Abri os olhos lentamente e encarei o rosto de (s/n) assim que me acostumei com a penumbra da madrugada. Seu rosto ainda estava inchado, mas ela parecia dormir com tranquilidade. Beijei a sua testa e, lentamente, me levantei da cama. Caminhei pelo quarto um pouco às cegas e alcancei o meu celular para digitar uma mensagem para o meu pai, informando que precisávamos conversar no próximo fim de semana. Era madrugada do domingo e eu tinha uma missão bem importante nos próximos dias.
— Espero que o assunto seja muito sério pra você me ligar às quatro da manhã de um domingo — a voz desconhecida por mim ecoou grossa do outro lado da linha.
— Namjoon, sou eu — falei enquanto colocava a camiseta. Não tive tempo de maquiar a tatuagem. — O Kevin.
— Isso eu já sei, Park. O que você quer?
— Como você tem uma imobiliária e eu estou precisando de uma empresa especializada em mudanças, acho que você pode me indicar uma que faça o serviço agora.
— Agora? — Praticamente gritou. — De madrugada?
— Tem que ser agora.
— Por quê?
— Assunto pessoal — falei com seriedade e ele riu. — O que foi?
— Vocês finalmente se separaram?
— Como assim "finalmente"?
— (s/n) percebeu que você é um merda e te deu um pé na bunda? — Riu. — Nossa! Se ela fez isso, eu vou aplaudi-la pelo resto da vida.
— Está falando isso porque tem interesse nela — falei rápido enquanto apertava o aparelho na mão. Mantenha a calma, Jimin. — Eu nunca falei nada, mas sei disso perfeitamente porque não sou burro.
— Uau! Resolveu encarar os fatos?
— Você já sabe que o que aconteceu com a sua namorada foi um mal-entendido e não tem motivos pra continuar com essa merda — falei mais alto. — Eu amo muito a minha mulher e jamais a trairia — ele riu soprado. — Agora seja um homem de verdade e pare de se insinuar pra ela. (s/n) não tem interesse em você e não pode ser desrespeitada dessa forma. Se eu vir você a encarando de maneira ofensiva, garanto que acabo contigo. Não importa onde estejamos.
— Kevin, Kevin... — ele pareceu surpreso. O silêncio preencheu a ligação. — Eu tenho um amigo que possui uma empresa que faz mudança o dia inteiro. Vou falar com ele — mudou de assunto e eu sorri vitorioso. É assim que Park Jimin resolve os problemas com os adversários.
— Quero o pessoal dessa empresa aqui em casa até as quatro e meia — falei antes de desligar a ligação.
Saí do meu escritório sorridente, sem conseguir esconder a felicidade por ter defendido a (s/n) de alguém sórdido. Eu já podia imaginar que ela conseguia se esquivar bem de suas investidas, mas agora isso iria cessar de vez. Nenhuma mulher merece um idiota a cercando. Fui até a cozinha e, completamente à vontade, peguei uma garrafa de vinho pela metade. Me servi com uma taça e sentei em uma das cadeiras da mesa de jantar, aproveitando o tempo sozinho para mandar uma mensagem para Samuel. Queria informações sobre o Jisung.
— Olá, eu sou Kevin Park — apertei a mão do funcionário da empresa de mudanças. Assim que ouvi o barulho do caminhão se aproximando, corri até a porta principal da casa após liberar a entrada deles pelo portão. — Quero que retirem tudo o que estiver naquele quarto. Não deixem nem um quadrinho sequer.
Antes de tomar essa decisão, eu havia entrado naquele quarto infantil já quase descaracterizado e chorei como um bebê. Era para o meu sobrinho estar dormindo ali agora. Se estar ali era doloroso para mim, não quero nem imaginar o que (s/a) sentia sempre que apenas passava pela porta. Eu liguei para a "minha sogra" assim que a mais nova adormeceu e tive a autorização para esvaziar o quarto, além de descobrir que (s/n) também queria se desfazer de tudo. Eu sabia que o ideal era que ela participasse desse processo, mas (s/a) já sofreu demais. Já chega. É a minha hora de agir.
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Impostor | Park Jimin
Fanfiction「 𝐅𝐢𝐧𝐚𝐥𝐢𝐳𝐚𝐝𝐚 」 Eu estava frustrada, infeliz. Nem nos meus piores pesadelos imaginava que passaria por um momento como esse. Fiz inúmeros planos que não se cumpriram ao longo de dois anos completos de casamento e o pontapé inicial para os p...