Get Me Out

Telekinesis

“Existem noites em que eu choro tanto, que o meu corpo inteiro dói. Eu tremo e geralmente preciso colocar a cabeça entre dois travesseiros pra que ninguém escute meus murmúrios.

Também existem noites em que eu estou feliz porque você também está feliz.

E existem noites em que eu não penso em absolutamente nada.

Mas não há uma única noite em que eu não pense em você.”

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“Camila, eu realmente acho que isso não é uma boa ideia”, murmurei enquanto esperávamos o sinal fechar.

O sorriso travesso e o brilho no olhar da mulher ao meu lado me fizeram rolar os olhos.

“Você sabe que é uma ideia ótima”, o braço envolto em minha cintura a permitia brincar com o zíper de meu casaco. Um risinho baixo escapa por baixo do familiar cachecol preto. “Só não gosta de admitir que eu tenho razão.”

“Oh sim, porque dar uma volta para ver decorações natalinas é uma ótima ideia quando se tem um tornozelo fraturado”, zombei. “Uau, Camila. Uau.”

O sinal fecha. Camila ri ao reprimir um gemido de dor quando começa a caminhar pela faixa de segurança.

“É apenas uma volta. Eu fiquei na sua casa por três dias e até hoje eu não saí uma única vez.”

“Eu sei, meu amor.... Mas... Você precisa repousar”, protestei a segurando firme ao meu lado. “Nós podemos passear mais quando você não estiver mancando ou coisa assim.”

“Vamos combinar uma coisa, ok? Nós damos uma volta, vemos algumas coisas, tomamos chocolate quente na volta e depois voltamos pra casa. Que tal?”

“Isso vai levar um tempinho. Nós saímos de casa antes de Taylor voltar e eu nem telefonei a ela.”

“Então use o celular, ora!” Ela manca mais algumas vezes antes de chegarmos ao outro lado da calçada. Torci o nariz ao ver a expressão de dor que ela tinha no rosto. “Oh meu Deus, não me olhe desse jeito, nós só andamos por um quarteirão.”

“Eu deveria ter pego o carro. Se o médico que te deixou sob minha custódia te ver andando por aí, eu sou capaz de perder a sua guarda e nunca mais te ver.”

“Lauren, eu já disse pra você parar.”

“A loja que você quer ir fica longe daqui, sabia? Já fazem quase quinze minutos que nós estamos andando e não é nem metade do caminho. Querida, você precisa maneirar com os esforços.”

A expressão frustrada que tomou conta dos traços delicados, eram como um soco no estômago. Eu odiava deixá-la daquele jeito.

“O quão longe?”

“Muito, muito longe”, falei. “O seu plano não é ruim, o problema é que você tem um tornozelo machucado e isso dificulta as coisas. Mas, eu conheço um lugar que fica pertinho daqui e que eu tenho certeza que você vai adorar.”

“Mas nós vamos poder ver as decorações outro dia?”

“Claro que sim!” Sorri. “E da próxima vez nós vamos preparadas, ok? Nós podemos levar a Tay e a Sofia... Podemos comprar presentes e o que você quiser. Quer dizer, faltam oito dias pro Natal, não é como se nós não tivéssemos tempo.”

“Soa como um bom plano. Mas... Esse lugar que você falou... Onde exatamente ele fica?”

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A quietude do ambiente combinada com o cheiro familiar de livros era uma das melhores coisas que poderia existir. Desde que Beth havia me falado sobre as visitas frequentes de Camila até a biblioteca de Briarcliff, eu comecei a imaginar que tipo de lugar eu a levaria caso algum dia ela finalmente saísse da clínica.