevitável por mais que eu fingisse que não. Em algum momento da minha vida eu deixei ela entrar, ela se apossar desse poder e agora eu apenas estava sofrendo com as consequências. No entanto, eu não poderia negar a gratidão que aquele gesto trouxe ao meu peito, porque fora através de suas palavras e confiança depositada que eu consegui concluir a travessia sem cometer mais deslizes. 

Lauren tinha me salvado do pior novamente.

. . .

Após a comemoração social que nossa agência teve com os representantes da cidade, fui notificada por Keana no meio do evento o compromisso imprevisto que eu ainda tinha no final da noite. Sem muitos detalhes, a mulher apenas explanou que se tratava dos negociadores da próxima cidade, ou seja, Detroit, onde disse que os rapazes gostariam de conhecer em um encontro breve a modelo principal da Jaguar's.

Sorte a minha que os saltos que calcei eram confortáveis. Sorte ainda mais que aquele vestido era adaptável, isto é, a calda era optativa para quem o trajava. E óbvio que após algumas taças de vinho, mais alegre que o normal, eu optaria por aquela alternativa de vestido que não me desse a possibilidade de pisar nele e desmoronar no chão logo após. Certo que agora ele estava um pouquinho mais indecente, acima dos joelhos, mas tenho certeza que para um início de madrugada e após o sucesso do desfile, meu booker, até então desconhecido, não iria se importar.

A limousine me esperava do lado de fora do prédio. Após vinte e oito anos de vida, seria a primeira vez que eu experimentaria de tal luxo. Portanto, animada como nunca, não perco tempo para abrir a porta e...

— Lauren... — saiu com uma pitada de surpresa e ao mesmo tempo desgosto.

Encarar meu medo de frente não estava nos meus planos.

— Srta. Cabello. — acenou com a cabeça para que eu adentrasse a encantadora limousine preta.

Lauren segurava uma taça pela metade de talvez champanhe. A observo. Ela usava a mesma roupa do evento. Blusa social branca de gola V, saltos-altos exuberantes e, pela primeira vez em minha visão, uma saia social que cobria até seus joelhos. Assim como a calça, aquela saia preta sem botões ainda sustentava sua pose autoritária de mulher negócios. Seu cabelo preso em um coque formal, onde as mechas soltas alinhavam seu maxilar e, se possível, a deixava ainda mais atraente naquela maquiagem convencional.

— Um prazer revê-la.

Sem alternativas entro, com cuidado batendo a porta. Todas as janelas fechadas e cobertas por um Insulfilm preto, onde nem o ar condicionado conseguia moderar o fervoroso cheiro de seu perfume.

Então quieta me sentei do outro lado do automóvel, quieta me mantive tentando cortar todo e qualquer contato visual que trocaríamos nessa viagem.

— Aceita champanhe?

— Não, obrigada. — respondo ao que sentia o vinho percorrer minhas veias.

— É francês, o meu favorito. — seu tom tranquilo, extremamente relaxado. — Deveria experimentar, baby...

— Não me chame assim, por favor. — interrompo sem sorrisos, na verdade, mais tensa e estressada que o normal sempre que me deparava com ela.

— Oh, desculpe. Foi sem intenções. — abriu um sorriso cínico que demonstrava suas intenções. Por sinal, nenhuma delas transmitia empatia com as propostas que estabeleci ontem a tarde.— Se importa se eu abrir dois botões da minha blusa, Srta? — se abana como quem está com calor.

O automóvel dá partida assim que o barulho do travamento das portas se faz presente. Sair já não era uma opção, visto que o motorista estava segregado pela divisória do veículo de luxo. Sequer deveria estar ciente da tensão que estava aqui atrás. Ou melhor, da minha tensão, pois Lauren me parecia bem a vontade.

— Não é mais fácil abrir a janela?

— Sim — a mulher não perdia tempo, pois em menos de dois minutos de convivência, cá estava ela lentamente desabotoando a blusa social — Mas eu não quero facilitar. — piscou um dos olhos em seguida, fazendo-me mirar o chão daquela limousine a ponto de perfurá-lo de tão nervosa.

Lauren não deixa de evitar o sutiã à mostra. Retomo minha atenção ao piso do carro após reparar no detalhe. Era mais seguro olhar para ali.

