twenty

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Camila Cabello P.O.V

Cheguei em casa toda sorridente. Aparentemente, já era tarde demais, eu digo que até de madrugada.

Eu passei o dia com Ryan, e eu posso dizer que eu me diverti muito. Ele é bastante legal e nós resolvemos deixar o passado para trás e recomeçar, como uma simples amizade. Sim, só amigos, ele como meu amigo não tem exatamente nenhum problema.

Entrei em casa pelos fundos já que por onde eu entrava estava trancado com o cadeado que eu não uso. Estranho.

Entrei pelos fundos mesmo, tirei minha jaqueta e joguei em cima da pequena mesa de jantar e me virei, pegando um copo para beber água. Eu ria com o vento lembrando da tarde com o, agora, meu amigo.

– Bonito, não é? Chegando em casa uma hora dessas? Aonde você estava, Camila? – Me assustei com a voz grave atrás de mim e lembrei. Merda, eu marquei de passar a tarde com ele, droga.

– Como você entrou aqui? – Falei normalmente, eu não quero brigar e nem nada. Tomei um gole da minha água o encarando.

– Arrombando o portão. – Ele falou simples e eu o olhei incrédula. – Brincadeira, eu tenho a cópia das chaves. Mas anda, aonde você estava para chegar uma hora dessas?

– Aonde tem escrito que você é meu pai, Austin? Você não manda em mim! – Respondi com um tom mais alto e me arrependi no mesmo segundo, já que ele avançou em cima de mim, me fazendo bater na pia.

– Eu sou seu namorado! Você me deve satisfações, entendeu? – Ele falou aquilo enfiando o dedo na minha cara e eu, apesar de assustada, não abaixei minha guarda. Continuei com o peito estufado e o nariz empinado o encarando. – Aonde você estava que voltou tão... tão...

– Eu só estou enfrentando você, Austin. Isso te assusta? E por que te assusta? – Eu o interrompi. Ok, não sei da onde estava tirando toda aquela autoconfiança, porém eu estava me cagando de medo.

– Fala direito comigo! – Vi sua feição ficar brava e então eu saí do aperto que seu corpo fazia no meu, mas ele me empurrou novamente, agora eu bati na parede ao lado da pia. Eu o empurrei quando ele novamente começou a me pressionar contra a parede.

Então, ele segurou com força em meu cabelo o puxando, o que fez meu couro cabeludo pinicar e meu pescoço doer. Eu olhei para todos os lados e eu vi que na pia tinha um escorredor de talheres, e nele tinha uma faca grande.

Ele levantou sua outra mão fazendo menção de me bater, provavelmente no rosto. E então, eu na hora do desespero, eu cacei no escorredor de prato a faca, apontando para ele. Isso fez ele se afastar de mim na hora, ainda com a mão levantada.

– NEM MAIS UM PASSO! – eu gritei o ameaçando com a faca, a apontando pra ele. Ele já estava bem afastado de mim. Meu peito subia e descia com a adrenalina.

– Hey Camila, calma. Você não vai usar isso contra mim, né? Você não pode usar isso contra mim! Calma amor, abaixa isso, vamos conversar... – Ele me olhava com os olhos arregalados e novamente tentou se aproximar de mim.

– EU DISSE NEM MAIS UM PASSO! – Eu fiz menção de avançar contra ele e ele se afastou novamente, ele olhou para a faca e para mim, parecendo não acreditar no que eu estava fazendo. Nem eu estava acreditando! – Sai da minha casa. – ele ficou parado me olhando. – VOCÊ É SURDO? SAI DA MINHA CASA, AGORA! – Novamente fiz menção de avançar e ele se apressou em pegar sua chave em cima da mesa e caminha rapidamente até a porta dos fundos.

– Vai ter volta, vadiazinha! – Ouvi ele murmurar isso antes de sair e foi o suficiente para me fazer estremecer por completo.

Assim que ele saiu pela porta da cozinha eu comecei a me tremer, de medo, de susto, eu não sei. Eu só sei que a adrenalina havia passado e agora meu corpo estava habitado apenas por um sentimento:

Particular Taste • HIATUSWhere stories live. Discover now