Dream up, Dash off

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“Ela ainda não fala com você?” Ally perguntou enquanto digitava freneticamente no notebook do outro lado da sala.

“Não”, falei rolando os olhos. “Pelo amor de Deus, já fazem quatro dias. Ela não é uma criança, precisa superar isso de uma vez.”

“Você escondeu isso tudo dela por semanas e não quer que ela fique braba?” Ally perguntou rindo. “Troféu irmã do ano vai pra você, sem dúvidas.”

Bufei irritada. Violet riu.

“Ally...”

“Eu só estou dizendo que se você quer que ela te perdoe, você precisa fazer com que ela converse com você. Diálogo sempre resolve.”

Ri mentalmente.

“Ela mal olha na minha cara e quando olha parece que vai me fuzilar com visão de raio laser. Ela me odeia, Ally.”

“Cala a boca, Lauren.”

Dei de ombros. Não aguentava mais ter que ouvir os conselhos intermináveis da texana. Taylor não me queria por perto. Estava magoada e se sentia traída por eu ter ocultado tamanha informação. Eu entendia isso.

Ally não.

“Ok, você podia fazer um bolo pra ela. Decorado, sabe? Cheio de granulados e bolinhas coloridas.”

“Eu não vou comprar a desculpa dela com comida, Allyson.”

Ela ri. Os olhos nunca deixando a tela do computador.

“Não custa tentar, pessimista.”                                                        

“E a propósito, que merda você tá fazendo nesse notebook?”

Ela me encara dando um olhar irritado.

“Hey! Linguagem! Não quero que minha filha cresça ouvindo essas coisas.”

Rolei os olhos olhando pro lado. A garotinha parecia não dar a mínima para o que nós estávamos conversando. A boneca de pano e os dados coloridos pareciam cem vezes mais interessantes.

“Que seja.”

“Por mais petulante e irritante que você esteja sendo nesses últimos dias, eu acredito que isso é da sua conta e você precise saber”, ela gira o notebook na mesa e aponta para um determinado ponto da tela para que eu possa ver.

“O que é isso?” Perguntei confusa.

Ela respira fundo e torce o nariz.

“É a ficha pública dela no site do governo. Os pais dela perderam os direitos sobre ela.”

Arregalei os olhos.

“Ok, e porque você só tá me falando isso agora?!”

“Porque eu literalmente descobri isso a dois minutos atrás, Lauren.”

Encolhi os ombros. Exalei a respiração que nem sabia que estava segurando.

“O monsenhor não ligou ainda?”

“Não”, ela fala. “Mas hey, tudo é possível. Até agora nós já recolhemos informações suficientes para montar um caso.”

“É, nossa. Você acessou a ficha pública dela. Parabéns, Ally.”

Ela une as sobrancelhas, franze a testa.

“Ok, você precisa parar com isso. Eu não tenho culpa nenhuma se a sua irmã está de mal com você. Foi responsabilidade sua não ter contado a ela o que aconteceu com Camila, então engole o choro, Jauregui. E só pra constar, somente a corporação interna do governo tem acesso a esses dados. O domínio “público” é apenas um termo. Se você fosse contratar outro advogado ele precisaria de mil autorizações pra ter acesso a isso.”

Get Me OutOnde as histórias ganham vida. Descobre agora