— Sabe, Srta. Cabello, eu fiquei pensando naquilo que você me falou sobre a caixa e-

— Quero falar sobre o trabalho. — respirei fundo, ainda sem conseguir mirar seus olhos verdes. — Você pode, por favor, me orientar sobre como será essa reunião com o representante?

— Claro que posso. O que quer saber? — a voz de Lauren deslizava em malícia e sátira. Estava do jeitinho que eu mais odiava. 

— Tudo. Não sei sobre nada que irá rolar lá. — digo ainda olhando para o piso. 

— Os representantes de Detroit, nossa próxima cidade, estarão para te conhecer. Será rápido, eu prometo.

— O que eu vou precisar falar? — meus olhos não obedecem a mente, onde tornam a fitá-la.

Primeiro o sutiã para só depois as esmeraldas, essa foi a minha ordem. Lauren aprovou minha desconcentração, rindo nasal.

— Nada, baby, estou aqui para responder por você o que quer que seja. 

— Lauren...

—  O quê? — rolei os olhos. — Oh, céus, eu fiz de novo, não fiz? — umedeço meu lábio inferior, especialmente por já estar no limite com os joguinhos dela. — Desculpe, Srta Cabello, é costume.

Para descontrair, decido ligar o celular que trouxe em mãos para o evento. Mexer nas redes sociais nunca me pareceu tão atraente quanto naquele momento.

— Sabe, Srta. Cabello... — um deslize na tela de bloqueio foi o suficiente para fazê-la prosseguir a falar. A me instigar. —... você me disse que não mexeu naquela caixa, mas-

— Eu já falei que não quero falar sobre isso. — lhe desejei a morte em pensamentos quando a vi tocar no assunto e, respectivamente, abrir um sorriso malandro.

— E por que não?

Minhas mãos coçavam assim como minha garganta. A sensação já era conhecida e só aliviava após uma coisa.

— Porque não. — respondi.

— Então assume que mexeu?

— Eu não mexi em porra nenhuma, Lauren, que saco!

Cruzei as pernas mais impaciente, mais zangada após remeter o assunto, literalmente a um fio de enfiar o celular que segurava na garganta da mulher que ria sem discrição do meu nervoso.

— Oh, claro, e a caixa ficou destampada sozinha.

— Ela não ficou destampada! — joguei o parelho no banco, furiosa, apontando o dedo indicador para Lauren.

Além de curiosa, ela ainda tinha a coragem de me chamar de "bagunceira"?!

— Ah, não?

— Não!! — meus batimentos ficavam desregulados sempre que colocados num jogo de perguntas, onde minha respiração era causa perdida. Eu não sabia mentir. Não para ela. Não quando ela me olhava daquela maneira.

— Não ficou porque você mexeu e colocou-a organizada no mesmo lugar, não foi, baby?

— Sim! — então eu gritei a plenos pulmões, segura da minha verdade, até me deparar na bobagem que tinha acabado de fazer. — Lauren... — falei sem reação, analisando o rosto moldado negar de um lado para o outro, bebericando o champanhe assim como um campeão faz ao vencer seu desafio.

— Acho que precisamos conversar sobre a caixa, Srta.

Mas eu me roguei a prosseguir na conversa. Pego meu celular, tensa, abrindo minha caixa de mensagens, ignorando Lauren ou apenas tentando ignorar sua presença, por mais que suas lufadas convencidas e seu perfume forte tentasse me convencer do contrário.

— Srta. Cabello?

Respiro fundo. 

— Camila?

Juro que tentei mais uma vez controlar minha boca, tudo para não lhe dar o poder de explanar minha insatisfação.

— Bab-

— O que eu vi foi suficiente, Lauren. — taco novamente o pobre celular no banco da limousine, gesticulando desesperada com as mãos como forma dela compreender o meu estado. — Acredite. Não estou afim de vomitar. 

— Claro que foi, Srta., eu sei que sim. — Bebia e agora afirmava com a cabeça, longe da ameaça e da tensão que eu sentia. Definitivamente éramos mundos diferentes. — Mas eu só queria ter certeza que era esse o motivo que a fez hesitar sobre as nossas noites. 

— Um motivo e tanto, não acha? — arqueei uma sobrancelha, lembrando de cada detalhe daquela caixa nojenta.

