07. Park Jimin, o engenheiro

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— Como eu vou fazer isso, Samuel? Enlouqueceu?  — Praticamente gritei. — Só tenho as roupas do Jisung aqui.

— Eu vou até a sua casa e nós vamos buscá-lo juntos — desconversou. Acredito que Smith estava perto de alguém que não sabia da nossa troca. — Me espere aí.

— Merda! — Esbravejei enquanto encarava a tela inicial do celular. Ele havia desligado sem ouvir resposta. — Vou ter que deixar a (s/n) sozinha — suspirei.

Tranquei a porta do escritório e fui até o banheiro para tomar o meu tão merecido banho. Meus músculos estavam tensos e eu só pensava em como seria voltar a ser o Jimin depois de todos esses dias. Será que eu conseguiria? Não fazia muito tempo desde que convivi normalmente com as pessoas como eu mesmo, mas esses dias foram tão intensos que eu já me sentia um pouco de Kevin Park.

— Amor? — (s/n) bateu na porta repetidas vezes.

Durante o banho, eu havia retirado a maquiagem que cobria a minha tatuagem ontem à noite e agora ela não podia me ver sem camisa. Com uma toalha enrolada sobre a cintura, corri pelo interior do escritório em busca de algo para me cobrir. Decidi voltar para o banheiro e, por sorte, rapidamente encontrei algumas gavetas com roupas. Suspirei aliviado e logo vesti uma camisa branca de linho.

— Por que está vestido assim? — Ela riu ao me observar assim que abri a porta. — Eu já te vi nu, se não se lembra — a mais nova entrou no escritório sem cerimônia e eu mordi o lábio inferior, nervoso. Como terminar de me arrumar agora? E se ela notasse algo diferente no meu corpo? E se ela visse a tatuagem? — Perdeu a voz?

— Eu... Eu vou precisar sair.

— Não acredito, Kevin — ela pôs as mãos na cintura, claramente irritada. Droga.

— Tive um problema com uma das torres e vou precisar resolver. Na verdade, outra pessoa vai resolver — suspirei com pesar. Estava dividido entre querer ir ou não. O meu lado profissional desejava muito sair correndo daqui para ir até lá. — Enfim, eu tenho mesmo que ir.

— Mas, Park, eu pensei que você ficaria longe do trabalho hoje.

— Eu também pensei, mas aconteceu. O que posso fazer? — Dei de ombros.

— Realmente — ela respirou fundo e caminhou até a saída. — Se for chegar muito tarde, me avisa — disse com desânimo. Que droga! Que droga! Que droga! Por que eu não podia apontar as soluções daqui mesmo? Por que tinha que sair de casa? — Espero que consiga resolver tudo — sorriu fechado antes de abrir a porta. Aquilo me deixou mal.

— Amor — chamei por impulso ao vê-la sair e (s/n) virou-se para mim com pressa. — Eu não vou demorar. Só estou indo porque realmente tenho que ir, acredite em mim — falei sério e, surpreendendo-me, ela sorriu.

— Eu acredito.

Com um pouco de medo e um leve ataque de crise de consciência, caminhei vagarosamente até ela e a puxei para mim pela cintura. Encarei os seus olhos surpresos e sorri abertamente antes de beijá-la. Não é só você que surpreende aqui, senhora Park. Eu reconhecia que estava fazendo algo completamente errado, mas não conseguia me importar enquanto estava com os lábios dela colados aos meus. Eu, Jimin, estava beijando a minha cunhada porque desejava, mais do que qualquer outra coisa, fazer isso agora.

— Nossa... — ela murmurou ofegante, rindo em seguida. — Amor...

— Eu... Eu estou atrasado — a interrompi com pressa, caminhando da mesma forma até o banheiro. Tranquei-me no cômodo e me apoiei na porta, ofegante.

Eu havia beijado a (s/n) pela primeira vez. Foi um beijo de verdade. Isso é um absurdo! Eu traí o meu irmão e a induzi a fazer o mesmo. Como pude ceder aos meus desejos dessa forma? Passei por cima de laços familiares fortes só para saciar a vontade de beijá-la. Beijar a minha cunhada! Jimin, você é um desgraçado sem escrúpulos. Lavei o rosto esfregando-o com força, buscando acordar cem por cento e processar o que havia acontecido. Eu precisava filtrar tudo isso agora.

Impostor | Park JiminWhere stories live. Discover now