PARTE XXIV

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Batom na boca, maquiada nos cílios mas se vacilar ela puxa o gatilho.

Nota da autora: Problemas com o whattpad! Desculpem, mas os capítulos vão demorar a sair. :(

Eu fiz 18,19,20,21,22 e finalmente 23!

Nos meus 19 anos eu tinha esquecido tudo o que vivi no passado, comprei minha casa e passei a morar sozinha, visitava meus pais aos domingos, quando eu não estava de ressaca. A melhor idade foi aos 19, tudo era perfeito, iniciando minha faculdade de bióloga e comecei a trabalhar num restaurante, eu tinha meu dinheiro e isso era maravilhoso!

Estudos científicos pra saber o que eu quero. Não ligo mais pra nada, já sei o que eu quero, já sei como chegar. Faz mais de anos que não vejo Daniel, fiz um favor de deletá-lo. Assim que ele quis, assim será. Já tô quase me formando na faculdade, 23 anos de pura responsa.

Meu pai decidiu escolher meu bem-estar, estamos melhor desde que Daniel sumiu, eu queria pelo menos agradecer!

Desde o ocorrido nunca mais me apaixonei e taquei o foda-se! Meu próprio dinheiro, meu carro e minha casa, minhas contas de luz e de água, agora eu mando na minha vida.

Eu quero um copo e um cigarro, pra esquecer todo o meu ódio. Mas não me revoltei e não perdi a razão e nem abaixei a cabeça.

Era uma sexta-feira nublada, eu estava voltando do trabalho. Parada de frente ao meu portão, abri a bolsa e tirei a chave, enfiei na maçaneta e abri. Soltei meu cachorro, Bob, era um Dálmata, coloquei comida e água pra ele. Entrei em casa, acendi a luz, larguei a bolsa em cima do sofá, tirei o salto e joguei no canto da sala.

Fui subindo as escadas tirando a blusa, indo em direção do banheiro, pendurei a blusa e a calça no ferro do banheiro. Tirei as roupas íntimas e caí no chuveiro, lavei o cabelo pra sair cheirosa, cabelo fedendo a suor é bad.

Tinha marcado uma saideira de sexta com a Clara. Mudamos muito depois da adolescência, estávamos mais madura e sentavamos em bares como mulheres independentes e fortes, mostrando e exalando totalmente como éramos feministas.

Vesti um vestido curto, até as coxas, era colado nos seios e na cintura era soltinho, era branco com rosas vermelhas, atrás trançado; calcei uma rasteirinha preta que tampava a maior parte do pé, peguei uma bolsa de lado coloquei o cel, dinheiro, carteira e as chaves.

E saí naturalmente, deixei o Bob solto.

Tirei meu carro da garagem e fui, provavelmente a Clara já estava me esperando lá.

- Opa, cheguei! - no bar tocava uma música gostosa de se ouvir, alta e meio bossa nova.

- Vou pedir o chopp! - ela levantou a mão e sussurrou no ouvido do garçom e eu ri.

- Sem perder a manha, né? - gargalhamos. Depois de falar sem parar, o chopp chegou, bebemos incessantemente e as vezes acendiamos uns cigarros.

- Você não parece ter perdido a tua!

E começamos a falar, conversamos sobre tantas coisas que eu nem me lembro mais.

- E o Daniel?

- Quem?

- Para, cara. Você sabe... - Clara riu.

- Tá legal. Você tem razão, não tenho que ter ódio dele. Ele seguiu os sonhos dele.

- É, e você os seus. Não tem nada de errado... Né?

- É! - eu sorri.

E as horas se passaram e o bar cada vez mais cheio, muitos caras chegavam na gente e na boa? Nenhum me interessava!

Eu tinha desistido dessa palhaçada de achar a alma gêmea. Quer saber quem é minha alma gêmea? A Clara, só ela me aturava, me levava pra beber, fuma comigo e ainda topa minhas noites de pijama modo depressão.

Depois de muitos chopps mas  consciente, fui pra casa à 20 km/h, numa lerdeza espetacular. Não passei por cima de ninguém e nem bati. Coloquei o carro na garagem, entrei e capotei na cama direto.

Tive um pesadelo que o Daniel voltaria, que merda. Tanto tempo e eu ainda tenho o desprazer de pensar nele.

linda, louca & mimada [1]  - Caroline RaiccoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora