E eu sem mais nem menos falei:

- Me dá essa ponta aqui, pior que tá não fica. - ri e puxei a Mary Jane.
Na hora, veio a tosse forte por causa da fumaça pesada e escura. - Forteeeeeee... - falei armagamente.

- Marola... - ela disse rindo alto, gargalhando com a mão na barriga.

De repente, fitei de longe o Daniel saindo da água. Na hora levantei e a Clara me segurou.

- Calma... Ele vai te ver.

Eu queria tentar disfarçar mas não consegui, levantei e fui comprar uma água de coco.

- Ana? - olhei pra trás já rindo e ele também.

- Daniel! - agarrei ele pelo pescoço. - Meu pai não quer mais que eu te veja... - falei ofegante.

- Desculpa, estraguei tudo.

- Não...não! Não pensa assim. - agarrei o rosto dele pelas laterais e virei os olhos dele pra mim. - Eu tô disposta a qualquer coisa por você Daniel... É só você me provar que também esta disposto por mim.

Ele se afastou com uma cara de assustado, se virou e saiu andando, eu não entendi nada, fiquei lá paradona no meio da praia. Ele correu mais pra frente, eu me senti uma palhaça, e eu só pude ouvir seu grito:

- ANA, EU TE AMO!

Ele gritou pra praia inteira? Me senti pequenininha e comecei a rir sem graça, ele voltou correndo me agarrando e todo mundo olhando.

- Por você, tô disposto a qualquer coisa também. - e sorriu coladinho com a minha boca, eu só consegui beijar ele incansávelmente.

Depois de um longo beijo, ele se afastou e sorriu.

- Não me olha assim... - gargalhei.

- Eu trago perigo no olhar e ela tá se ligando.

Ele se desculpou e acabou indo embora, eu não queria que ele fosse, avisei que estava na casa da Clara e que tinha saído de casa, ele ficou assutado e disse que ia me ver sempre que conseguisse.
Voltei pra de baixo da guarda-sol.

- Fala ai, gamada! Não perde a chance, que lindo. - eu ri sem graça e empurrei ela pelo braço.

- Paraaaaaaa... Mudando de assunto, não sei se vai dar pra mim sair contigo hoje, amanhã tenho aula.

- Ah, pode crer, tu fica em casa de boa sozinha?

- Se tiver comida nem acordo sua mãe!

- Ótimo! - ela riu alto e eu também.

Clara quando bebe também beija mulher, teve uma época que eu até fiquei afim dela! Mas não convém ao caso...
Depois de assistir o Sol se esconder no horizonte, e eu me lembrar do Daniel fácil, fomos embora.
Assim que eu cheguei tomei um banho largado e demorado, depois deitei na cama cansadona e ardendo de sol. Clara entrou no banheiro e demorou tanto que eu apaguei.

Acordei desesperada, sentindo um frio louco que entrava pela janela aberta, já de noite, com as luzes apagadas, a Clara já devia ter ido. Levantei e fechei a janela, cocei os olhos e me deitei novamente.

Peguei o cel e mandei uma SMS.

- Dani... Podíamos se ver agora, atravessaria Niterói por mim? Kkkkk

Nossa, que idiota, Ana!

- Opa, por você? Atravesso até a Lua!

Forçou, mas mesmo assim me senti especial.
Eu abracei o celular como se fosse minha vida, sorrindo, tirei o cobertor e sentei na cama ansiosa pra chegada dele.
Ouvi uns barulhos na janela e tomei um susto, me encolhi na cama, e os barulhos continuavam, levantei devagar e abri a janela, olhei pra baixo.

- Psiu, oi... - vi o sorriso embaixo da árvore.

- Tô descendo... - sussurrei.

Desci correndo, até escorreguei na escada e ri sozinha. Abri a porta dos fundos e saí por lá.

- Tá fazendo o que de pijama?

- Eu tava deitada...

- Deita comigo!

- Mas não é a minha casa...

- Então vamos pra minha. - eu ri, nem sabia o que falar. Prendi os lábios um no outro.

Sem dizer uma palavra eu fui no quarto da Clara, vesti um short e uma camisa de frio, calcei o chinelo, coloquei tinha toquinha, escrevi um bilhete:

Clara, no Daniel, me liga se precisar, volto pela tarde...bjs

Ana.

Desci as escadas e quando fui ver eu já estava de mãos dadas andando na mesma direção que ele.

linda, louca & mimada [1]  - Caroline RaiccoWhere stories live. Discover now