— Oh, sim, com certeza.

Seu cinismo novamente me fazendo ficar a um passo de enlouquecer, dado que com a frieza que me respondia, me dava a leve impressão de estar se gabando do meu estado. Se divertindo por dentro.

— Fico feliz em saber que também não gosta da ideia de dividir um corpo, Srta.

— Do que está falando? — uma risada nervosa ecoou junto de piscadas despretensiosas de meus olhos. E tudo após uma simples afirmativa da mulher. Maldito poder que sua voz rouca tinha sob meu corpo.

— Do ciúmes, porque foi esse o motivo que a fez me repudiar, não foi?

— Quê? — mordi meus lábios, aflita pela posição que fiquei após a interrogativa. — Óbvio que não! — eu também tinha nojo daquela caixa, mas meu nervosismo impediu-me de arrumar explicações viáveis. Naquele momento, nada mais importava, bastava ocultar o sentimento inédito que ela descobriu que eu sentia que tudo ficaria bem.  — Eu fiquei com nojo de você e foi por isso que eu me afastei! — falei sem sentir o peso das palavras. Falava alto, rápido, mas sem significância alguma no fundo, já que aquela era apenas uma parte da verdade.

— Ficou mesmo, baby? Diz para mim...

Eu sabia que era por pura educação e luxuria de sua parte permitir-se seguir neste tom de voz, mas a forma que ela me tratava, ou melhor, a forma que parecia não se importar com a minha gritaria, apenas piorava a minha situação, uma vez que eu não encontrava outra maneira de também desestabilizá-la na discussão. 

— Lauren, eu juro que se você me chamar assim de novo, eu vou-

— Vai o que, hm? —engulo em seco ao que ela arqueou maxilar e sobrancelha, sua áurea sexual tomava o ambiente quando o fazia de uma maneira tão natural, e pior, arrastado as palavras com seu timbre rouco e sério. — Isso te traz boas lembranças? — de boca calada, voltei a olhar o piso da limousine. — Se está tão segura do seu acordo, Srta. Cabello, não deveria se intimidar assim, não acha? 

— Vai se foder... 

— Se eu te chamar de "minha putinha" você vai fazer o que, hm?

De imediato algo me acertou em cheio. Algo que iniciou na ponta dos meus pés, percorreu minha coluna e parou na minha espinha. Pontadas dolorosas entre as minhas pernas foi outro sinal, numa região sensível que não poderia atiçada, muito menos por ela. 

— Cala a porra da boca! — me desesperei totalmente ao sentir o comportamento característico da excitação.

— Vem calar, Camila.

Uma sensação muito distante do que eu estava acostumada começou a tomar conta do meu corpo. Uma sensação tão forte que além de me arrepiar, senti minha intimidade se apertar contra o nada — tão intensa, mais tão intensa, que a região chegava a doer hora ou outra à medida que era devorada pelo olha de Lauren.

— Ou melhor, Karla Camila.

Sentia também minhas bochechas arderem por causa do ódio que eu estava alimentando.

— Não acha estranho ter o seu segundo nome ao invés do primeiro na ordem da caixa? — arfo extremamente pesado. — Você tem 28 anos também e eu jamais me esqueceria disso. Não de você, claro.

— O que está insinuando? — abri um sorriso cínico acompanhado de um falso tom de bom humor na voz — Que aquilo dali é de outra pessoa? Que é "pura e inevitável coincidência" aquilo parar no seu guarda-roupa igualmente quando me encontrou ontem na lanchonete e anteontem na boate? — vejo-a piscar mais vezes que o normal os olhos — Caramba, Lauren, pessoa mais azarada que você não existe, heim...

— A balada poderia ter sido evitada... Mas assim como você, eu decidi bisbilhotar aquilo que não deveria. Decidi ficar para ver o quão longe você seria capaz de ir.

—E lá vai você novamente querer comparar a minha foda com a sua legião de transas! Me poupe, né?

— Você chama aquilo de foda? — dou de ombros, tornando a fingir mexer no celular — Por Deus, cinquenta minutos não dão para sequer apreciar as curvas do seu corpo, Camila. — ela... contou os minutos? — Falo isso por experiência própria. — maldita.

