PARTE XXIX

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Um brinde à liberdade!

Adivinha quem acordou atrasada pro trabalho? É.

Levantei correndo e vesti qualquer coisa, realmente, qualquer coisa.

- Tá parecendo uma mendiga! - disse meu chefe, eu sorri, tentei parecer, pelo menos, sentimentalmente feliz.

- Vou aceitar como um elogio. Hoje o dia vai ser péssimo!

- Você precisa de whisky! - disse, enchendo um copo de John Walker com gelo e me dando. Eu não neguei, claro.

- Posso trabalhar bebendo? - gargalhei.

- Não se quiser continuar trabalhando aqui. - ele riu também. Terminei de beber e fui pro caixa.

O Alan me olhava como se eu devesse algo pra ele, mas me desfiz dele o tempo todo, se ele quisesse teria que vir falar comigo.

Como era segunda-feira, o restaurante ficava cheio, era o dia dos negócios, muita gente importante almoçava e jantava ali. Eu queria fazer coisas legais, inclusive, terminar minha falcudade de biologia, era o que eu amava, não sei o que eu estava fazendo atrás de um balcão de restaurante. Fala sério!

- Jimmi? - bati na porta - Chefe, tenho que sair mais cedo hoje, dia de faculdade.

- Tudo bem, Ana. Sem problemas.

Sorri e saí. Bati de frente com o Alan.

- A situação já tá ficando chata. - ele me olhou de cima a baixo e fez careta.

- Do que ta falando? - respirei fundo - Não me olha assim!

- De nós, não precisa me evitar. Você tá péssima hoje. - ele riu.

- Não te evitei! Para de mudar de assunto.. - andei pra porta do restaurante, enquanto ele me seguia.

- Posso perguntar uma coisa?

- Claro. - me virei - Seja breve.

- Quer sair comigo de novo? - ele riu, parecia que ele estava rindo da minha cara.

- Te ligo quando me sentir só. - fui em direção ao carro.

- Tomara que seja um dia nublado, com vinho e carência. - ele gargalhou, eu fingi emoção. 

- Nojento! - dei dedo e entrei no carro, rapidamente dando ré e saí cantando os pneus.

Sinceramente, eu não tava com raiva dele, mas, eu odeio todos os homens, até meu pai. Coitado.

Estacionei na rua da faculdade, sai do carro toda atrapalhada, tropeçando no próprio pé, enfiando o salto nos paralelepípedos, desastre total. Entrei na faculdade e todo mundo me olhava com desdém, eu nem ligava, só estava ali por um motivo; terminar esta porra e comprar uma mansão rosa em frente a praia.

Mentira, eu só queria descobrir as sereias primeiro!

Fiquei até o final da aula, acredite se quiser. Sai dali morrendo de fome, fui voando pra casa. Quando eu chego no meu portão adivinha? Daniel sentado na minha calçada, minha não, mas de frente a minha casa. Depois de estacionar o carro, fui até o portão.

- Tá fazendo o que aqui? Tá tarde. - ele se levantou e sorriu.

- Tô com saudades... - ele riu daquele jeito cafajeste que eu odeio.

- O qu....quê? - meio que gaguejei.

- Posso entrar?

- Pra onde, Daniel?

- Ai na sua casa... - ele se aproximou.

- Melhor ir pra sua casa. Cada um tem a sua casa, essa é a minha, escolhe outra pra você. - bati o portão, me virei e fui entrando. Esqueci até do Bob, coitado, nem tem culpa.

- Ana?! - eu ouvia o barulho do Daniel socando as grades do portão. Mas cá entre nós, eu estava adorando fazer isso com ele, mas no fundo eu queria deixar ele entrar, não podia me entregar. - Ana... Por favor, preciso de você.

Ah não, que ódio. Quando usam essas palavras na mesma frase me da um colapso nervoso e daí eu não sei o que fazer, a não ser derreter.

Me virei pro portão.

- Daniel, não faz isso... - murmurei.

- Não fala nada, vem cá e abre o portão. - ele sorriu.

- Você é um idiota. - abri o portão, fiz bico e ele entrou.

Entramos em casa e eu joguei o molho de chaves no canto da mesinha da sala, ali era uma verdadeira bagunça. Ele logo se sentou no sofá.

- Não pode ficar vindo aqui todo dia...- ronronei.

- É que eu adoro você.

- Para de fazer isso! Tenta ficar me conquistando de novo. Puta merda!

- Adoro esse seu jeito... - ele riu, veio até mim lentamente. Eu estava encostada na porta e logo tentei parecer durona.

- Que...que jeito? - fiz bico.

- Acho que eu ainda amo você, Ana. - congelei, se eu fosse um avestruz esse seria um ótimo momento pra enfiar a cabeça num buraco.

Eu não conseguia dizer uma palavra, nada saia da minha boca, apenas suspiros que estremeciam minhas pernas.

"Não Ana! Não se entrega!"

Os dedos quente encontraram minha boca, alisaram meus lábios, eu sentia a respiração dele bem perto do meu ouvido. Me senti sem saída, ele me empurrava contra a parede e meu olhos queriam falar, eu senti minhas bochechas se molharem.

Depois o beijo quente dele se manifestou, eu o agarrei pelos cabelos e puxei-o contra mim, minhas pernas envolveram a cintura dele, ele me segurava, me escorando na parede. Foi um pega pra capar sem fim, eu queria mas não queria. - aliás, já disse isso.

Fomos parar no meu sofá, ele sem camisa e eu sem vergonha na cara! Eu puxava ele pra mim mas ao mesmo tempo o empurrava.

- Daniel... - suspiros e beijos molhados abafavam minha voz - Para...

- Ana, não me peça pra parar... - ele sussurrou no meu ouvido e me deu um puta tesão - Hoje não... Hoje eu quero você completamente nua...

Eu derreti no sofá, devo ter parecido uma geleia, agarrei ele mais forte e o beijei de novo.

- Eu amo você, cara...

- Minha... - ele sorriu - Gostosa!

linda, louca & mimada [1]  - Caroline RaiccoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora