thirty nine

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Camila Cabello P.O.V

Canadá.

O país mais gelado e cinza que eu já pisei na minha vida inteira. Sério! Essa cidade é tão cinza, que eu me senti em um filme dos anos cinquenta, tirando o fato de que eu usava um vestido colorido. Até Peter parecia contribuir para a cor do local, usando camisa preta, calça preta, sapatos preto e bem... Chapéu preto!

Peter estava de boné e óculos de sol. Parecia um agente do FBI, todo de preto. Zoei ele mais cedo com esse fato, e ele só riu e revirou os olhos.

Ele estava estranho, quieto e desconfiado quando o seu jatinho pousou na pista particular do aeroporto. Eu acho que nunca vou me acostumar com o fato de que o cara tem, simplesmente, um avião só pra ele! Eu acho que que nem nascendo de novo eu teria dinheiro para algo tão grande, tão rico e luxuoso.

Quando estávamos fora do jatinho, ele caminhou na minha frente, olhando em volta, com as mãos nos bolsos e cabeça baixa. Encarei toda aquela situação de cenho franzido. Porque eu tinha a breve sensação de que ele estava se escondendo de algo. Mas como sempre, ignorei.

Ele parou eu frente ao carro que eu pude ver que tinha um motorista, e abriu a porta para mim.

– Entre. Eles vão deixar as malas lá na minha casa. – Apenas assenti.

Não quis questionar. Estava frio demais, e eu não aguentava ficar nem mais um minuto fora daquele carro, não aquele clima frio.

Entrei no carro, e coloquei o cinto. Ele fez o mesmo, porém, não tirou o boné e nem o óculos. Mas, ignorei. Não queria discutir, estava cedo demais para isso. E eu também estava com sono Talvez mais tarde eu o questione.

Peter ficou quieto todo o trajeto, e então, eu tive o privilégio de observar todo o caminho atravéz da janela. Apesar de fria e cinza, a cidade era realmente bonita. Típica de filme americano.

As pessoas andavam todas bem vestidas, enroladas em moletons e blusões que provavelmente custava mais que a minha casa. Aparentemente estávamos em lugar ou bairro bem rico, pois eu não vi uma pessoa sequer com roupas mais simples. Até as roupas simples, eram chiques demais se comparadas com as minhas.

Peter não parecia se incomodar com minhas roupas, e muito menos com o frio. Ele usava apenas uma camisa cinza de mangas não tão longas, uma calça preta, e nada mais. Seus braços não tão musculosos estavam cruzados, sua cabeça encostada na janela. Parecia pensativo e tenso.

Suspirei, mexendo meus ombros, meio desconfortável com o clima tenso que estava no carro. Eu não gostava daquilo. Gostava de dias alegres, pessoas falantes e tagaleras.

E como ele me conhecia bem demais, percebeu o meu desconforto e então suspirou, se movendo, aproximando seu corpo esguio em direção ao meu. Passou um braço pelos meus ombros e me puxou contra ele. E provavelmente reparou na minha atenção exagerada nos óculos de sol, pois ele levou as mãos grandes com dedos longos até o rosto, tirou e o pousou sobre o colo, se aconchegando no acento confortável do carro.

– Já estamos chegando. Não se preocupe, na minha casa inteira tem aquecedores. – Assenti. Uma de suas mãos acariciaram meu braço esquerdo, creio que na tentativa de me esquentar. Seus olhos correram pelo meu rosto, e eu observei seu cenho de franzir lentamente. – Você parece abatida.

– E você parece tenso demais. O que houve? – Retruquei. Por uma fração de segundos, seus olhos se arregalaram, ele piscou as pálpebras gordinhas, parecendo meio desnorteado, seus cílios longos e clarinhos piscaram rapidamente para mim. Seu olhar parecia meio perdido.

E eu jurei que pude ver seu rosto perder toda a cor que tinha. Isso durou pouco, pois sua feição voltou a ficar serena, e ele abriu um sorriso preguiçoso para mim.

Particular Taste • HIATUSWhere stories live. Discover now