21. O último perdão

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— E o Jisung é o seu irmão? — Perguntei baixo, ainda acanhada com a presença do meu marido. Eu estava nervosa, tinha medo de descobrir algo novo.

— É — o loiro confirmou. Pouco havia me encarado desde que chegou na casa dos pais. — Me desculpe por tudo.

— Tudo bem — falei após respirar fundo. Park me olhou com surpresa. — Eu ando tendo umas sensações estranhas e não descobrir o que é só me deixa cada vez mais irritada — bufei. — E pior ainda é descobrir coisas novas sobre você todo os dias — ele mordeu o lábio inferior enquanto assentia com a cabeça. — Só me dê um tempo pra que eu me acostume e comece a te chamar por Jimin.

— Te dou todo o tempo do mundo — respondeu antes de sorrir fechado. — Não queria te causar tanta dor. Na verdade, eu fui egoísta e não pens...

— Não precisamos falar sobre isso. Já foi.

— Esse tipo de atitude da sua parte faz com que eu me sinta um monstro — murmurou antes de se levantar e caminhar em círculos pela sala.

— Jimin...

— Não te mereço.

— Pare com isso — levantei-me e fui até ele, abraçando-o com força pela cintura. — Enquanto você não chegava, eu fiz uma pesquisa em alguns sites confiáveis e vi que realmente algumas pessoas mudam de nome pra facilitar a vida no país novo — apertei-o um pouco mais. — O que me fez perder o controle foi o fato de você ter escondido algo tão... Bobo. Não precisava nem ter me dito qual é o seu nome coreano se não quisesse, deveria ter apenas mencionado o fato. Eu já estava tão desinformada sobre a sua vida antes de nos encontrarmos, então qual seria o problema de me dizer que trocou de nome? Seria um pequeno alento pra mim e eu não iria te pressionar pra saber nada mais.

— Sinto muito.

— Eu sei que sente — sorri brevemente após me afastar dele. — E é por isso que te perdoo. Eu me descontrolei naquele momento e cheguei até a pensar que não te conhecia, mas isso é verdade também — Park me olhou com o cenho franzido, confuso. — Você é diferente agora e é por esse motivo que eu te perdoei, tanto pelo que me fez no passado quanto por ter ocultado tanta informação sobre a sua vida antes de mim.

— Então...

— Se você não tivesse mudado, eu pediria o divórcio em alguns meses ou semanas logo após o seu retorno à cidade — interrompi-o, dando de ombros em seguida. Park pareceu pensativo e nada disse. — Não vai ficar feliz por eu estar disposta a passar por cima disso também? — Ele me olhou com seriedade. — Sei que pra você pode ser apenas um nome, mas pense no meu lado. Eu descubro em pouco tempo que você tem um irmão gêmeo, que a sua família queria muito me conhecer, mas que você não queria se aproximar porque tinha raiva do seu irmão justamente por serem tão iguais... Nossa! São tantas coisas e eu sempre busquei ao máximo entender o seu lado e pensar em nós dois como um casal, mesmo que tenha falhado algumas vezes por causa da minha curiosidade.

— Você tem razão.

— Tem noção do esforço que eu estou fazendo pra continuar com o nosso casamento, Park? — Falei em tom normal. Não queria brigar de novo. — E eu te digo que já não insisto nisso porque penso que não serei feliz com outra pessoa, que não serei capaz de formar uma família com outro homem, que devo ficar presa nesse relacionamento porque perdi o nosso filho... Não. Não tem nada a ver. Eu insisto nesse casamento hoje porque te amo infinitamente mais do que antes e porque agora tenho certeza de que é recíproco. Você age como um homem apaixonado e...

— Eu te amo — me interrompeu. Seus olhos estavam carregados de lágrimas presas. — O que eu sinto por você é amor. Paixão foi quando começamos a sair — sorriu brevemente, parecia recordar-se de tais momentos. — O que sinto agora é amor e eu vou honrar esse sentimento assim que resolvermos tudo o que ainda temos pendente.

Impostor | Park JiminWhere stories live. Discover now