Everything I Want, Everything I Need

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“Eu não... Eu não entendo”, ela gagueja.

Sofia rolou os olhos diante da encenação da mãe.

“Quase 10 anos sem ouvir esse nome”, Ally continuou. Um risinho escapando dos lábios. “Não esperava por essa, hein?”

A senhora estava prestes a responder quando a porta da sala se abre novamente.

“Alejandro”, Sinu o chama. Dava pra sentir o desespero na voz dela.

Alto, rosto pálido, as mãos ocupadas com meia dúzia de pacotes. Ele entra na sala e observa as novas visitantes.

“Temos visitas?” Ele pergunta. Larga as compras no chão e esfrega as mãos uma na outra para nos cumprimentar.

Sinuhe permanecia calada. Tomei como um mau sinal.

“Ally Brooke. É um prazer conhece-lo”, Ally falou o cumprimentando, um sorriso casto – e ligeiramente forçado – no rosto. “Eu estava conversando com Sinuhe agora pouco. Acho que sua participação aqui seria interessante.”

“Oh... E sobre o que seria?” Ele indaga soltando um riso nervoso e estende a mão para me cumprimentar rapidamente ao mesmo tempo.

“Camila Cabello”, a advogada diz.

É incrível como o nome tinha um poder psicológico enorme sobre os três membros da família. Quando Sofia o ouviu, parecia estar vendo um fantasma em sua frente, mas as expressões faciais logo se suavizaram e passaram algo que até daria para comparar com nostalgia.

Ela sentia saudade.

Quando Sinuhe ouviu o nome, parecia estar sendo socada no peito, o olhar de fracasso já dizia tudo. Ela estava mais do que convicta que a minha visita lá não traria boas notícias. Pelo menos para ela.

Com Alejandro não foi muito diferente.

“O que disse?” Ele falou. O risco de pavor passando vagamente pelos olhos escuros.

“Eu sei que essa visita não era esperada por nenhum de vocês, mas nós realmente precisamos conversar sobre ela”, Ally falou ignorando por completo a pergunta do homem. O sarcasmo palpável a cada palavra que ela dizia.

“Isso é impossível”, ele murmura.

“Ela está bem? Camila... Ela está bem?” Sinuhe pergunta em um fio de voz.

Oh... Agora ela se importa? Uau. A mulher realmente tinha um dom para artes cênicas.

“Sua filha? O seu bem mais precioso que a senhora e o seu esposo abandonaram com 18 anos na porta de uma clínica psiquiátrica a quase dez anos atrás? Oh sim, ela está bem agora. Obrigada por perguntar.”

A escolha de palavras me fez dar pulos por dentro.

“Camila está com 27 anos atualmente. Lauren já a visitou mais de uma vez para poder comprovar e afirmar com toda certeza do mundo que ela é mais do que normal. Camila ri, se comunica, chora, tem impulsos, dúvidas, medos e inseguranças como qualquer pessoa que mora fora de uma clínica tem”, a texana fala. Se abaixa rapidamente para pegar um documento que estava em cima do sofá. “Camila é minha cliente agora. E eu vou tratar pessoalmente de tirá-la de lá o mais rápido possível.”

Os dois permaneceram em silêncio.

“Eu já verifiquei todos os parâmetros da situação e aparentemente para o azar da filha de vocês, ela só poderá sair de lá com uma autorização de um membro responsável da família. Nesse caso, vocês”, Ally aponta para o casal com desdém. “Eu gostaria de saber se é possível que vocês entrem em um acordo e assinem esse documento.”

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