“Lauren...”

“Sofia”, minha voz treme. “Eu tenho que avisá-la e eu preciso ligar pra Taylor. Minha irmã precisa saber o que está acontecendo, ela não pode—”

Lauren.” A mão firme, e de certa forma gentil, sobre o meu ombro me fazem parar. “Está tudo bem, ok? Mila é esperta. Ela sabe pra quem deve pedir ajuda e eu tenho certeza de que ela não é tão frágil quanto você acha.”

“Mas Dinah, eu preciso—”

“Shh... Eu sei que você precisa”, ela sorri levantando meu queixo com o indicador. “Eu sei. Mas você também precisa entender que você não está em condições de ajudá-la no momento.

Pisquei algumas vezes na tentativa de fazer o quarto parar de girar. A mão ágil de Dinah segura o meu rosto com delicadeza, e passa os polegares em baixo de meus olhos.

“Engole o choro, garota”, ela sorri. “Nós vamos encontrar ela, ok?”

Não pude evitar de lembrar a imagem de Ally fazendo o mesmo no elevador, logo após a audiência.

Após alguns segundos debatendo internamente contra meu orgulho e razão, eu decidi dançar conforme a música:

“Ok.”

“Ótimo. E hey, eu quero que você ajude. Acredite em mim, eu realmente quero. Mas nós precisamos nos certificar de que você esteja bem, ok?”

“Ok.”

“Certo, você consegue sentar?” Ela indaga colocando a mão nas minhas costas como suporte. “É só um exame rápido.”

Senti o cômodo girar novamente ao meu redor ao colocar as duas pernas pra fora da maca.

“Levante o queixo, ajuste a postura e respire fundo”, a voz gentil instruiu enquanto ela pegava um estetoscópio e colocava a ponta do objeto do lado esquerdo do meu peito. “Se você acha que isso é respirar fundo, nós estamos com problemas.”

Sorri antes de puxar o ar com mais força para dentro dos pulmões. Ela assente depois de eu repetir o processo três vezes.

“Você sente dor?”

“Um pouco.”

“Dor de cabeça?”

“Em tudo.”

“Oh... Bom, eu vou te dar alguns analgésicos e pedir pras meninas da cafeteria fazerem uma sopa.”

Eu me sentia como se tivesse três anos, mas ser amparada, cuidada e protegida em uma hora como aquelas valia muito mais do que eu podia expressar.

Depois de retirar o cateter e a agulha do meu braço, me ajudar a levantar e esperar pacientemente minha tontura passar até que pudéssemos descer as escadas, nós finalmente fomos em direção ao refeitório.

“Espera aqui, ok?” Dinah pediu logo depois de me ajudar a sentar em uma das bancadas de madeira. Não havia absolutamente ninguém a essa hora da manhã, e apenas o barulho distinto de panelas batendo na cozinha ao lado podia ser ouvido. “Eu já volto.”

Assenti apoiando a testa contra a mesa. Eu ainda não havia tomado a medicação que ela havia prometido, então minha dor de cabeça ainda estava longe de passar.

“Hey”, uma voz baixinha soou ao meu lado. Pisquei algumas vezes antes de levantar meu rosto.

Beth.

O emaranhado de cachos escuros cobria boa parte do par de olhos arregalados. Estava descalça, tremia e abraçava um ursinho de pelúcia surrado. Pela primeira vez em semanas eu presenciei algo diferente nas órbitas claras.

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