Capítulo Trinta e Cinco

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Capítulo Trinta e Cinco

Na terna alvorada, Mia Norwood despertou com os feixes de luz solar que já se mostrava forte desde daquela hora da manhã, algo que lhe era inteiramente inabitual onde crescera. Os olhos sonolentos tentaram se adaptar a luminosidade excessiva, mas bem-vinda, da manhã e encontraram a bela imagem de Lucky Berbatov, ainda nu, apoiado sobre seu ombro, lhe observando com um charmoso sorriso nos lábios.

– Bom dia, babona – ele cantarolou, levando a mão livre para suas madeixas negras.

Ela não pôde evitar sorrir, estranhamente feliz por vê-lo ali.

– Bom dia, ladrão – esfregou o rosto, espreguiçando-se para mais perto dele. – Você roubou todas minhas energias ontem a noite.

– Era te foder bem ou ser espancado com um escudo – satirizou, fingindo uma expressão de assustado.

Mia prensou os olhos, segurando a gargalhada, e tentou demonstrar remorso por sua reação.

– Me perdoe por ontem, eu perdi a cabeça... Esperei muito para te ver e... não soube reagir quando lhe vi tão indiferente... E com tudo com o Nassor, eu...

– Sou eu quem lhe deve desculpas – Berbatov lhe interrompeu. – E direi isso apenas uma vez: você estava certa... Retornar para cá me afetou mais do que gostaria e.... Fui levado por minhas incontroláveis emoções.

– E não há nada que tenha de se envergonhar, a única coisa que lhe falta, talvez, é tentar recorrer mais a comunicação ao invés de encontrar áreas para descontar sua raiva.

– Você já pode parar de tentar me defender, Mia. Esse não será para sempre seu trabalho... – retrucou, contrariado. A comandante deixou um sorriso tristonho surgir em seus lábios, e tentou retomar a atenção do ladrão.

– Não estou tentando lhe defender, apenas quero dizer que se você é quebrado, então eu também sou, Lucky. Sou uma mulher que não pode descontrolar suas emoções, do contrário, Ceres toma controle de mim. E por duas vezes, eu não fui capaz de evitar isso. E eu acredito que se você não estivesse lá, nessas duas vezes, ninguém poderia.

– Do que você está falando? – ele murmurou.

– Eu estou falando que durante as duas vezes nas quais eu perdi o controle, você foi capaz de me trazer de volta para a realidade. Tanto no Baile de sangue quanto no vilarejo dos Kadawgis. O que me faz pensar que se algum dia, eu perdesse inteiramente quem sou, somente você poderia....

– Cale a boca, pare de dizer asneiras.

– Não são asneiras, Berbatov – Mia insistiu, mas ele parecia relutante em ouvi-la. – Eu sinto que somente você seria capaz de me parar caso algo ruim acontecesse. E seria o meu desejo, porque eu não suportaria viver com mais mortes nas minhas costas.

– Não, não seria, porque nada desse tipo vai acontecer, Norwood! Eu estarei sempre aqui para colocar a sanidade que for preciso na sua cabeça.

Ela sorriu, e se aconchegou nos seus braços.

– Mas, é nesse ponto que quero chegar. Se você é quebrado Lucky Berbatov, então também sou. E a única coisa que importa é que estamos aqui, um pelo outro. Sempre.

– Deuses, ela já quer condenar minha eternidade nesse mundo – ele lamuriou, entre risos, segurando seus braços e lhe apertando contra o corpo nu.

– Kaleb me contou que a última vez que Ceres se apoderou do meu corpo, ela o machucou...

– Claro que o cabeça de ovelha lhe contou isso.

Ceres - O Retorno Da Escuridão [LIVRO 3 - COMPLETO]Where stories live. Discover now