twenty two

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Shawn Mendes P.O.V

Eu acordei.

Fiquei de olhos fechados, me mexi para lá e para cá e sorri quando me lembrei da noite passada.

Não, dessa vez não tinha sido tão carinhosa como a outra, mas mesmo assim foi perfeito. Estar com ela é perfeito, em todos os sentidos.
Me virei para o lado, já com um sorriso no rosto e erguendo meu braço para abraça-la.

Eu apenas senti algo fofo que eu julguei não ser a Camila. Apesar de pequena e macia, ela não era um travesseiro.

Abri meus olhos e não vi nada mais do que meu travesseiro e minha cama bagunçada.

Eu não acredito que ela fez isso, novamente. Merda, o que será que eu devo ter de errado? Porque ela sempre vai embora?

Dessa vez eu achei que fosse diferente dessa vez. Ela parecia feliz, parecia confiante, ela agora me conhece, nós conversamos todos os dias, almoçamos todos os dias, sabemos tudo, tudo um do outro. Eu achei que pelo menos dessa vez ela fosse ficar.

Bem, eu meio que esperava que ela fosse ficar.

Sentei na cama ainda incrédulo. Será que eu tenho algo de errado ou apenas sou mais um idiota apaixonado? Eu sei que está na hora de parar de criar expectativas.

Talvez ela queira apenas isso. Talvez ela queira sexo, mais apenas queira me ter como um amigo. Eu não sei se vou aguentar me submeter a essa situação, apesar de gostar dela.

Seu jeitinho me encantava demais. O jeito que ela canta, o jeito que ela dança. A risada dela é a coisa mais gostosa de escutar. O jeito que ela sempre coloca uma mexa atrás da orelha quando está envergonhada, seus dentinhos tortos que são as minhas coisas favoritas, e ela os odeia, eu não entendo.

O jeito que ela come também é engraçado, nos já rimos sobre isso várias e várias vezes. Tudo, tudo naquela garota me encanta, principalmente o seu jeitinho inocente. Ela tem na sua mochila da faculdade 3 livros de colorir infantis.

Ela é a pessoa mais pura que eu conheço.

Ela sempre que está mal, vem para mim. Me pede colo, me pede carinho e abraço, me pede para distrair ela. Apesar de eu nunca saber o motivo, eu não nego. Porque eu sei que ela vai precisar de ajuda, e eu sei como é difícil passar por situações difíceis e não ter ninguém ao seu lado.

Por isso. Por isso é tão difícil ir embora.
Pelo simples fato de ela existir, de ela estar aqui respirando. É por isso que eu não consigo a deixar e simplesmente ir embora, apesar de saber que talvez ela nem se importasse.

Mais é isso. Eu não vou deixar ela me fazer de gato e sapato e de objeto sexual (apesar de eu gostar das duas coisas)

Me levantei e preguiçosamente, pulando os lençóis que estavam no chão, eu fui até o banheiro.

Tomei uma ducha rápida, me vesti e comecei a arrumar aquela bagunça que estava meu quarto, apesar que ontem eu o havia deixado brilhando. Agora parece que um furacão passou aqui.

Eu arrumei todo meu quarto e eu procurei em tudo porém não achei meu caderninho, não estava em lugar nenhum. Droga, eu nem ao menos lembro aonde o deixei ontem.

Após muito tempo o procurando eu desisti de tentar acha-lo, apesar de estar pilhado com isso. Aquele caderno é a minha vida.

Sai do meu quarto descendo as escadas, encontrando apenas Connor com cara de cu tomando uma xícara de café. Bem, ao que parece ele não teve uma boa noite.

– Bom dia, fresco. Já chupou uma hoje? – Falei naturalmente enquanto sentava em uma cadeira, pegando a manteiga para passar em um pão.

– Eu ainda não, mais ao que parece você mamou um travesti ontem que se chama Camila. Puta que pariu Shawn, vocês não me deixaram dormir! Você parece uma rapariga gemendo. – Ele falou com cara de poucos amigos.

Particular Taste • HIATUSWhere stories live. Discover now