— Mas eles conseguiram.

— Quantos orgasmos eles te deram? Um? Um e meio? Nenhum? — sua voz ficando mais fina, escorrendo sarcasmo a cada interrogação.

— Eu não vou falar sobre isso.

— Então está confirmando que não gozou, assim como eu esperava.

—Eu gozei sim, okay?! E foi muito bom por sinal! — minha bochechas inflaram tão quanto minhas sobrancelhas, que se juntaram no meio da testa.

— Quantas vezes? — umedeceu o lábio inferior sem compromisso, onde meus olhos infelizmente acompanharam como nunca o trajeto.

— Muitas que até perdi as contas. — minto.

— Pretende ver eles novamente?

— Pretendo, até peguei a cueca e a calcinha deles para montar uma caixa de recordações no meu guarda-roupa. — solto uma piscadela junto de um riso nasal — Agora estou pensando de abrir uma agência e contratá-los para me servirem, o que você acha? — encaro com curiosidade os olhos verdes.

Daria de tudo para vê-la envergonhada neste momento. Mas ao contrário do que esperava, Lauren riu da minha justificativa. Sim, riu como se eu tivesse contado a melhor piada do mundo. Uma gargalhada rouca, até mesmo gostosa de se ouvir.

Em seguida, retomou a postura, usando a tática da degustação do champanhe para se mostrar na ofensiva. Era a vez dela agora.

— Nem todo mundo que está na empresa já teve relações comigo.

— Mas a grande maioria já! — minha voz saía mais alta daquilo que eu planejava para o diálogo. Isso porque aquela mulher me enlouquecia em todos os sentidos da palavra.

— Como tem tanta certeza? — ousou perguntar, trazendo à tona o meu maldito frio na barriga.

— Ai, dá licença. — reviro meus olhos como gesto de defesa, já completamente sem argumentos e paciência para Lauren Jauregui.

Ali, eu esperava poder recorrer a, pelo menos, alguns minutos de silêncio. E geralmente quando você está debatendo com alguém e essa pessoa se cala sem mais nem menos, você automaticamente entende que venceu a discussão. E eu o fiz para isso: para Lauren encerrar o assunto.

— Aquela caixa é do ano passado, Srta. Cabello. — mas foi bem aqui que o meu problema começou.

— Ah, claro... E você coincidentemente encontrou uma Camila, de vinte e sete anos, no mesmo dia que transamos pela primeira vez! — volto a mirá-la com sangue nos olhos.

— Fico feliz em saber que também se recorda da data, Srta.

— Vai se ferrar!

— Mas não, baby, aquilo era um quatro e não um nove. 12 de abril do ano passado. Minha ortografia não é a das melhores, eu sei.

— Não inventa, Lauren... — novamente revirei meus olhos.

— Não estou inventando. — respondeu de imediato — Bastava abrir o saquinho para ver que aquela não era a sua calcinha.

Falava como se eu fosse capaz de triscar naquela nojeira para me certificar de algo, abrindo saquinho por saquinho.

— Chega. Não quero mais falar sobre isso. — cruzei os braços.

— Eu sei que isso talvez não justifique, mas eu parei com essa mania em setembro do ano passado. 

Comecei a olhar para aquelas janelas cobertas por Insulfilm à frente como se eu realmente pudesse enxergar algo através delas.

Fiz cara de paisagem enquanto Lauren tentava se explicar.

— ...E por acaso voltei com ela em setembro deste ano, no dia doze, por você. — tinha sinceridade naquilo que esboçava. Tinha mesmo. Mas eu preferia fingir que não. — Mas só por você desde então. Aquela caixa, aliás, estava lá dentro para ser jogada no lixo.  Coloquei aquelas coisas ali no começo do mês, mas elas ficavam na gaveta, como iriam para o lixo, foi que eu as transferi para a caixa.

— Você é muito boa de lábia mesmo. — solto uma gargalhada irônica — Poderia se tornar advogada ao invés de empreendedora. — volto com o semblante sério, prestes a fechar os olhos com aquela conversinha furada.

— Não acha estranho ter datas naquela caixa na qual eu estava com você? — mas Lauren revidou, novamente ágil —  Digo, se você chegou a ler os nomes e as datas...

