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— ....Can you stay up all night?              Fuck me 'til the daylight                            34, 35... — Cantarolo acompanhando a voz de Ariana Grande na canção 34+35, mexo minhas mãos estalando meus dedos no ritmo da música. 

Faziam poucas semanas que havia sido contratada na lanchonete, trabalhava lá das oito às duas da tarde de segunda à sexta, não era um emprego complicado. Ouvia os clientes, e entregava os seus pedidos alguns minutos mais tarde. 

E como Billie disse, estava de fato passando boa parte do recesso da Universidade na casa que tinha em Malibu, era o primeiro final de semana que ia para lá, sempre arranjava uma desculpa e ficava no dormitório mas Eilish insistiu tanto dessa vez, tagarelou tanto ao meu redor que a única forma amigável que encontrei de a fazer ficar quieta foi aceitando. 

Detestava admitir isso, mas, naquele momento queria a empurrar na cama que estava atrás dela e a fazer calar a boca de um forma muito suja.

Abro a janela do carro sentindo a brisa leve e fresca que vinha diretamente da área praiana de Malibu. 

— Eu disse que ia gostar. — Billie fala ajeitando o cinto de segurança com uma das mãos já que a outra se mantinha sobre o volante. 

— Mas nem disse nada ainda. — Concluo permitindo um riso anasalado soar.

— Foi a mesma reação que Finn e eu tivemos, agora temos uma casa aqui. É perfeito, tem praia, mar e sem pessoas fazendo barulho ao nosso redor. — Explica e concordo com a cabeça.

Continuo cantarolando as músicas, grande parte delas continuavam sendo de Ariana Grande de um de seus álbuns. Diminuía todos os agudos da mesma ao meu tom de voz, não era cantora mas os anos que passei no coral me ensinaram alguma coisa sobre a minha voz e em como ela funcionava. 

Minutos mais tarde o carro foi estacionado de frente para uma garagem. Visualizo a casa de dois andares, comum como outras casas nada em especial exceto pelo deck externo, que fazia toda a volta tanto no andar debaixo quando no de cima. Poucos passos dados ao fundo da casa te levavam para a areia e logo para o mar, o som das ondas quebrando eram bem audíveis. 

— Chegamos. — Diz animada retirando o cinto de segurança para em seguida pegar a chave da ignição e então abrir a porta do veículo e sair andando rumo ao porta-malas.

A imito a seguindo, pego minha mochila e a espero para que pudêssemos adentrar a casa juntas. Billie sobe os degraus de dois em dois e coloca a chave na fechadura rapidamente a abrindo.

— Finn! Você não vai acreditar em quem eu consegui arrancar do dormitório nesse final de semana! — Fala alto deixando suas coisas sobre o sofá e reviro os olhos deixando um sorriso surgir dentre os meus lábios.

— Na cozinha! — O mais velho grita de volta.

A sala de estar era grande, tinha uma lareira o que me fez pensar que as noites podiam ser frias. Meus pensamentos são entrecortados com os dedos de Billie se entrelaçando aos meus me puxando para a acompanhar, adentramos a cozinha juntas Finneas estava cozinhando e tinha uma acastanhada ao seu lado o ajudando, ou vice-versa, não os conhecia o suficiente para falar sobre seus dotes culinários.

— Charlotte! — Sorri de imediato. — Você vai gostar daqui, juro, é incrível. — Se aproxima me abraçando usando o pulsos por suas mãos estarem ocupadas.

 — Billie falou isso durante toda a viajem. — Reviro os olhos rindo e me afasto após o nosso breve contato.

— E ela está certa. — A acastanhada se vira, deixando a vista seu rosto bonito. — Sou Claudia. — Estende a mão.

— Charlotte. — Sorrio e aperto sua mão suavemente.

— Essa é a namorada do meu irmão. — Billie conta e faz uma dancinha estranha depois de pegar escondida um dos tomates cortados e colocar na boca.

— E a Charlotte? É a sua namorada? — Claudia rebate.

— Um dia ela vai ser, toda minha. — Pisca um dos olhos me olhando e faço uma careta a vendo fazer uma expressão dramática antes de pegar mais um dos pedaços de tomate levando um empurrão do ruivo. 

Vem em minha direção e aproxima da minha boca. Abro a mesma o suficiente começando a mastigar a fruta, recebo um beijo molhado sobre minha bochecha, levo minha mão direta para o pescoço de Eilish e a mesma se afasta minimamente pois nossos narizes se encostavam me encarando. A olho séria, estávamos distantes, no sentido que quase não nos víamos muito. O que nos consolava eram ligações e mensagens. 

— O almoço está pronto casal. — Claudia passa por nós com um refratário em mãos seguindo rumo a sala de jantar.

Faço uma careta e Billie ri, me afasto virando de costas para seguir a acastanhada e a platinada passa os braços pela minha cintura apoiando o queixo sobre o meu ombro dando passos junto aos meus.

O almoço foi divertido, falamos desde assuntos relacionados ao cotidiano até coisas aleatórias, com piadas e alguns revirares de olhos. Assim que a refeição se findou ajudei a organizar a cozinha. Billie fez um tour pela casa, mostrou que no andar debaixo além da sala de estar, jantar, cozinha e banheiro tinha também um escritório aconchegante ao qual poderia estudar ou fazer trabalhos se quisesse. 

No andar de cima tinha três quartos, um era dos seus pais, outro de Finneas que era dividido com Claudia e o de Billie que seria dividido comigo nos dias em que passasse por aqui. No deck superior tinha uma jacuzzi e isso era incrível. Assim que terminamos de levar nossas coisas para o andar superior nos trocamos e fomos para a praia.

Horas mais tarde quando o sol já havia desaparecido e a lua iluminava o céu livre de nuvens e estrelado, após uma caminhada na beira do mar observando o sol se pôr retornamos para casa. E assim que todos estávamos devidamente de banho tomado e com roupas um pouco mais quentes pelo o ar frio que a maré emanava, pedimos pizza, e comemos sentados na mesa que tinha no deck do andar inferior.

— Trouxe uma coisa. — Claudia diz animada e se levanta assim que termina de comer.

— Jogos de tabuleiro. — Finneas chuta.

— Ela vai pegar uma garrafa vazia 'pra fazer verdade ou desafio. — Billie diz e eles apostam quinze dólares.

A acastanhada de olhos esverdeados retorna sorrindo travessa com uma pequena embalagem de zip lock transparente. Dentro da mesma havia uma quantidade razoável de um pó branco.

— Minha namorada é uma delinquente? — Finneas indaga arregalando os olhos e dou risada.

— Relaxa Finn, é êxtase, é só molhar o dedo e colocar na boca, vamos ficar numa boa. — Assegura voltando a sentar ao lado do ruivo. — E aí, topam? — Pergunta nos olhando jogando o pacote sobre a mesa de vidro. 

Call 666 • Billie EilishΌπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα