linda, louca & mimada [1] - Caroline Raicco

PARTE XIV

Ele ainda acreditava que ela era cabaço. Ahhhhh, o vagabundo foi laçado, quem diria ele realmente tava apaixonado.

Acordei com dor de cabeça por causa do vinho, uma noitada sem explicação, lembro só de flashes.
Sentei-me na beira da cama e minha mãe bateu na porta.

- Quem era aquela menina?

- Que menina? - levantei as sobrancelhas.

- Uê, a que você trouxe. Ela desceu pela sala, mas não vi vocês subirem. - eu sorri.

- Que bom que conheceu ela... Ela vai vir aqui bastante.

- Ela é a sua cara, Daniel. Sua parte masculina.

Eu ri, sem graça, sem nem ter o que dizer, até a coroa viu que o bagulho era sério. Ela saiu do quarto e eu voltei a deitar, já que a gata não tava lá, custava nada sonhar.
Acordei amarradão no sonho que eu tive, a gente brigava até por um pedaço de sanduíche.
O tempo tava calmin, levantei devagarin, vesti a bermuda por cima do meu shortin. Sentei na janela observei os camelos, já tava viajadão vendo até gente vestida de coelho.
Sentado na janela com metade da bunda pra fora, amostra ficava o samba-canção preto de bolinhas brancas. Apertando um verdin, que sou ma-green, representei uma lagarta, só faltou as asas pra borboleta aparecer, mas desculpa, mal consigo me mexer.

*whatsapp*
- Ana? Tá viva? Saiu e nem me acordou...

- Kkkkkkkkk você tava tão bonitinho que eu nem te acordei. Acredita que hoje eu faço 17 anos?

Na real, não. Eu nem sabia.
Desenrolei todo assunto e falei que íamos comemorar, seja lá como for, nem lembro por que disse isso, nem lembro do meu nome, as vezes esqueço quantos dedos eu tenho.
Marquei com ela na praça às oito da noite, eu ia de camelo e ela a pé, provavelmente. Sem ter mais o que fazer chamei o Jean, jogamos tanto vídeo-game que meus olhos arderam até de noite!
Voltei pro cesto de roupa, catei uma bermuda azul marinha e uma camisa branca com um símbolo do ying-yang, minhas meias na canela, meu boné aba reta e meu têniszin da redley de couro.

- Que tal Cuba Libre? - sussurrei no ouvido dela e vi o corpo dela se arrepiar.

- Rivotril com redbull dá asas pra minha fantasia. - levei um susto, nem eu sabia que a mente dela era tão psicodélica assim.

Eu tava muito na bad trip, quase não lembro o que falei, já marfuzado ainda bebi Cuba, mais um pouco eu ia parar no CTI. Invadimos um lual lá de Copacabana, eu conhecia uns caras mas nem convidado eu fui!
Enturmei com os caras e ela solta pela areia, mexendo aquele corpo escultural de me deixar de bobeira!
Ela virou o centro das atenções, todo mundo queria ver, saber de onde veio e com quem tava, mas o olhar dela só mirava em mim. Eu mordia os lábios com malícia enquanto ela rebolava ao som eletrohouse que preenchia o lual.

Eu ficava com tesão só de ver ela dançando! Imaginando ela na minha cama rebolando, mente pervertida do caralho. Eu fui lá e dancei com ela. Chamei ela de louca mas ela ainda sim disse que me queria, meus sentidos estavam fracos, tava quase sendo carregado.
Esperei até ficar bem tarde pra não deixar ela ir pra casa mas no final da noite não teve jeito, ela era minha e desfilava no corredor da minha casa, meia nua meia vestida, fazia suas próprias regras e eu respeitava tudo que vinha dela!

- Se não fosse com você isso tudo me causaria tédio!

- Deus me livre! - ela riu maliciosamente e mordeu os lábios, se embalou no meu corredor, passando as unhas de vermelho na minha parede branca.
E meu zoi avermelhado filmando ela devagar, tudo parecia em câmera lenta, mas aquela noite nada ia ser censurado!

Enrosquei minha mão no cabelo da nuca dela, (mãe, vê se não acorda) encostei ela na parede, vi o seu queixo se juntar a tinta branca da parede, mordi sua orelha e alisei sua bunda, encostei meu corpo no dela e ela riu.

- Me maltrata hoje... - o sussurro foi atendido.

Carreguei ela pra dentro do meu quarto e bati a porta, os dois estavam muito doido, mas ela pediu e eu também queria. Arranquei sua roupa com toques e massagens leves pelo corpo, mordi o bico do peito e queria ouvir o gemido dela. Sem exagero... Mas a noite foi infinita...