— Eu jamais leria os nomes! — minto com o último fio de forças que me restava — Jamais pegaria naquela nojeira!

— Certo, certo, você tem razão, Srta. Cabello, mas o ponto que eu estou tentando chegar é: aquela caixa não é deste ano e eu não estive com outra pessoa enquanto me deitei com você.

— Por que você custa em acreditar que estou incomodada com isso? — será que eu estava deixando evidente? — Que eu me importo com quem você fode ou não?!

— Porque eu sei que sim, senão você não teria comentando sobre o motivo de eu estar com a minha assistente ontem a tarde na lanchonete.

Engoli em seco uma, duas vezes talvez. Tudo isso sob o olhar intenso da mulher mais velha.

— Sua calcinha fica dentro da gaveta da minha cômoda. — falou com voz rouca para  prontamente me arrepiar.

Troco a posição da cruzada de pernas, torcendo para que ela não repare no meu nervosismo.

— Eu não preciso de detalhes. — respondi trêmula na voz.

— O cheiro dela me excita.

— Arght, Lauren, por fav-

— Poderíamos reprisar as nossas noites, Srta. Cabello. — um aperto doloroso tomou o meu centro. Um aperto seguido de uma pontada que por muito pouco não me fez gemer dentro daquele carro. — Agora que você já sabe a verdade, tem bandeira branca para voltar atrás.

— Não, obrigada. Estou segura do que eu quero. — minha calcinha molhando assim que a vejo inclinar o maxilar, trincando-o como quem soubesse da minha verdade. Odiava quando ela me encarava daquele jeito.

— Está, é?

Me esperneio mais uma pouco no banco do automóvel, excitada, ao que tentava mandar mensagens diretas para o meu sexo, dizendo-lhe que não, que não era para se animar com a voz daquela mulher, que ele deveria parar de se atrair pelo semblante, perfume, olhar...

— E por que está cruzando as pernas dessa forma?

Mais uma pontada certeira em minha boceta quando Lauren indagou levantando uma sobrancelha.

— Seu corpo me diz o contrário das suas palavras.

E a cada frase arrastada, rouca, que ela soltava, mais forte eu poderia sentir aquela vibração tomando posse do meu corpo. Latejava, apertava, doía; esses eram os efeitos que eu estava tentando evitar e que Lauren Jauregui conseguia me trazer com facilidade, numa conversa em que ela me envolvia sem ao menos me tocar.

— Fica muito longe... esse evento que estamos indo? — de repente, meus olhos começaram a acompanhar sua boca, onde minha saliva ia secando gradativamente em minha garganta a cada mordida que ela dava no lábio inferior.

— Fica o suficiente para você mudar de ideia e sentar no meu colo para eu te foder nesta limousine. — disse séria, pontuando cada palavra, como eu nunca havia a escutado na vida.

Quando parei para pensar, já estava jogando a cabeça para trás, uma vez que rolava os olhos — só que diferente das outras ocasiões, esta era pelo tesão que tinha se acumulado de monte entre as minhas pernas.

— Não existe... — engulo em seco —... evento nenhum, não é? 

— Isso mesmo. — dá outra daquelas risadas nasais.

Eu já não sabia mais como que eu iria seguir com os meus planos, isto é, se é que agora eu ainda tinha um. Fato era que minha mente me dizia uma coisa enquanto que minha intimidade, outra. Eu me encontrava numa maré de confusões. Não sabia o que fazer. Na verdade, tê-la daquele jeitinho só deixava ainda mais explícito que aquilo que ela estava me fazendo sentir, usando somente palavras, era o suficiente...

Era o suficiente para me fazer enxergar que por mais que eu lutasse contra, ela ainda teria o poder de me causar essa fodida excitação que só ela seria capaz de aliviar.

— Me trouxe para cá só para me convencer?

— Exatamente. — deixou a taça no porta copos da limousine, mais uma vez umedecendo o lábio inferior num joguinho provocante de olhares, onde reveza entre meus olhos e boca, literalmente pronta para atacá-la a qualquer instante. Além de sedutora, se fazia extremamente linda. — Para te ter só para mim novamente.

Mais mensagens são enviadas para o meu subconsciente. Ao que falava, ia também implementando uma certa tensão dentro do carro, onde suas palavras poderiam aquecer o ambiente, diminuir nossos espaços e foder com cada célula do meu corpo, uma vez que já estavam implorando por ela.

