twenty seven - thank you

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Shawn Mendes P.O.V

Após enchermos o carrinho, fomos na menor fila que tinha, que por acaso, era uma fila preferencial. Bem, a fila estava grande mais nem tanto, e eu não via mal algum naquilo. Não via nada demais em estarmos ali, se alguma grávida, algum deficiente ou algum idoso chegasse, nós deixaríamos passar na frente. Nós não somos tão escrotos de tomar o lugar de alguém que realmente precisa.

O nosso carrinho estava em nossa frente, nós tínhamos nossas mãos juntas, e realmente parecíamos um casal, diria que até parecíamos casados.
Okay, oficialmente eu estou em um sonho.

Camila brincava com nossos dedos e de vez enquando me olhava, sorrindo. Beijei sua testa e acariciei sua cabeça, com a minha mão livre, lhe dando um selinho.
Eu realmente estou em um sonho.
Ela ia começar a me beijar pra valer quando ouvimos uma voz alta e estridente atrás de nós.

– Ei! – Uma mulher, alta, com os cabelos ruivos, falando alto, me cutucou. Eu virei em sua direção, tendo que, infelizmente, separar meus lábios dos de Camila. Quase bufei.

– Hm, oi? – Perguntei, sempre muito educado, porem irritado e com medo. Será que é alguém que me reconheceu e vai pedir foto? Como eu vou explicar isso para Camila? Merda.

– Vocês poderiam me dar o seus lugares nessa fila? Já que vocês não se encaixam nela, e eu me encaixo, então eu PRECISO desse lugar. – Eu olhei a moça, confuso. Nem ela se encaixava ali, ela tinha apenas uma barra de chocolate em mãos, era magra e aparentava ter uns 24 anos.

– Você não poderia ir para a fila dos pequenos itens? Nós estamos com um carrinho cheio e você não tem nenhuma deficiência, moça. – Falei ainda com calma, ou tentando mantê-la, pelo menos.

– E vocês tem? MEU DEDO ESTÁ QUEBRADO, EU TENHO O DIREITO DE ESTAR AI! – Ela gritou comigo, mostrando o dedo indicador enfaixado.

Me surpreendi quando Camila tomou a minha frente, já parecendo estar brava. Aquele pequeno ser tinha um lutador de boxe dentro de si. Sim, ela tem um metro e cinquenta e sete de altura, porém quando irritada, pode ter certeza que em um instante ela virava uma pessoa com um dos metros de altura. Ela pode te botar medo apenas com um olhar.

– A senhora poderia por favor parar de gritar com o meu marido? – Ela cruzou os braços e a palavra "marido" me deu borboletas no estômago. Eu já estava começando a me iludir demais, e olha que isso nem começou direito. Eu tô fodido mesmo. Porém, tô gostando.

– Quem você acha que é para falar assim comigo? – A mulher também cruzou os braços. Isso não ia dar certo.

Camila respirou fundo e eu a vi revirar os olhos e logo em seguida, bufar. Se essa moça continuar assim, ela vai ganhar mais nove dedos e dois dentes quebrados. Se brincar, até um braço quebrado, ou uma perna... Resolvi intervir na situação antes que se agravasse.

– Moça, desculpe, mas a minha esposa está grávida de três meses, ela não pode passar por situações estressantes, você poderia por favor apenas ir na fila de pequenos itens? E parar de irrita-lá? – Sim, essa foi a melhor desculpa que eu inventei e falar esposa me deu arrepios.

Puxei Camila pela cintura, rodeando ela com meus braços e sussurrando em seu ouvido um "se acalme".

– Você esta mentindo! Ela não parece estar grávida e vocês nem parecem serem casados! – A mulher bateu os pés e apontou um dedo na minha cara.

– Você está chamando meu esposo de mentiroso? – Camila deu um tapa no dedo da mulher e tentou se soltar dos meus braços, se eu a soltasse não ia dar muito certo.

Elas continuaram brigando, uma mini multidão se formou em volta de nós. A situação já estava ficando praticamente incontrolável, até que chegou um segurança.

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