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Vinte minutos era pouco tempo mas precisava dela e não recusaria isso por nada. Dispenso chamar um táxi até porque o tempo que teria de esperar o mesmo chegar seria o suficiente para ir aonde eu queria andando.

E assim o faço praticamente correndo, abro a porta do quarto com pressa e guardo minhas coisas antes de começar a me arrumar, me sentia nervosa era quase como uma maratona. Pensar assim de alguma forma me ajudava afinal era muito mais sério e "perigoso" do que uma maratona de fato era.

Já tinha trabalhado na noite passada isso me ajudou a não entrar em desespero.

Me afasto do espelho me auto avaliando e passo o crucifixo pelo meu pescoço logo arrumando meus cabelos. O objeto religioso era branco e combinava com a lingerie do mesmo tom.

As batidas deixadas suavemente sobre a porta me trouxeram o sentimento de culpa, não queria ofender diretamente uma religião mas sim os meus pais e suas mentiras esse remorso era nublado pela ansiedade de ter Billie de novo.

Suspiro tomando coragem e ando em passos largos até a porta a abrindo.

— Oi. — O tom baixo e rouca, igual como quando nos falamos no telefone a minutos atrás.

— Entra. — Sorrio sem deixar meus dentes a mostra e a dou espaço para passar por mim, assim ela o fez.

Nos encaramos por longos minutos, era bom e estranho ao mesmo tempo ela estar lá, seus olhos descem parando no símbolo pendurado em meu pescoço.

— Não me diz que é freira? — Indaga e dou risada a fazendo sorrir.

— Sou algo bem distante de uma freira.
— Rebato sentando na cama.

— E por que está usando isso? — Pergunta curiosa retirando sua camiseta.

Dou de ombros diante daquele questionamento e continuo a observando retirar suas roupas.

— Queria desafiar alguém, se é que esse alguém existe. — A respondo após algum tempo.

— Deus? — Franze as sobrancelhas se agachando a minha frente encarando o crucifixo que caia no vale entre os meus seios.

Concordo com a cabeça pois sabia que ela veria.

— Não precisa fazer isso. — Fala pegando a cruz entre os dedos.

— Por que não o faria? — Retruco a encarando.

— Não precisa disso. Ninguém precisa, que se fodam os religiosos. — Constata e sorrio.

Levo minha mão direita a sua nuca entrelaçando meus dedos em seus cabelos começando um carinho.

— Senti sua falta. — Admite fechando os olhos pelos carinhos.

— Achei que não quisesse me ver, nunca mais. — Relembro sua última mensagem, ainda doía lembrar disso.

— Desculpa por isso. — Pede.

— Tudo bem. — Sorrio brevemente.

— Te maltrataram nesse tempo? — Questiona risonha após levantar aproximando o rosto do meu.

— Só um pouquinho. — Sussurro brincando.

— Oh que bom, assim posso te maltratar melhor. — Diz baixo e sela nossas bocas.

Eilish interrompeu o beijo para passar o crucifixo pelo meu pescoço.

— Não gosto dessas coisas bobas. — Assume antes de deixar beijos em meu pescoço.

Ouço o artefato ser jogado no chão e sorrio satisfeita entre um ofego pois logo suas mãos foram para minha cintura apertando o local com firmeza.

[...]

Empurro a porta do dormitório entre um suspiro cansado, eram início de uma tarde de Domingo, estava exausta entretanto contente pelo motivo disso tudo.

— Chegou cedo. — Ouço a voz do meu motivo de exaustão e mordo meu lábio inferior me virando para encará-la após fechar a porta.

— Se soubesse que estava aqui teria trazido fast food 'pra você também. — Falo colocando a mochila sobre a cadeira da escrivaninha e a embalagem famosa de uma rede de fast food sobre a cama antes de ir ao banheiro e lavar as mãos.

— É que meu irmão levou a namorada dele, e sabe como é, não queria atrapalhar a diversão invasiva deles. — Dou risada e a ouço rir. — Aqueles nojentos. — Murmura.

— Céus Billie, deixa eles. Quer uma mordida? — Ofereço.

— Quero. — Aceita e reviro os olhos.

Gemo baixo quando sinto o gosto do hambúrguer.

— Está com tanta fome assim? — Indaga.

— Faminta. — Admito sentando ao seu lado em sua cama a entregando o lanche.

— Ficou sem energias cuidando da sua avó? — Ri baixo mastigando.

Ela sabe o que fiz a noite inteira mas não que era exatamente eu.

— Ela suga as minhas energias. — Devaneio. — Quer dizer, tão entediante que me deixa faminta e exausta. — Desconverso levando o canudo a boca.

— Não acredito que fez isso comigo Billie Eilish! — Drew adentra o quarto como um furacão ignorando minha presença.

— Isso o que? — Indaga confusa de boca cheia.

— Transar com aquela vagabunda! Caralho, eu estava aqui 'pra você, sempre disponível quando quiser e vai passar a noite com uma prostituta que todos passam a mão! — Fala brava.

Foi bem ruim a ouvir falar isso de mim, não porque ela estava falando mau mas sim porque estava falando a verdade.

— Para Drew! O que nós fizemos no meu aniversário foi 'pra dizer que um dia fizemos um ménage na vida e só. Acabou. Nós nunca tivemos ou vamos ter algo está bem? — Billie fala rude e Drew concorda com cabeça sua expressão chorosa era visível.

— Então se somos amigas minha vida sexual não é do seu interesse. Se puder ir, estou ocupada agora depois falo com você. — Eilish continua e a acastanhada de fato vai embora batendo a porta com força. — Eu fui rude Charlotte? — Pergunta.

Foi. Muito. — Falo sincera.

{···}

Hey,

Hots sempre exigem um pouco mais de mim, de imaginação e diversificação na hora de detalhar as coisas. Na vida real é deitar e transar, mas escrever é diferente. As vezes é mais fácil, as vezes mais difícil.

Dessa vez resolvi cortar o hot porque estava complicado, mas não se preocupem o que não falta em Call 666 é sexo.

Cuidem-se.

Call 666 • Billie EilishOnde as histórias ganham vida. Descobre agora