— Aonde estamos indo? — faltou voz em minha interrogação, especialmente porque todas as minhas forças tinham se concentrado em um único ponto.

— Estou apenas esperando você vir para o meu colo para eu autorizar o motorista a ir até um lugar que aluguei para a gente.

Não tinham explicações a sensação de desejo que Lauren transmitia a mim. Julgo que este era um dos principais motivos para eu adorá-la tanto a ponto de recordá-la durante uma foda. O modo que ela me olhava, que me despia com palavras como se eu fosse a mulher mais atraente do mundo para ela, me cativava. Sim, eu era totalmente rendida pela forma que era ansiada por aquela mulher.

E por mais que eu buscasse esse mesmo olhar vindo de outras pessoas, meu corpo ainda ansiaria pelo olhar dela. Foi como eu constatei no começo, dado que deixei esse sentimento me tomar em alguma parte dos nossos encontros. Agora que ele estava aqui, a probabilidade de eu conseguir negá-lo era quase nula.

— Vem cá, vem... — Lauren bate com uma das mãos em sua coxa direta, me chamando para sentar nela a partir do gesto. — Senta aqui para eu te mostrar o que eu faço em quinze minutos que aqueles imbecis não fizeram em cinquenta.

Portanto, cega pelo tesão, eu me levanto meio zonza, não demorando muito para me aconchegar entre suas coxas macias e grossas. As pernas que até então eu estava acostumada.

— Oh, sim... — enlaçou minha cintura para só depois deslizar as duas mãos pelos meus quadris. Aqueles dedos me tateavam como nenhum outro. Sabiam me apertar de uma forma que me fazia se sentir dela. Só dela. — Como eu senti saudades disso... — usou a ponta dos dedos para apertar a minha carne com mais força. Retribuo-a da melhor maneira, gemendo e ficando cada vez mais molhada da cintura para baixo — Gostosa... — sussurrou com a boca bem pertinho do meu ouvido, arrepiando meus pelos e me fazendo circular seu pescoço com os braços ao redor. — Você gosta também, não gosta? — mordi meu lábio inferior, fechando os olhos conforme também escondia meu rosto entre a curvatura de seu pescoço. — Fala, baby, fala para mim que você adora isso.

— Eu amo... — obedeço seu pedido assim que ela apertou minha bunda, ronronando bem manhosa em sua pele.

— Boa garota, vem cá... — seus dedos passearam pelo corpo até se depararem com meu maxilar.

Entorpecida pelo misto de sensações que me causava, mantive meus olhos fechados, cedendo acesso aos lábios de Lauren para se juntarem com os meus. Praticando implorei que iniciasse o nosso beijo após fazê-lo de uma maneira tão natural.

Menos de alguns segundos depois e eu novamente estava perdendo o contato com o chão assim que senti sua língua deslizar pelos lábios, invadindo minha boca para tocar e entrelaçar na minha língua. Aveludada, quente e macia — foi o que afirmei após novamente gemer em seus braços. Nossas bocas iam se tocando de maneira uniforme, lenta, me dando a leve sensação de estarmos em uma outra dimensão. Lauren subiu uma das mãos, alisando minhas costas com muito carinho ao que parou entre minhas mechas. Eu sabia que ela adorava comandar nesses momentos, logo, não me fiz de rogada, cedendo permissão para tomar o controle do beijo enquanto eu tratava de sugar sua língua e hora ou outra lábio inferior.

Do outro lado, sua outra mão vinha fazendo um excelente trabalho ao apertar e estapear meus quadris. Ela adorava aquilo, por isso me tomava como se eu literalmente fosse dela, onde transmitia a vontade que sentia ao fazê-lo devido aos grunhidos roucos que ecoava durante o mover dos nossos lábios. Lauren era bastante transparente quanto a excitação que sentia ao tocar o meu corpo, e eu adorava isso nela, amava as formas que ela poderia me cortejar e me fazer se sentir única.

— Oh.... Isso... — a magnata rosna quando tomei seus seios com as duas mãos. Durinhos e grandes, não poderia negar que estava com saudades de senti-los. — Porra... — revirou os olhos no mesmo instante que tornei a juntar nossas bocas.

