Call 666 • Billie Eilish

33

Bato na porta apressada, nem sabia direito o porquê de estar lá, honestamente não queria acreditar que havia criado coragem de vir até aqui. Desacreditava tanto que não sabia ao certo o que falar e muito menos como o falar. A porta sendo aberta me puxou de meus devaneios.

— O que veio fazer aqui Billie? Está no meio do dia. — Minha mãe pergunta me dando espaço para entrar.

— Vim falar com o papai. — Respondo simplista e passo por ela.

— Você não pode contar 'pra ele. — Diz de imediato fechando a porta.

— Eu não posso contar?! — A encaro. —  Não vou deixar você continuar traindo um homem que AMA você, sequer escuta o que digo? Ele AMA você. — Rebato.

— EU NÃO... — Começa em um tom mais alto mas para passando uma das mãos pelos seus cabelos ruivos e suspira. — Eu não estava traindo o seu pai. — Diz calma.

Aquela resposta acompanhada da plenitude com uma ponta de nervosismo fez com que meu sangue corresse mais rápido pelas minhas veias em questão de segundos.

— É? E FAZIA QUE PORRA NAQUELA MERDA DE LUGAR? HEIN MAGGIE O'CONNELL? — Grito.

— Fala baixo seu irmão está aí. — Reclama sem paciência.

— Ah quer esconder dele também a sua falta de caráter? — Retruco.

— Olha aqui sua garotinha mimada, tem quase vinte anos e vive nas minhas custas. Não tem direito nenhum de vir na MINHA casa e APONTAR o dedo no meu rosto e dizer o que é certo ou errado. — Se irrita.

— Está certa, não tenho direito de vir na porra da sua casa e apontar o dedo no seu rosto. — Ergo minhas mãos em sinal de rendimento. — Mas que saiba tenho direito de ser leal com quem me ama de verdade. — Digo sincera.

— Billie, eu amo você filha. — Declara automaticamente.

— Não consigo mais acreditar. — Sou honesta.

— Filha, por favor... — A mais velha é interrompida.

— Que gritaria, mal consigo entender o que estou lendo. — Finneas surge do corredor com uma caneca em uma mão e o seu celular na outra, sua expressão era confusa.

— Nada demais filho, Billie e eu estamos discordando de algumas coisas. — Fala apressada e franzo minhas sobrancelhas diante da sua cara de pau.

— A mamãe trai o papai e, eu peguei ela saindo do prédio do Call 666. — Revelo direta recebendo um olhar perplexo e silêncio dos dois mais velhos .

— Mãe? Isso é verdade? — Finneas indaga baixo após longos minutos que pareceram eternos.

— Claro que não meu filho. — Nega perdida.

— Mente que nem o cu sente. — Resmungo cruzando os braços.

— CHEGA! Eu cansei de ser acusada, quer verdade? Pois a gente vai começar agora. — Explode e a encaro séria. — Sua amiguinha, namorada sei lá qual o status de relacionamento de vocês é uma prostituta que se deitou com a maior parte dos homens da cidade. Tem a droga de uma vida dupla e você cai nisso igual a uma idiota. — Revela confiante.

Jogo o peso do meu corpo para uma das minhas pernas e sorrio.

— Você não gostou da Charlotte desde o início não é? — Dou risada e reviro os olhos.

— O que ela faz com você Billie? Dá 'pra Cherry de noite e come a Charlotte durante o dia? São a mesma pessoa ou você acha que duas pessoas transam igual? — Rebate.

Fico sem saber como reagir, tanto pelo o que ela disse mas também pelo modo que disse. Minha mãe nunca havia usado aquele linguajar comigo, nem mesmo quando falamos de sexo pela primeira vez.

— E se formos avaliar pelo ponto crítico quem está traindo "pessoas" aqui, é você. — Continua.

— Como a conhece? — Questiono.

— Caiu na real Billie? Que bom. — Ri baixo.

— Eu odeio você. — Murmuro.

— Billie, perai, não fala assim com a mamãe. — Finneas se pronuncia.

— Vai se ferrar você também, fica aí parado que nem um palhaço, me deixa em paz. — O xingo.

— Poxa, agora que ia te pedir uma carona 'pra casa. — Resmunga.

— Suas pernas te trouxeram, elas que te levem. — Retruco e deixo a casa.

Charlotte e Cherry a mesma pessoa? Não fazia a porra de sentido nenhum mas não parei para pensar nisso apenas estava curiosa com o fato da minha mãe saber o "nome" de Cherry.

Não me falta mais nada se descobrir que a mesma transava com a PORRA da MINHA MÃE.

{···}
Notas da autora:

Hey,

Vim desejar um bom feriado para vocês e dizer que irei fazer feriado também porém volto no domingo de Páscoa para att Vatican.

É isso, até domingo.

Cuidem-se.