thirty three

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Shawn Mendes P.O.V

– Hey. – Ergui minha mão para tocar nela. Ela estava emborcada e com os olhos abertos olhando para um lugar fixo. Ela recuou ao meu toque e negou várias vezes com a cabeça.

Merda. Ela está paralisada assim a mais de meia hora e em nenhum momento eu consegui tocar nela. Ela nem olhou para mim.

Levantei e suspirei, colocando minha camisa e minha bermuda, pegando meu celular.
Vasculhei o insta dela e consegui achar o da amiga dela. Eu acho que elas trabalham juntas.

Dm Instagram

Oi Diana, tudo bem?
Aqui é o Ryan, o amigo da Camila
Você pode me ajudar?

Oi Ryan, tudo sim.
Aconteceu algo com ela?

Na verdade, sim. Ela está paralisada. Não me deixa tocar nela. Eu não sei o que eu faço.

Ah, droga.

Você não tem o que fazer. Ela não vai deixar você nem ninguém tocar nela. Mesmo que seja uma mulher.

O que você tem que fazer é manter o quarto claro porque ela odeia escuro, e se, estiver chovendo, coloque uma música calma para abafar o som da chuva. A cubra até o ombro e se onde vocês estiverem tiver ar condicionado, não ligue, ela não gosta de frio.

Se ela chorar muito, cante uma música de ninar para ela, ela gosta de uma específica, mais eu não lembro agora.
E ah, quando ela estiver melhor, ela vai pedir um pouco de chá de pêssego.

Não saia do campo de vista dela. Por favor. Cuide dela.

Okay. Obrigada.

Dm Instagram off

Suspirei. Por que merda minha pequena tinha passado para ficar desse jeito? Eu nunca vi ela assim. Ela sempre foi tão alegre, tão para cima. Eu não sei pelo o que ela havia passado de tão grave, mais eu estou aqui agora, para protege-la. Sempre.

Encarei ela deitada na cama, caminhei até ela, cobri ela até seu ombro. Fui até a janela e abri as mesmas, e percebi que estava chovendo. Aqui não tinha caixinha de som.
A única coisa que eu poderia fazer para ajudar era tocar para ela.

Suspirei. Ver ela naquele estado estava me deixando corroído por dentro. E por fora.
Seus olhos estavam vermelhos, seus cabelos bagunçados e ela tinha um olhar assustado.
Será que se eu chamar a mãe dela, resolve em algo?

Eu queria a minha Camila de volta. Aquela não é ela. Ela parece estar em um transe.
Ela tem que comer. Tomar banho. Sair daqui.
Ela vai ficar doente se ficar parada nessa cama. De repente pegar uma anemia? Uma pneumonia?

Suspirei transtornado. Eu sei que deveria respeitar seu tempo, mas ela parece transtornada, assustada. Como se estivesse tendo um pesadelo, ao que acordada. Ela ofegava e suava. Seus olhos se arregalavam, sua pupila diminuía e crescia, com frequência.
Isso estava me deixando assustado. Eu não poderia ficar vendo ela daquele jeito e só sentar e observar. Eu tenho que fazer algo.

Faria o que Diana disse. Cantaria para ela. Talvez, ela conseguisse ao menos conversar.
Eu estava nervoso. Eu nunca cantei para ela em si, na verdade, uma vez em específico, e eu não tenho boas lembranças daquele dia.

Sai do quarto, desci as escadas e observei que a casa estava vazia. Peguei meu violão que estava guardado em um móvel da sala e novamente subi, correndo.

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