PARTE XXIII

3.3K 177 2
                                    

E o magrin se emociona por que me dói te libertar, mas tu não ia conseguir me acompanhar...

Sentado na poltrona do avião, diante da janela, olhei pra fora da janela e senti o coração acelerar, janelas me lembravam muitas coisas. Ri sozinho no avião e quando olhei pro lado o velho me encarava.

- Difícil viajar né? - eu não entendi nada.

- Não... Claro que não. - fiz bico - Difícil é deixar quem amamos pra trás.

- Ela sabe? - esse véi lê mentes?

- Não, temos bastante problemas.

- Se ela te amar vai te esperar. - ele sorriu e eu também. - Boa sorte, meu jovem.

- Obrigado! Vou precisar.

E seguimos a viagem, eu dormia e acordava toda hora, eu sonhava com a Ana toda vez que pregava os olhos. Ela era linda até nos sonhos... Impressionante.

Depois de horas, quando aterrizei, liguei o celular.

16 chamadas perdidas da Ana!

- Caralho, Daniel... Você tem cada idéia, já que tá aqui, segue em frente. - sussurei pra mim mesmo.

Me hospedei num hotel de frente pro mar, de noite quando eu ia deitar eu ouvia as ondas baterem nas pedras e as ondas me traziam lembranças. Ali tudo me lembrava o que eu queria esquecer...

E se passaram 7 anos e eu lá. 27 no páreo, rap, pivete sábio.

Eu ia voltar pro Erre Jota empregado, - pode rir - melhor parada que já firmei na minha vida.

Éramos eu e mais 7 moleques, uns foram em busca de seguir carreira no surf, outros estavam no rap comigo e outros nem sei pra que foram.
Fazíamos vários Luais, era muito bom. Eu não preocupava com nada.
Se passou bastante tempo desde a última vez lá no Rio, eu já superei muita coisa, não guardei mágoas, só felicidade.

Eu aprendi a fazer muita coisa aqui no Hawaii, especialidade numa fábrica de prancha de surf, daí me interessei bastante pelo assunto e pelo esporte, tanto que pratiquei e aprendi algumas coisas. Era um sábado qualquer, eu peguei a prancha que eu mesmo fiz e sai do hotel, só tive o trabalho de atravessar a rua, fiquei nas pedras olhando o mar.

- Fala aí, Jota! - era o Ruan, um dos surfistas, saiu da água e sentou do meu lado.

- Qual é? - sorri.

- A gente vai pra uma Ilha amanhã, um passei de barco do pai do Peixoto. Topa?

Resumindo, Peixoto é morador do Hawaii o pai dele é um rico mesquinha enquanto o filho não tá nem ai pra dinheiro. Ele é super maneiro e bem considerado.

- Claro! Fechado.

Eu ia mesmo, não tinha nada pra perder e nem a ganhar, só queria curtir. Aliás, 7 anos não são 7 dias.

Depois de passar horas na água, treinando as manobras ridículas que eu caia mais do que levantava na prancha.

- Assim não vai conseguir nada, gato.

Me virei e sorri, era uma gatinha... Cabelo loiro de parafina, brasileira, top!

- Novato nisso, é o que dá. - ela sorriu.

- Você tem cara de quem aprende bem rápido.

Eu já tinha dado uns beijos por aqui e sem duvidas, eu queria muito beijar essa loira aqui.

Eu não troquei número de celular, muito menos endereço, acho que ela compreendeu.

Fui pro hotel, tomei um banho. Eu dividia meu quarto com o Marlon, era um rimador NATO de rap, mais conhecido como Morcego.

Sai do banho e barguei na cama, ansioso pro passeio amanhã.

Acordei com o Marlon, Ruan, Brunin e Alan me tacando travesseiro.

- Qual é, molecada... São sete da manhã!

- Caralho, Jota! A gente vai voltar pro RJ, moleque! - Brunin falou gritando, levantei da cama todo assustado e sem acreditar comecei a gargalhar alto, de pura felicidade.

O Ruan abriu o frigobar e estourou um champanhe, todo mundo rindo e curtindo, eu comecei a pular sem fim da minha cama pra cama do Marlon. Tava maior barulhada, acho que acordamos geral do hotel!

De repente, a porta do quarto abriu e era o Michael, na hora todo mundo brochou.

- QUE PORRA É ESSA?! SETE DA MANHÃ, VOCÊS BRINDANDO CHAMPANHE?! - eu fiquei paradão encima da cama, segurando meu travesseiro, desci devagar, todo sem graça. Ruan só faltou engolir o champanhe.

- Foi mal, Michael... - rosnou o Marlon, baixinho.

- FIZERAM ESSA PORRA TODA, ESSE "CAFÉ DA MANHÃ" E NEM ME CHAMARAM? - ele abriu um sorriso e começou a gargalhar, entrou no quarto e bateu a porta.

- Ufa, me assustou, cara! - ronronei e ri passando a mão no cabelo.

E começou tudo de novo, champanhe, travesseiro e som ligado alto pra caralho!

linda, louca & mimada [1]  - Caroline RaiccoWo Geschichten leben. Entdecke jetzt