PARTE XI

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Quantas latas de RedBull tu acha que vende numa noite qualquer?

Eu tinha dois número de telefone, um da Clara e outro da Ana mas vai saber qual o nome da doida. Salvei no celular "C/A" mas resolvi não ligar e nem mandar SMS, decidi não ser psicopata.
Cheguei em casa e a Malu tava no meu portão, é uma ex namorada. Eu era apaixonado por ela, mané! Mas aí, a bicha é feia pra caralho, dizem que o amor é cego e eu concordo totalmente.

- Caralho, Malu! Tu de novo? - passei a mão no rosto, demonstrei exaustão.

- É que eu te vi ontem de conversinha com uma menina... Queria saber se já me esqueceu?

- Para de me perseguir. Tá chato, cara. Eu não quero te magoar, to sendo legal, mas se você vier atrás de mim toda vez que eu sair de casa eu vou ter que ser ignorante.

- Aí, Daniel, cala a boca. Eu só acho engraçado. Meninos do seu tipo sempre estragam tudo. - e fez uma careta.

- Tenho 20 anos e sou homem, Malu. Você que me chutou e agora vem atrás? Não faz papel de boba. Para de se envergonhar sozinha... - desviei o olhar e entrei pra casa.

Essa mina é louca, preciso de um padre pra exorcizar ela. Na boa.
Fiquei tranquilão marfuzando o dia todo, sentado na janela do meu quarto. Tinha uma visão maneira, já que eram dois andares, falando assim, nego vai ate imaginar mansão, mas ai oh... É pequeno e apertadinho, mas valeu a pena, comprei pra minha coroa, ela merece. Eu ficava escutando a natureza o dia todo, deixava as horas passarem sem a mínima das preocupações.

Mais tarde, showzin de rap de novo. Adoro o Méier porque sempre embala essas paradas de liberdade, expressão, contracultura e, claro, a verdade.
Esperei dar a hora de sair, me arrumei simples de mais! Camisa azul clara da Vans, minha bermudas larga e caída da WQS, meu antigo tênis verde da Quix, e assim segue em frente.

Desci as escadas, cumprimentei minha mãe, peguei meu boné de cima da estante, era um verde e branco, e fui pra noitada.
Na esquina, encontrei com o Jean, saímos de Nikit juntos.
No caminho, adivinha? Bastante cachaça, não tô falando de vodka e redbull, tô falando de cachaçaaaaaa! 51, 81, pinga direto, as vezes eu variava pra um whisky cheiroso.

Jean é um louco e nunca se fixa em lugar só. A cantareira canta o louco se locomove! Curti as rimas e as batalhas que tiveram, era uma roda de contracultura então tinha uma parede onde qualquer um pixava, era pintada de dois em dois meses e nesse ritmo eu sempre deixava minha letra ali.

E por sinal, adivinha quem aparecia e sumia do nada? É, ela mesma. Ela dançava um pouco, não me viu, ou talvez sim, quero dizer, nem lembro... Mas eu vi ela, e cada mexida que ela dava nas danças.
Não querendo me gabar, mas toda a mina que chegava em mim era apaixonada por minhas tatuagens, eu já tinha perdido as contas de quantas eu tinha, desconhecia o meu próprio corpo, mas, tenho noção de cada significado delas.

Como eu disse, a Malu e as amigas dela me perseguiam pra todo lugar! Onde eu ia sempre tinha uma amiga dela ou ela mesma, cara... Eu devo ter tacado lasanha na cruz, Deus que me livre!
Não tive mais nenhum sinal da linda da noite passada, talvez ela nem fosse de verdade, talvez ela nem fosse daqui e na pior das hipóteses, talvez ela fosse casada! Pois é, nada é perfeito. Com exceção de mim, claro.
Depois de 3 horas da madrugada, eu cansado de beber, sem o Jean - no mínimo devia ter agarrado uma sem noção igual a ele e partido pro outro show de rap que rolava por ai - , sem ninguém, me afastei tri-bêbado da roda contracultural.
De repente me saí quem? A linda! E pelo visto ia sair sozinho de novo por ai.

- Ou... - ela se virou e sorriu - Simpatizei com você, não vou te deixar ir sem te proporcionar algo maneiro...

Insisti pra que me acompanhasse e consegui, levei ela lá pra onde eu morava.

BEM VINDA A NITERÓI

linda, louca & mimada [1]  - Caroline RaiccoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora