PARTE XIX

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Ela tem alma de pipa voada mas na sua estante imaginária coleciona corações.

Esperei anoitecer, e eu nem tinha gastado o dinheiro que minha mãe me deu, então eu devolvi pra ela, tipo, faltando apenas uns 40 conto, que eu tirei pra sair hoje a noite. Era uma quarta-feira de noite, eu passei o dia inteiro deitada na cama olhando pro teto, eu não queria pensar no Daniel, por um lado estava obcecada por ele, por outro lado sabia que isso não daria certo.

Escolhi minha melhor roupa, meu tênis vermelho da Vans, minha jaqueta preta jeans, uma camisa branca por baixo, uma leggin preta cortada nas coxas. Depois do banho me vesti e passei maquiagem, prendi o cabelo pra trás deixando só a franja solta na frente, troquei os piercings prateados pelos de banhado a ouro e assim saí.

Ia numa balada que eu nunca fui, eu não gostava de funk mas eu fui pra lá. Não sei por qual motivo, só parei lá sem pensar. Bem vida à Ilha dos Pescadores.

Paguei minha entrada pra ver um pessoal do funk, meu Deus. Coitada de mim, como vim parar aqui?!

Eu sozinha no meio de um bando de funkeiros salientes querendo roçar em mim, tentei me imaginar de outra forma, fora que... Eu estava super tampada pro ambiente que escolhi.

- Linda como sempre... - sorri sem saber, eu estava embargada pelo som então imaginei outra voz.

- Oi Danie......... - era o Jean, meu ex, me virei e já fiquei com raiva quando cruzei meu olhar com o dele.

- Tá perdida? - ele me segurou pela cintura e aproximou a boca da minha, eu paralisei, congelei total.

- Talvez. - meu coração acelerou.

- Quer se encontrar? - ele sorriu do jeito cafajeste de sempre.

Eu mordi os lábios e olhei pra boca dele, ele se aproximou bem devagar e eu deixei, abracei o pescoço dele e senti as mãos dele subindo pelas minhas costas. E ao som de "desce sobe empina e rebola" eu dei um chute no saco do Jean.

Ele se contorceu de dor no chão, eu abaixei perto do ouvido dele e disse:

- Deixa de ser otário, mané.

Quando me levantei e virei, encostei o peito no peitoral do Daniel. Olhei assustada.

- O que tá fazendo aqui? - ergui as sobrancelhas.

- O que você fez com o Jean?

- Ele é meu ex namorado! Vocês se conhecem? - fechei a cara. - Que porra é essa? Concursinho pra ver quem fica com a Ana? Vai se foder Daniel. - sorri ironicamente e dei dedo do meio bem na cara dele.

Sai da balada, acho que acabei com a festa. Senti uma mão puxar meu braço com bastante força.

- Ana? O que tá fazendo? O Jean nunca nem falou de você. Eu não apostei nada com ele. Deixa de ser boba, te encontrei sem querer, cara. Eu sou apaixonado por você.

- Quê? Eu não sei, eu não confio no Jean. Fala sério, ele é um bosta! Fica quieto Daniel, eu sabia que isso não ia dar certo.

- Não tem nada a ver com ele, Ana. - os olhos dele ficaram serenos.

- Daniel... - respirei fundo - Esquece...

- Ana, não faz isso. Para de ser cabeça dura. Não faz isso!

- Tchau! - me virei e acenei com a mão.

Peguei o caminho de casa, brava pra caralho. Se o Daniel quisesse me magoar ele conseguiu, o Jean nunca prestou. Passei a odiar ele desde o dia que ele me traiu com uma tal de Malu, fala sério! O que eu menos queria era aproximação do Daniel com ele. Parei no bar perto de casa, e enchi tanto a cara com 30 reais que fui pra casa "muito louca", entrei pela janela e tropecei no fio do abajur, cai no chão e comecei a rir, quando me levantei acendi a luz e tranquei a porta, quando me virei pra cama o Daniel estava sentado na mesma.

- Tá fazendo o que aqui? - comecei a tirar o tênis e a jogar nele.

- Ana! - ele colocava as mãos na frente pro tênis não pegar nele. - Espera ai! Não faz isso.

- Cala a boca! - ele levantou e veio vindo na minha direção, parecia bravo, fui dando passos pra trás e encostei as costas na parede.

Ele pegou as minhas mãos com força, levantou até elas encostarem na parede com força, meu coração acelerou e minha respiração ficou ofegante.

- Me solta!

Ele me empurrava contra a parede, me olhando com raiva.

- Daniel, tá me machucando!

- Ana, eu amo você. Para... - ele afundou a boca na minha com um tesão filho da puta e fui diminuindo minhas forças.

Ele segurou minha cintura e eu pulei em cima dele, caímos no chão e eu continuei beijando ele. Senti o cabelo da minha nuca sendo puxado pra trás, logo senti que ele já estava ficando excitado.

- Que saudade do teu cheiro, porra!

Eu gemia no ouvido dele, as mãos dele percorriam meu corpo, senti um tapa forte na minha coxa, e gemi alto. Ele tirou minha camisa e me jogou pro lado, ficando por cima de mim, ele mordeu meu queixo e subiu pelas laterais do meu rosto até o meu ouvido, lambeu minha orelha e eu me arrepiei.

Ele tirou a camisa e eu alisei o meu magrinho, passando a mão por cima das tatuagens dele. Ele voltou a me beijar e trocamos beijos ardentes e com saudades, eu quase engoli ele nos meus beijos, e as mãos dele quase entravam dentro do meu corpo. As mãos dele eram quentes e a cada toque ele me arrepiava fácil.

Ele me pegou de lado no colo e me jogou na cama, fui tirando a leggin e tirando o sutiã, ele veio por cima, ficando em pé em cima de mim, eu ri baixinho, ele abaixou a bermuda, ficando de cueca bem em cima da minha visão, olhei pra cima e mordi os lábios, fiquei de joelhos e logo começou a sacanagem toda.

Ele afundava a boca nos meus seios e eu puxava o cabelo dele, enquanto ele socava eu sentia as chupadas no meu pescoço, eu cravava as unhas nas costas dele, e ele gemia no meu ouvido.

Fiz sexo, fiz amor. Mas no começo do outro dia a raiva passou.

linda, louca & mimada [1]  - Caroline RaiccoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora