PARTE XXXIII

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Então, me diz, que ouvindo a nossa música você e chorou.

Parei de frente a casa do Daniel, não sabia se tocava a campainha ou simplesmente entrava pela janela. A rua estava mudada, foi difícil achar a casa dele, fazia tempo que eu não pisava aqui, Niterói mudou bastante. Fiquei bastante tempo olhando pra janela do quarto dele, fui até a mesma e fiquei olhando, permaneci quieta. Já não tinha mais a grade que dava na janela, havia sido retirada sem dó e nem piedade por um cara que achou que eu nunca fosse voltar. Fiz a pior decisão, tocar a campinha.

- Boa noite... - a senhora abriu a porta e sorriu. - Oi minha querida, como você está? Quanto tempo não a vejo, está linda. Entre. - se afastou da porta, eu fui entrando sorrindo e respondendo todas as suas perguntas.

Olhei em volta e, realmente, até a casa dele estava mudada, estava mais feliz, mais colorida e com móveis novos.

- Sua casa é linda... - murmurei e ela sorriu.

- Quer um café? O Daniel não está em casa, saiu pra uma entrevista em Botafogo, mas senta aqui... - apontou pro sofá da sala. - Eu já venho com o café.

Olha, ela não parava de falar, pelo visto, pessoa de poucas visitas. Eu me sentei no sofá, cruzei as pernas e fiquei olhando a sala, reparando as fotos.

- Aqui o café, - me deu um copo na minha mão. - Se estiver sem açúcar avise... Tenho diabete, então tenho que maneirar. - ela sorriu.

- Que isso, está perfeito. - tava totalmente sem açúcar mas eu bebi sorrindo.

Passamos bastante tempo conversando sobre o jornal, ela me disse mais de 30 vezes o quando odiava aquele âncora do jornal, eu concordei todas as vezes que ele era péssimo mesmo. Já estava tarde da noite e ela me implorou pra ficar pro jantar, disse que ia fazer bife com batatas fritas por que eu tinha cara de quem gostava disso.

- Daniel ama batata feita e bife, vocês devem ser gêmeos.

- Eu a-m-o! E também estou com bastante fome. - soletrei e ri.

Estávamos na cozinha, ela temperava o bife e eu cortava as batatas. Eu estava com um avental que ela me implorou pra usar e eu aceitei, confesso que era péssima na cozinha mas queria demonstrar que eu podia aceitar um pedido de casamento inesperado a qualquer momento, entende?

Eu cortava as batatas em cima da pia, dentro de um pote eu jogava os pedaços cortados. Um cheiro doce subiu no meu nariz.

- Conheço esse chei..................cheiro. - vi o Daniel encostado na porta da cozinha, a faca caiu no chão e eu me atrapalhei toda. Bati com o cotovelo no pote e todos os pedaços de batata caíram. Abaixei me escondendo, fingindo catar as batatas, atrás da mesa e pude ouvir a risadinha dele.

- Tudo bem, - sussurrou a mãe dele. - Vá lavar as mãos.

- Não... É sério, eu posso fazer isso. - continuei catando as batatas. Daniel se abaixou na minha frente e rindo, começou a catar as batatas também.

- Eu amo você... - ele sussurrou rindo, sem olhar nos meus olhos mas mesmo assim eu congelei. Ele catou tudo sozinho, lavou as batatas e eu ali no chão paradona.

- Vai tomar banho, Daniel. - a mãe dele disse, foi ai que eu acordei, saí do transe.

Levantei do chão, tirei o avental, apoiei as mãos na mesa, abaixei a cabeça, enquanto isso, Daniel subia pro quarto tranquilamente.

- Vai atrás dele. - a mãe dele disse gargalhando. Foi o que eu fiz, deixei o avental pendurado na cadeira.

Subi delicadamente cada degrau, meio insegura, meio nervosa, parecia a minha primeira vez.

- Toc toc. - sussurrei no canto da porta, as luzes estavam apagadas, apenas a luz do corredor clareava o quarto dele.

- Pra que voltou?

- Como assim...?

- Tem que ter um motivo, ontem você me odiava... E hoje, você está aqui. - ele me encarou.

Eu era meio fria e naquele momento, não me lembrei de nenhuma forma, as vezes que eu disse que amava o Daniel.

- Eu sei o quer que eu diga... - ele sorriu, mexeu na gaveta.

- Então, é só dizer. Se você sente de verdade. - ele se virou pra mim com uma cueca enfiada na cabeça, que me fez rir. - Eu já te disse... Eu sinto, Ana, eu sinto amor, eu me preocupo, eu gosto de carinho, gosto de atenção... E naquela noite, eu não fui, eu fiquei sem coragem, era como se eu quisesse você mas tivesse com medo de te perder, tudo junto ao mesmo tempo, - ele se aproximou - Por isso e outros motivos eu te peço apenas uma coisa... - ele tirou a cueca da cabeça e eu sorri, ele se ajoelhou, dai meus olhos já se formaram cachoeiras, tirou um anelzinho pequenininho e sussurrou. - Quer ser minha compromissada? Minha namorada? Minha princesa? Minha... Só minha?

Me imaginei surtada, me imaginei desmaiada antes que pudesse dizer "sim".

- Eu quero, Daniel. Quero muito, quero tudo isso. Eu amo você.

Bem-vindo ao meu delírio.

NOTA: Galera que se encontra lendo, primeiramente: oi :3.

"Segundamente": implorem pelo próximo capítulo, hauahauhauahua

linda, louca & mimada [1]  - Caroline RaiccoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora