Capítulo Trinta e Dois

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O arqueiro acenou com a cabeça e colocou-se esforçadamente sobre as pernas.

– Estarei esperando do lado de fora – assim, arrastou-se para o exterior da casa, e no andar superior, encontrou Kaleb. Se contentou em fazer um sinal com a cabeça para o filho do sol, mostrando que não havia nenhum avanço.

– Ela ficará bem – Kaleb afirmou. – Sinto isso.

A resposta do ladrão foi o silêncio. Tantas coisas atormentavam seus pensamentos que preferia nada dizer. Seguiu para a parede e encostou suas costas, dolorido.

– Myesha tratou de você?

Lucky acenou negativamente. E como resposta, Kaleb franziu o cenho.

– E como ainda está de pé? Eu o vi sair daquele forno, como não ficou queimado?

– Tive sorte – ele deu de ombros, mas o filho do sol não se deu por convencido.

– Eu vi suas vestes, elas se queimaram. Como pôde não ter sido queimado?

– Acrescente na longa lista de porquês de hoje – ele bufou, impaciente.

– Está escondendo algo, Lucky? Você e Mia fizeram algo que não deveriam e terminamos nessa situação?

– Sim, bebemos, fodemos e provavelmente acordamos a santa virgem que foi Ceres – replicou, acidamente.

– Então por que você está com esse ar culpado?

– Porque eu somente acordei quando o quarto estava em chamas e ela já estava possuída! Porque todos me perguntam mil vezes o que aconteceu e eu simplesmente não sou capaz de explicar porque não estava consciente para ajudá-la. Bebi demais e após fodermos, eu apaguei. E se não fosse por essa resistência ao calor que eu nem mesmo sei explicar, Mia e eu teríamos morrido. Eu teria a perdido! – Lucky arfou gravemente, irritado e conturbado com a ideia. – Ou talvez já tenha e ainda não sei, porque ela não acorda. E se acordar quem sabe se não será a maldita sacerdotisa! Estava ao lado dela, e não pude evitar isso! Então sim Kaleb, estou com ar culpado!

– Atenção como você se refere à Ceres – ele advertiu involuntariamente, e depois pensou sobre seu discurso. – Sinto muito pelo que aconteceu, deveria agradecer por ao menos conseguir retirá-la de lá.

O ladrão empurrou a bochecha com a língua.

– Faria bem de banhar-se, tirar as cinzas do corpo, e comer algo. Respirar ar fresco.

– Não. Eu não sairei daqui.

– Então me diga algo que posso lhe trazer aqui.

– Não quero nada – apesar da resposta, ele decidiu partir, assim Lucky acrescentou: – Kaleb, talvez um caneco de cerveja.

Uma vez que estava sozinho, Berbatov andou impacientemente de um lado ao outro. As palavras da desconhecida mulher de Mareen vieram a sua mente, arruinaria o que era mais precioso com suas próprias mãos.

Nunca fora supersticioso, entretanto não conseguia ignorar o que acontecera. Uma vez que pensara na estupida ideia de ser alguém além de um ladrão alcoólatra, um líder ao lado de Mia, a reencarnação de uma lendária sacerdotisa, na mesma noite foi incapaz de impedir o que lhe acontecera e agora todos se preocupavam silenciosamente com que aconteceria com Eklissi.

Arfou, irritado por aquela imbecilidade. Deveria fazer o que era certo pela primeira vez. Quando Mia acordasse, se acordasse sendo ela, Berbatov seria sincero. Não era um líder. Nunca fora. Não sabia lidar com pressão ou responsabilidade. A queda de Sharwood era a prova disso.

Ceres - O Retorno Da Escuridão [LIVRO 3 - COMPLETO]Where stories live. Discover now