Acasos do Destino (Concluída)

Capitulo 27

Juliana POV

Fomos caminhando até o quiosque que ficava bem perto da onde eu morava, estávamos conversando sobre coisas aleatórias, nada demais.

Chegamos no lugar e era bem receptivo, ficava de frente para a praia e era na mesma direção que era o meu condomínio, sò precisava andar reto.

Sentamos em uma mesa que ficava de frente para a rua e olhamos o cardápio.

- Vai me acompanhar na cerveja?.- Ele tirou os olhos do papel e me olhou.

Me mexi desconfortável, eu queria muito, muito mesmo, ja estava em abstinência.- Não.... Eu não posso beber.- Resisti.

- Por que não?.- Me olhou como quem tentasse entender.

- Eu tive problemas com a bebida.- Cocei a cabeça.- Eu acho que vou de suco mesmo.

- Tudo bem.- Sorriu. Ele chamou o garçom com a mão e o mesmo veio. Caio pediu cerveja e eu fui de suco de laranja.- Mais me diz como anda a sua carreira? Eu ja te vi em altidor pela cidade, e já te vi na televisão também.

- Difícil, eu nem sei te dizer, muitas coisas aconteceram ao decorrer do tempo! Eu estou em uma fase de pós estafa.- Fiz uma careta.

- Me conta, eu quero saber de tudo.- Passou o dedo no meu nariz e eu ri.

- Tudo bem! Bom, quando nos separamos eu desisti de fazer faculdade de moda, resolvi ser modelo! Eu e a minha mãe fomos em uma agência de modelos e eu fiz um book. Fui chamada para trabalhar na agência logo depois. No começo eu so fazia alguns catálogos, mais depois fui crescendo, na verdade foi bem rápido. Fiz o meu primeiro desfile e não parei mais, e ai a fama bateu na minha porta quando fiz um comecial de sucesso, mais não sou tão famosa assim.- Rimos.- Eu sou mais uma subcelebridade, as pessoas me param na rua bem pouco mais é isso.- O garçom chegou e entregou nossas bebidas.

- Mais e a parte de que você teve problemas com a bebida?.- Tomou um gole de sua cerveja.

- Bom, a pouco mais de um ano fui diagnosticada por um médico que parcecia ser mais louco que eu, com depressão e síndrome do pânico.- Ele fez uma cara de espanto.- Eu me descontrolei quando ele me disse isso, e comecei a beber descontroladamente, ir a festas e até usei drogas!.- Bebi o meu suco.

- Nossa Ju, que barra! Deve estar sendo difícil pra você.

- Está sim! Mais sinto que agora, finalmente, eu estou conseguindo superar isso.- Sorri.- Mais me conta de você?. Ele me contou tudo que aconteceu desde que nos separamos, me contou que se formou em direito ambiental e que morava perto da onde eu morava.- Você tem notícias da Olivia e da Renata?

- Ah, tenho sim.- Sorriu largo.- A Renata é advogada como eu, so que criminalista e a Olivia é enfermeira, ela mora nos Estados Unidos e casou com um americano, tem até uma filha chama Ana! E ela está no Brasil passando as férias, não nos vemos mais somos amigos virtuais.

- Nossa, que demais. Vocês fizeram parte de uma época muito feliz da minha vida.

- Podemos marcar para sair! Você lembra daquele karaokê que agente sempre ia depois da escola e que fomos quando nos formamos?

- Lógico que eu lembro! Agente so saia de la no lixo! Ja sem voz e a minha mãe sempre queria me matar.- Rimos.

- Então, podemos marcar de ir lá, como nos velhos tempos.

- Sim, seria ótimo.

Ficamos conversando mais um tempo, dançamos e nos divertimos bastante, mais eu ja estava cansada então decidi ir para casa, e também estava tarde.

Fomos a pé pelas ruas de Ipanema, ele queria me deixar na porta.

- Está entregue.- Falou quando chegamos em meu condomínio.

- Sim! Muito obrigado pela noite, eu adorei.- O abracei e lhe dei um beijo no rosto.

- Não vai rolar nem um beijo?.- Fez cara de cachorro abandonado.

- Não! Agente ja ficou na praia, foi bom! Mais Caio....Eu amo outra pessoa, e não vai ser justo com ele e nem com você. Você é maravilhoso.- Me aproximei e segurei em suas mãos.- Mais não é para mim. Eu tenho certeza que você vai encontrar alguém que te ama de verdade. Podemos ser amigos?

Ele suspirou e deu um sorriso de leve.- Tudo bem, eu só quero que você seja feliz, por mais que não seja comigo! Você merece.- Me deu um beijo no rosto.- E vamos marcar de sair, eu, você a Renata e a Olivia, vou falar com elas.

- Nossa, vai ser demais.- Rimos.

Nos despedimos e eu subi para casa.

Entrei em meu apartamento e fechei a porta, fui para a cozinha e bebi pouco de agua. Pensei em toda a minha noite e em tudo , no geral. Eu gosto do Caio, mais era o Nicolas que eu amava.

(DIA SEGUINTE)...

Abri os olhos, levantei e fui abrir as cortinas, o tempo bipolar do Rio naquele dia estava nublado. Fui para o banheiro e fiz a minha higiene matinal, depois desci para tomar café. A Magali havia trabalhado a semana toda em minha casa, então ela que fazia as refeições, café da manhã, almoço tudo. Só que ela não estava la, então lembrei de Nicolas e que todas as manhãs ele fazia o nosso café. Sempre estava sem camisa so de cueca, os cabelos bagunçados, o rosto amassado devido a noite de sono. Bateu uma saudade imensa, daquele menino carinhoso, a minha vontade era de sair correndo e ir atrás dele, mais o orgulho ja havia tomado conta de mim.

Terminei o meu café e fui para a sala assistir ao jornal, aparentemente eu estava bem, não me sentia vazia como sempre, eu estava em paz, mais me sentia um pouco vazia.

Avistei alguns papéis arrumados em cima da mesa de sentro e peguei os mesmos, me lembrando que eles eram da Marcela. Comecei a ler e alguns eram os contratos, das marcas, lembrei até que eu tinha que conversa com eles e falar que eu tinha demitido à Marcela. Mais dois papéis me chamaram a atenção.

- Que merda é essa?.- Eram papéis que diziam que eu passava tudo que estava em meu nome para o nome dela, e o outro era um papel de contrato, que dizia que se eu quebrasse o mesmo eu teria que pagar uma multa gigantesca.- Ela ia me fazer assinar essas coisas sem eu saber?.- Falei comigo mesma. Rapidamente um estalo surgiu em minha cabeça e eu lembrei da conta conjunta que eu tinha com ela.- Merda! Merda! Merda!

Me levantei e sai correndo para me arrumar, eu tinha que ver o rombo gigante que ela provavelmente tinha deixado em minha conta.