Particular Taste • HIATUS

twenty six

Camila Cabello P.O.V

Eu estava tão animada. Meu pai estava perto do aeroporto e eu não conseguia parar quieta. Faz anos que eu não vejo meus pais, e eu estou com tanta saudades que meu peito está doendo, porém de felicidade.

Ryan estava ao meu lado, quieto com a minha mochila nas costas e segurando sua mala, tomando um copo de café com duas colheres de açúcar, como sempre.
O que tinha de diferente era apenas seu braço ao redor de meus ombros, e seus olhos atentos no celular. Eu estou tão ansiosa que ele não estar me dando atenção não faz diferença agora. Oh merda, eu estou tão animada que poderia fazer xixi nas calças agora.

Meus olhos se iluminaram quando eu vi o carro um pouco desgastado, preto e que tinha uns ursinhos pendurados no lado de dentro. Dei um gritinho quando eu vi meu pai sair de dentro dele. Corri até o mesmo pulando em cima dele, colocando minhas pernas em sua cintura, como sempre foi desde que eu era pequena.

– Camila? Meu deus Camila, que saudades! – Ele me abraçou forte enquanto eu já chorava com o rosto em seu peito. Ele me girou rindo e me colocou no chão, dando uma leve bagunçada no meu cabelo. – Filha, você não cresceu nada!

– Papa! – Eu o repreendi, rindo e chorando ao mesmo tempo. – Eu estava com tanta saudades de você! – O abracei mais forte e ele riu.

– Eu também estava com saudades de você, minha bebê. – Sorri quando ele afastou a franja da minha testa e deu um beijinho na mesma. – Quem é aquele fantasma olhando a gente lá trás? – Ele apontou com a cabeça e eu vi o Ryan, que acabou de desviar os olhos, ele estava envergonhado.

– Ah, esse é o Ryan, meu amigo. Ryan, esse é o meu pai, pode chamar ele de Ale. – Falei quando terminei de puxar meu pai em direção a ele.

– Prazer. – Meu pai falou rígido e apertou a mão de Ryan, que me olhou, com medo. Eu quis rir, meu pai não é tão duro assim, a não ser quando se trata de alguma de suas filhas.

– Prazer senhor. – O Ryan falou todo gaguejando e eu ri, ficando ao seu lado e agarrando seu braço.

– A Sofi tá em casa? E a mamãe? – Perguntei para tentar acabar com aquele nervosismo. Meu pai começou a andar em direção ao carro e eu e Ryan fomos junto com ele.

– A Sofi foi dormir na casa de uma amiguinha e sua mãe foi visitar uma amiga, ela está muito feliz, inclusive. – Meu pai falava em inglês com seu forte sotaque espanhol, porém eu pedi que o mesmo falasse na língua de origem de Ryan, se não o bichinho não iria entender nada.

– Legal! – Eu sorri e abri a porta do banco de trás, e consequentemente o Ryan fez o mesmo.

– Epa! Você, aqui na frente, comigo. – Ele apontou para Ryan que olhou para mim praticamente de olhos arregalados e caminhou rapidamente até o banco do passageiro.

Eu novamente tive vontade de gargalhar, porém fiquei quieta e entrei no carro, colocando o cinto. Meu pai deu partida e tudo o que eu via pelo retrovisor era o olhar de socorro enquanto meu pai fazia diversas perguntas a ele.

– Do que você trabalha? – Meu pai perguntou enquanto dirigia tranquilamente.

– Eu sou empresário, senhor.

– Quantos anos você tem?

– 21, senhor.

– Aonde você nasceu? Em que cidade e país?

– Eu nasci no Canadá, em Toronto, senhor.

– Você tem namorada?

– Por enquanto, não, senhor. – Pelo retrovisor, ele deu uma olhada em mim por um instante e logo desviou. Ele estava gostando de alguém?