Era viciante. Quanto mais intensidade aquele beijo pegava, mais desejado por nós duas ele se tornava. Então Lauren voltou a me apertar com mais força à medida que eu também tratava de marcar seus seios através das minhas unhas curtas. Ver aquela mulher de trinta e seis anos se contorcer de prazer foi o suficiente para me desestabilizar.  Simplesmente comecei a gemer com ela, sim, começamos a gemer uma para a outra enquanto nos tocávamos e beijávamos. Meus quadris, de maneira espontânea, se esfregando em suas coxas ao que Jauregui mordia meu lábio inferior, murmurando algumas coisas desconexas em meio aquela onda de gemidos que estava me deixando maluca.

—  Me fala o que te prende tanto a mim para mudar de personalidade, Lauren. — desgrudei nossas bocas em gesto ágil, deixando de massagear seus seios para segurar a lateral de seu rosto com as duas mãos. — Por que você vem atrás de mim? Por que me deseja tanto? Por que eu gosto disso?

— O mesmo que prende você a mim. — sua boquinha entreaberta, agora vermelha e um pouco borrada pelo batom e pelo beijo.

— Eu não sei o que me prende a você, Lauren. — respondi sincera e ofegante.

— Eu também não sei, por isso que me vício tanto.

Sua resposta afiada me fez sorrir e, ao mesmo tempo, colar as nossas bocas para dar início a um beijo ainda mais pegado. Eu não sabia o que era aquilo que me puxava para ela. Não sabia o porquê de ansiar tanto seus toques. Mas se Lauren estava sendo sincera sobre tudo o que me falou ontem e hoje, eu tinha certeza que ela se encontrava na mesma situação que a minha.

Jauregui estava me ensinando a superar meu medo de altura ao involuntariamente me levar ao céu com seus toques. Enquanto ela me beijava, eu prometia a mim mesma que nunca mais me prestaria a palpitar em voz alta em evitar essa mulher. Não enquanto meu corpo lhe ansiar da mesma maneira que estava sendo ansiado.

Era aquele velho ditado: "Em time que está ganhando não se mexe". E eu nunca mais ousaria tentar substituí-la.

•°•°•

Ai se meu time tivesse uma atacante do tipo Lauren Jauregui...

O QUE ACHARAMMMM?!!! EU FALEI QUE IA RECOMPENSAR VCS, NÃO FALEI? A LAUREN ESTÁ PERDOADA PELA CAIXA? E A CAMILA? ELA ESTÁ PERDOADA POR SUGERIR INTERROMPER O SHIPPER?

Bom, eu acho que dessa vez ficou explícito o que estava se passando na cabeça das duas. Agora é só esperar o hot de Charlotte pq agora a coisa vai ficar séria (LITERALMENTE)!!!

Não se esqueçam de votar, plis... Eu amo os votos e os feedbacks de vocês <3

Continue Reading

You'll Also Like

202K 11.3K 84
𝑬𝒍𝒂 𝒑𝒓𝒊𝒏𝒄𝒆𝒔𝒂 𝒆 𝒆𝒖 𝒇𝒂𝒗𝒆𝒍𝒂𝒅𝒐, 𝑨 𝒄𝒂𝒓𝒂 𝒅𝒐 𝒍𝒖𝒙𝒐 𝒆 𝒆𝒖 𝒂 𝒄𝒂𝒓𝒂 𝒅𝒐 𝒆𝒏𝒒𝒖𝒂𝒏𝒅𝒓𝒐...
42K 3.5K 46
(long¡fic) • (fanfiction) || concluído ✓ (gxg) 𓂃 𝐁𝐀𝐃 𝐑𝐎𝐌𝐀𝐍𝐂𝐄 𓂃 ꮺ 𝐂 𝐀 𝐌 𝐑...
183K 15.5K 33
- Concluída - ".........- ai meu deus! - Vero batia na mesa gargalhando, e eu fiquei amuada. - "cu cuzido senhor!" - respeite a memória de Albertin...
11.2K 823 21
Karla Camila Cabello, 27 anos, prostituta de luxo. Após muitos anos neste ramo, tornou-se uma empresária multimilionária junto com sua fiel melhor am...