Capitulo 1

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Juliana POV

Hoje é um dia muito especial para mim: meu aniversário. Geralmente nessa data eu viajo para a casa dos meus país, em Utah nos Estados Unidos. Minha mãe gosta muito da natureza e o meu pai de tranquilidade (ele é pintor) e aqui na cidade grande o que não existe é tranquilidade e uma natureza boa e explícita, então a cinco anos atrás eles decidiram ir embora, eu apoiei a decisão deles mais sinto muita falta de ambos, do carinho, do colo, do ombro, de chorar com a minha mãe quando os problemas me sufocam. Mais de alguma forma aprendi a lidar com isso.

Resolvi comemorar meu aniversário com uma festa de arromba, na melhor boate do Rio de Janeiro, convidei a imprensa e muitos famosos, esta festa promete. Em todos esses anos de sucesso como modelo eu nunca fiz uma festa tão grande, e também nunca tive animo pra isso, já que a um ano atrás fui diagnosticada com depressão e síndrome do pânico, devido ao assédio dos paparazzis e a um quase sequestro que sofri por conta da minha exposição, e também por todo o estresse que eu passo por causa da minha agenda lotada.

A minha vida se resume a isso: trabalhos, presenças vip, paparazzis, fama, dinheiro (muito), viagens e pouco tempo para descanço, o que sobra é a depressão, por que nada disso trás felicidade, e a maior felicidade estão nas coisas simples, que são as únicas que eu não tenho.

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- Juliana, você ainda está assim? - a minha empresária Marcela diz enquanto entra na sala, aonde eu estou jogada no enorme sofá branco com uma taça de vinho na mão, em pleno as oito horas da manhã. - Você tem que se arrumar. - suspira e tira a taça de vinho da minha mão, sentando-se ao meu lado. Continuo a olhar para o nada. - Você tem fotos pra fazer, e sua festa para ir à noite.- eu continuo olhando para o nada.- Você foi pro seu psicólogo ontem?

- Não. - me pronunciei pela primeira vez. - Vai pro inferno, Marcela. - levanto do sofá e vou andando até a cozinha, abro a geladeira, pego uma garrafa de leite e começo a beber despreocupadamente. Marcela vem atrás de mim.

- Juliana, fala comigo direito. - me repreende.

A olho e lanço um sorriso debochado.

- Vai pro inferno, e aproveita e vai pra puta que pariu. - larguo a garrafa de leite em cima da bancada e subo para o meu quarto, quando entro vou até o banheiro e começo a me despir. Marcela mais uma vez vem atrás de mim.

- Juliana, CRESÇA. - grita a última palavra, encostada na porta do banheiro. - Você tem meia hora pra se arrumar, estou te esperando na sala.- diz e sai batendo à porta.

Respirei fundo e obedeci, afinal, eu não tinha escolha mesmo.

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A sessão de fotos ocorreu bem, quando sai do estúdio eram cinco horas da tarde, fui direto para casa e chamei o meu cabeleireiro e o meu maquiador, eles chegaram às seis e a festa iria começar meia noite e rolar durante a madrugada inteira. Eu ia beber até cair. Mentira.

- Aí cacete. - reclamei. Meu cabeleireiro estava finalizando meu cabelo, e o meu maquiador ia começar com o reboco em meu rosto. Não que eu precisasse de um reboco, mais uma boa maquiagem é sempre bem vinda para tapar minhas olheiras das noites não dormidas.

- Calma, baby. - falou. - Parece até que tem medo de prancha.

- Eu não tenho medo de prancha, mais sim da pessoa que está passando ela. - rimos.

O Marcin é o meu melhor amigo, e gay, eu adoro isso por que assim eu posso desabafar sem correr o risco dele querer me comer no final das contas.

Finalizamos o cabelo e a maquiagem, eu vesti o meu vestido dourado cheio de pedras que me custaram uma fortuna, mais não me importei com o preço, queria arrasar, muita gente da sociedade rica e carioca estaria lá, não que eu ligasse para isso, mais a Marcela me disse que eu tinha que fingir que ligo.

O meu motorista comprou uma Mercedes benz, com o meu dinheiro, é claro, para me levar para a festa. O caminho foi tranquilo e as ruas estavam livres já que era um pouco mais de meia noite.

Chegamos na boate onde seria a minha festa, sai do carro recebendo uma chuva de flashes. Sorri para as câmeras, fiz as minhas melhores poses e entrei, confesso que esses flashes me dão um pouco de desespero mais estou conseguindo lidar melhor com isso depois das últimas sessões com a pisicologa.

A festa estava linda e incrível, quem organizou tudo foi a Marcela e confesso que ela estava de parabéns, o buffe, os garçons, o dj, a decoração, tudo estava impecável e em ordem. Comprimentei alguns famosos e convidados, subi no palco e dei início a festa.

(TRÊS HORAS DEPOIS)...

Eu ja havia bebido bastante, dançado, conversado, comido, agora eu estava sentada no sofá de um dos camarins da boate por que passei mal misturando energético com bebida e jogando guela a baixo, sei que não me faz muito bem, mas sou teimosa, sabe?

- Juliana, você não tem juízo mesmo.- Marcela me repreende. Ela está sentada no pequeno sofá junto comigo, depois de ter segurado meu cabelo enquanto eu vomitava. Para a falar a verdade as vezes acho ela chata pra caralho.

- Marcela, eu estou bem. - respiro fundo. Na verdade eu não estou.

- Vou pedir pra um garçom trazer água com gás pra lavar o seu intestino, enquanto eu acalmo as pessoas lá fora. - diz se levantando e dá uma última olhada para mim antes de sair.

Eu ri assim que me vi sozinha. Fala sério, ninguém estava realmente preocupado comigo, só fingiam estar, era o que esse povo fazia de melhor, fingir.

Alguns minutos depois, parei de rir com amargura e foi nesse momento que bateram na porta e eu suspirei antes de mandar a pessoa entrar. Era o garçom com a água com gás.

- A dona Marcela me pediu para entregar água com gás para a senhora. - me estendeu a garrafa de água e eu peguei a abrindo rápido, em seguida tomando. Era ruim pra porra, mais sempre me faz bem nesses momentos. - A senhora está melhor?. - ele pergunta.

Percebendo que não havia olhado para o coitado, levantei minha cabeça pela primeira vez e o encarei.

Ele era absurdamente lindo, ainda mais com aquela roupa de garçom. Era alto, claro, cabelos arrepiados e uma barba por fazer muito sexy. O mais lindo de tudo era aquele oceano profundo do azul de seus olhos. Ele tinha um olhar sereno, mais estava preocupado.

- Estou sim. - sorrio. - Não se preocupe. Olha, tem uma coisa que você pode fazer por mim. - sorrio docemente.

- O que?

- Me levar desse inferno.

Acasos do Destino (Concluída)Where stories live. Discover now