thirty seven

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Camila Cabelo P.O.V


Os dias passaram voando.

Aproveitei ao máximo aquela viajem. Poder estar onde eu nasci, com as pessoas que eu amo ao meu redor, definitivamente era revigorante. Eu amei cada pedacinho daquela viajem, principalmente, a parte de ver minha avó se recuperando bem.

Ela ainda não estava 100%, porém, Peter tinha seus contatos e deixou ela em mãos de confiança, com tudo pago. Já discutimos sobre isso, e eu me recuso a aceitar que ele vai pagar tudo sozinho. Eu ainda vou o convencer de lhe dar cada centavo depois, mesmo que ele negue e diga que não é preciso. Claro que é. Eu não sou uma aproveitadora. Estava longe de ser, e não queria que ele pensasse isso. Não queria que as pessoas pensassem isso.

Na real, eu não sei como diabos ele está bancando isso tudo. Pelo o que eu me lembro, a família Peter não era pobre, mas, também, não era rica. Eles eram classe média, tinham sim um bom estilo de vida, porém não eram ricos. Bem, a não ser que tenham ganhado na loteria, ou que, sei lá, alguém tenha conseguido uma profissão boa o suficiente para comprar um jatinho particular.

Prefiri não ficar pensando da onde vinha o dinheiro da família Mendes, até porque não me interessava.

Iríamos partir amanhã pela manhã, e já eram 17h da tarde. Durante toda a viajem, eu e Peter apenas havíamos ficado em casa. Claro que andamos um pouco por Cuba, visitamos algumas praias, mais para mim, ele ainda não havia visto nada da cidade.

Ele precisava conhecer mais sobre a cultura latina, e era por isso que eu estava nesse exato momento, me arrumando.

Meu pai sabia muito bem aonde eu iria o levar, e isso foi inteiramente culpa dele, por falar sobre aquele lugar uma vez com uns amigos, por telefone. Eu disse a ele que quando viesse a Cuba, eu iria naquele lugar. E eu não estava mentindo.

Ele está com raiva, se enfiou dentro do quarto as duas horas da tarde e não saiu mais. Porém sabe que não pode fazer nada. Aqui nós ficamos legalmente adultos aos dezoito anos, e bem, eu já tenho dezoito anos, que é a entrada mínima para entrar no local. Menores de dezoito, só acompanhados. Não que eles sigam muito bem isso por aqui, se você tiver dinheiro, meu caro, você consegue tudo.

Peter não fazia ideia para onde iríamos, e isso só deixava tudo mais legal. E excitante. Eu mal espero o momento em que eu ver a cara dele quando ele perceber onde estamos. Vai ser hilário.

Me olhei no espelho e sorri. Eu estava linda. Pela primeira vez em muito tempo, eu me sentia bonita. Realmente bonita. Passei as mãos pelo meu vestido vermelho de franjinhas. Sorri para mim mesma no espelho, em seguida, respirando fundo. Quando pecerbi que alguns pensamentos estranhos invadiram a minha mente, apenas terminei de passar meu batom e ajeitei o salto não muito alto em meus pés. Dei uma giradinha para verificar se estava tudo em seu devido lugar, passei as mãos pelos cabelos e suspirei. Eu estava pronta.

Sai do quarto enquanto enfiava meu celular na bolsinha também vermelha. Desço as escadas e vi minha mãe sentada no sofá lendo um livro, minha irmã sempre grudada naquele seu celular com os fones enfiados no ouvido, e só meu pai não estava ali. Eu só havia visto ele uma vez no dia, que foi quando minha mãe disse que eu e Peter iríamos sair. E quando ele foi informado sobre lugar que nós íamos visitar, cerrou o maxilar e saiu, subindo as escadas. E então, eu não o vi mais.

Fiz uma nota mental de mais tarde, conversar melhor com ele. Odiava ver meus pais aborrecidos por minha culpa, por mais que eu achasse engraçado toda essa situação com o meu pai.

Particular Taste • HIATUSWhere stories live. Discover now