Capítulo Onze

2.7K 295 473
                                    

Capítulo Onze

Os olhos azuis do rei nortenho fixavam o pano áspero que tinha camadas e camadas de tintas que representavam minuciosamente cada região de Reynes. Feudos nortenhos, sulistas, ocidentais e orientais. O grande rio que dividia o continente diagonalmente e todos seus afluentes. E cada região curiosa da natureza como o Mar do Inferno, a Serra dos Gigantes e o Espelho do Céu. Elliot matutava incansavelmente, sua mente se perdia nas memórias de todos os lugares que já havia visitado. Decidiu pousar pedras sobre eles. Tentava recriar cenários na sua mente. Talvez algum desfiladeiro, alguma serra pudesse lhe ser útil em tempos de guerra. Lembrava-se dos salientes campos agrícolas que atravessou nas viagens entre Skyblower e Wanderwell. Deveria estar atento a estas áreas, afinal eram espaçosas e bem estruturadas para marchar com um exército.

Estava inteiramente concentrado nas suas criações quem nem mesmo percebeu quando seu enigmático conselheiro adentrou seu escritório e limpou a garganta a fim de chamar a atenção de Vossa Majestade.

– Conde Butler, fico feliz de vê-lo aqui tão tarde. Imaginei que você poderia me ajudar nessa organização. Preciso que envie uma carta para Rei Edvard. Quero ter sua palavra de garantia de que a casa Halázat está bem protegida. Me incomoda saber que eles tomaram as posses da Ponte do Rio, essa ponte é decisiva para o avanço dos sulistas ao norte. Por que diabos Edvard deu essa passagem para a casa Halázat?

– Boatos dizem que ele tinha cedido terras da casa Sozott para a de Halázat. Afinal o rei tinha sede de conhecer as belas filhas do senhor Quotar.

Elliot arqueou as sobrancelhas entendendo suas referencias.

– Entretanto a casa Sozott é principal fornecedora de sal, com este ato ficou injuriada e conseguiu agravar a crise de Wanderwell fazendo racionamento de sal. Aparentemente quem resolveu a situação fora o príncipe de Wanderwell. Negociou a Ponte do Rio para a casa Halázat e devolveu as terras que pertenciam a casa Sozott.

Elliot bufou, lembrando-se de sua última viagem desagradável para as terras do leste. Tinha reparado na pobreza das ruas do reino de Wanderwell.

– As ironias do destino são amargas. Há dezoito anos, Gardênia começara a guerra dominando a casa Halázat. E agora a passagem de ouro para estes malditos atravessarem o continente sem restrições maiores está na posse da mesma família. Precisamos proteger a Ponte do Rio, porque o Pântano Negro faz com que Gardênia não consiga aceder facilmente os campos agrícolas. Isso nos faz ganhar tempo.

– Mandarei a carta ainda hoje para Wanderwell.

– A Liga dos Arqueiros?

– Estão na posição planejada, meu rei. Chegam ao Oeste essa noite.

Elliot sentiu a ansiedade no peito, se esse ataque ao Oeste saísse como o planejado, seria apenas uma maravilhosa abertura para o ataque ao forte.

– Gostaria de falar com Vossa Majestade justamente sobre...

– A invasão ao Forte de Candor – Elliot completou.

Aspen assentiu.

– Conversei com a bruxa Winston esta manhã. Ela estava unicamente de acordo com esse ataque porque não conhecia a fama desse lugar.

– A fama deste forte são feitas de lendas, Conde Butler. Três ataques foram feitos aos Forte de Candor durante Os Dias de Escuridão, a fama veio disso.

– Houveram outros ataques ao Forte – Aspen corrigiu.

– Há muitos anos! Aspen, se ficarmos na retaguarda, Marcus Lancaster acreditará que estamos aflitos e com medo. Nós precisamos mostrar que não o tememos! Ninguém espera um ataque ao Forte de Gardênia.

Ceres - O Retorno Da Escuridão [LIVRO 3 - COMPLETO]Where stories live. Discover now