- Eu te apoio, querida. Amo você... Beijos, me mantenha alerta.

- Amo você também, se cuida, manda um beijo pro velho.

Saudades da minha mãe, da comidinha dela e do aconchego que eu recebia... Bons tempos.

Fiquei no caixa como sempre, rotina tortura. Hoje não era dia de faculdade, então eu ia direto pra casa, parecia que a Clara tinha me esquecido, mas eu a entendia e ela também me entendia. Ela tinha o Júlio e eu o Daniel, era tudo perfeito, sem problemas. Inclusive, era muito estranho tudo isso.

Quando sai do restaurante o Daniel estava escorado no meu carro, eu ri.

- Veio me buscar?

- Na verdade eu to de ônibus... - ele riu e abaixou o olhar.

- Adoro você mesmo assim... - agarrei ele pelo pescoço e dei um beijinho.

- O café da manhã tava bom de mais.

- Você saiu da minha casa agora? - olhei surpresa.

- É. Dei banho no Bob, levei ele pra passear e arrumamos umas namoradas.

- Fala sério! - sorri.

- Ganhei um número de celular de uma tal de Vanessa... - fiz bico.

- Vanessa sabe que você me ama? - sorri de lado.

- Vou contar pra ela... - ele me abraçou e me beijou. Ficamos ali um tempo. - Ana, quer jantar comigo hoje? - ele sorriu.

- Aham, quero... Quero muito. - sorri mais ainda.

E abriu a porta do carro pra mim.

- Que tal você ir dirigindo? - dei a chaves na mão dele e fui pro carona.

Ele não falou nada, nem precisava, ele era um péssimo motorista, mas tá legal, eu não quis estragar nada, então fiquei quieta. Ele estacionou meio em cima da calçada e meio na rua, uma média de 3, se fosse no aula prática de direção ele não passava.

Sai do carro, carregando minhas coisas. Ele desligou o carro e veio atrás de mim, Bob ficou feliz em vê-lo, eu fiquei feliz em saber que tudo estava em harmônia. Daniel ligou a TV e por ali ficou, eu fui pra cozinha beber suco.

- Ou... - ele me chamou, eu me virei. - Vou pra casa me arrumar, te espero no mesmo restaurante que fomos com seus pais. - eu sorri e concordei.

E ele se foi, partiu meu coração pela distância, eu sabia que ele voltaria mas doeu mesmo assim. Subi pro quarto, troquei de roupa mil vezes ate decidir a melhor, decidi que iria surpreender. - ou não.

Vesti um vestido branco, usei até meia-calça, um salto vermelho de camurça, uma maquiagem não tão exagerada, eu só fiz isso porque precisava me sentir bem pra ele.

Deixei ração pro Bob e sai com o carro. Liguei o som, ouvindo Oriente fui me inspirando pra seguir a diante com o Daniel, iriamos tomar um passo severo no que tínhamos.

Estacionei o carro do outro lado da rua, quando desci o porteiro já me olhou com maldade.

- Boa noite, princesa. - ele sorriu pra mim, eu sorri de volta. - Fique a vontade. - e ai que a Ana surgiu.

- Vai pra porra. - sorri meigamente, ele nem pareceu bravo, acho que ele ficou tão hipnotizado que nem me ouviu.

Entrei e sentei numa mesinha qualquer, perto da janela, claro. Pedi um vinho suave pra beber enquanto aguardava o Daniel. Fiquei imaginado como seria dali pra frente e as vezes me pegava sorrindo atoa, sozinha naquela mesa, no canto de tudo.

Esperei horas pelo Daniel, já estava ficando desanimada, eu sentia uma sensação estranha. Abaixei a cabeça na mesa. Já não tinha quase mais ninguém no restaurante.

- Oi...? - levantei o olhar e era o porteiro. Até que era fofo, não era velho, menos mal.

- Oi... - limpei as poucas lágrimas que escorriam.

- Posso me sentar?

- Depende. Se me trazer o que eu preciso...

- Você precisa de companhia, vim aqui pra lhe oferecer isso. - ele sorriu e se sentou.

Ficamos conversando até o restaurante fechar, ele era um fofo e um perfeito cavalheiro, se era só fase que não passasse nunca. No final, ele me levou até meu carro e não tentou me beijar, ainda bem. Tem uns caras caras que são apressados demais, uma noite e já querem carregar até pra cama.

Fui pra casa com uma cara única de cu, mas tá legal, superei anos sem ele, por que não superaria uma noite?

linda, louca & mimada [1]  - Caroline RaiccoWhere stories live. Discover now