PARTE VII

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3 da matina, outra dose por favor!

Sentada no banquinho da praça, esperando o Daniel aparecer. Jurei a mim mesma que se ele não aparecesse na hora marcada não iria mais vê-lo.

- Que tal Cuba Libre? - sussurrou no pé do meu ouvido e meus arrepios voltaram a fazer parte de toda a dança.

- Rivotril com RedBull que dá asas pras minhas fantasias. - sorri.

E eu acho que tornei aquele momento tão assustador e totalmente drogado.

- Então, escuta essa... - ele respirou fundo - Noitada de hiphop, samba, funk molov, influência de Woodstock, sente só a sensação de tá com a gata no love, fazendo o que é hobby, 22 no 69 pra admirar a visão. - gargalhei alto e bati de leve no braço dele.

- Então isso tudo é um hobby? - fingi estar surpresa. - Não acredito que estava sendo enganada! - gargalhei de novo.

- Daniel. Ame-o ou deixe-o.

- Faz sentido! - sorri e abracei ele.

- Faremos o que?

- Por mim seria gratificante estar com você em qualquer lugar... - idiota. Olha eu ficando gamada.

- Lual?

- Vodka?

- Claro.

- Já é. - sorri e agarrei no braço dele.

Dali pra frente foi só doideira, até chegarmos na praia de Copacabana o Daniel dançou com tanta gente no meio da rua, acho que ele nem lembra. Eu já estava meio bêbada, Cuba Libre é forte.
Parados na orla de Copacabana, ouvindo o som de eletrohouse eu fiquei dançante, a música que era agitada ficou sensual comigo dançando.

O olhar dele era totalmente meu, entre meus giros e sorrisos eu via ele se perder. Admirando o que, talvez, nunca tenha encontrado.
Embalei ele nos meus balanços e o sorriso era evidente, olhar diferente, me queria perto mas ao mesmo tempo longe, no fundo se escondia mas por fora me adorava. Eu sem saber onde me esconder, me entreguei num beijo quente e ardente sem querer.
Afastei o corpo sorridente e ele sério me olhando. Tava tocando aquela música do Bruno Mars Beautiful Girls e eu só conseguia cantar a parte do refrão.

E ele sussurrou: - Baby, você é um pacote completo!

Eu sabia que era a letra da música e eu ria mais ainda, não forçada mas de felicidade alheia, sorrindo atoa por pequenos detalhes, me vi em uma situação tão diferente que nem eu me reconhecia!
Apertei o passo e fui correndo pra areia e ele vinha atrás de mim gritando que "ia me pegar". Senti um impulso tão forte por trás e caí, rolando na areia e gargalhando, ele caiu por cima de mim.

- Já pensou se eu estiver apaixonado? Meu coração tá batendo mais forte.

- Tomara que seja ataque cardíaco, já pensou se é amor?!

Ele riu e se levantou, eu também. Andamos igual gente (não, igual bêbados) até o pessoal do Lual, era tudo muito convidativo e alegre, garotas dançavam hula-hula, havia tochas com fogo cravadas na areia. Muita bebida e música bem alta. Ali era tudo de bom, não me privei nenhum pouco, onde eu estava queria ser dançante, demonstrar minha alegria na forma de dança.

E foi o que eu fiz.

Desenrolei o casaco da cintura e meus pés cravados na areia me mostravam segurança, o vento parecia ir no meu embalo junto das areias. O som do mar quebrando me trazia boas recordações e eu não parava de me mexer.
De longe eu avistava cada passo do Daniel, cada olhar e cada piscar de olho. Aquele sorriso ainda ia me levar facilmente à loucura...

- Você é uma louca... - suas mãos quentes encontraram minha cintura e o corpo dele dançou no ritmo doido junto comigo.

- Quero ser... Hoje.

- Uma louca que odeia loucos! - ele sorriu

- Loucos eu odeio...mas louco? Eu quero um só pra mim. - ele afundou a boca no meu pescoço, eu me arrepiei mas logo o empurrei e voltei a dançar afastada.

- Você escapa de cada furada, Ana. Sem mim faria o que hoje?

- Provavelmente estaria bêbada em outro lugar! - gargalhamos juntos.

E assim eu fechei minha noite.

Agitada

Calorosa

Gratificante

Carinhosa

Mas no final das contas, fui parar na cama dele de novo.

linda, louca & mimada [1]  - Caroline RaiccoWhere stories live. Discover now